Com a iminência de um banimento do TikTok nos Estados Unidos, surge no cenário digital uma nova opção de rede social focada exclusivamente em estudantes universitários: o Connyct. A proposta do aplicativo é oferecer uma plataforma segura e única para esse público, aproveitando o contexto atual de incertezas em relação ao famoso aplicativo de vídeos curtos. Mas será que realmente precisamos de mais uma rede social voltada para o ambiente acadêmico? A resposta parece ser sim, já que muitos jovens buscam alternativas viáveis para se conectar e interagir.

O Connyct se assemelha em muitos aspectos ao TikTok, pois disponibiliza uma plataforma de criação e compartilhamento de vídeos curtos, além de ferramentas para edição, adição de músicas, filtros e adesivos. Entretanto, o grande diferencial do Connyct reside no fato de que ele exige uma validação de e-mail .edu, garantindo assim que apenas estudantes universitários possam criar perfis e interagir. Cada instituição tem sua rede privada, permitindo que os alunos se conectem de maneira mais próxima e segura, sem a preocupação de serem vigiados por ‘pais curiosos’ ou interações indesejadas.

Essa proposta de rede social surge em um momento oportuno, uma vez que um tribunal federal de apelações tomou recentemente a decisão unânime de confirmar uma lei que poderá resultar na proibição do TikTok nos EUA, a menos que a plataforma se desassociaça da propriedade chinesa. Diante dessa situação, Connyct busca explorar o vácuo deixado por uma possível saída do TikTok do mercado, atendendo a demanda por novas opções entre os jovens.

Matthew Berman, co-fundador e CEO do Connyct, discutiu em entrevista ao TechCrunch como a experiência em plataformas tradicionais pode ser desconfortável para os estudantes: “Ser um estudante universitário, seja homem ou mulher, pode ser uma experiência realmente assustadora no TikTok ou Instagram, por conta de mensagens indesejadas e comentários ameaçadores. Você se preocupa com o que seus pais vão ver ou o que futuros empregadores dirão sobre suas postagens.” Com o Connyct, a ideia é que os usuários possam compartilhar suas vidas universitárias com a certeza de que estão se comunicando apenas com seus colegas.

Outro elemento interessante da plataforma é a seção de descoberta de eventos, onde os usuários podem organizar e participar de festas, reuniões e atividades vinculadas à vida universitária, como eventos promovidos por fraternidades e clubes. Existe também a possibilidade de compartilhar vídeos sobre as experiências nos eventos que frequentaram, contribuindo para uma dinâmica de interação autêntica e divertida.

Para complementar essa proposta dinâmica, os desenvolvedores do Connyct estão trabalhando em uma funcionalidade que permitirá que os usuários melhorem as páginas dos eventos com músicas e playlists customizadas. Em setembro, a plataforma firmou uma parceria com a Warner Music Group, garantindo que os usuários tenham acesso a músicas populares para enriquecer seu conteúdo.

Além disso, a aplicação oferece canais comunitários para que os estudantes se conectem com pessoas que compartilham de seus interesses, como times esportivos e artistas favoritos, tornando a experiência ainda mais interativa e pessoal.

O Connyct também busca incentivar a participação dos estudantes por meio de um programa de embaixadores que permite que eles monetizem o próprio conteúdo. Esse programa oferece a possibilidade de ganhar bônus sempre que alguém se inscreve utilizando um código promocional exclusivo, além de recompensas como produtos, vantagens em eventos e até cartões-presente. Embora os detalhes sobre as potenciais receitas dos embaixadores não tenham sido totalmente revelados, Berman assegurou que existe uma variedade de papéis e formas de participação que podem refletir em ganhos financeiros, equiparando-se a programas de outras empresas.

Enquanto diversos aplicativos focados em universitários frequentemente aparecem no mercado, poucos conseguiram alcançar uma popularidade duradoura. O Facebook, por exemplo, tentou retomar suas raízes acadêmicas com o lançamento do recurso “Campus” em 2020, mas o encerramento dessa função ocorreu apenas dois anos depois, em razão da falta de tração. Há, no entanto, alguns aplicativos que obtiveram sucesso, como o Fizz, que, com apenas um ano de vida, já estava presente em 240 campi universitários. Isso é um exemplo de que ainda há espaço e demanda por plataformas sociais específicas para estudantes.

O diferencial que o Connyct possui em relação aos concorrentes menores é sua equipe fundadora, composta por veteranos da indústria e assessores notáveis. Berman, por exemplo, já fundou a Chunnel.TV, que destacou-se com meio milhão de usuários mensais, com apoio de figuras reconhecidas como Martin Sorrell e WPP. O diretor de música do Connyct, Bill Campbell, tem experiência relevante ao ter assessorados plataformas como Spotify e TikTok no passado. Além disso, Simmy Kustanowitz possui um histórico impressionante por ter sido o produtor executivo de “Impractical Jokers.” A plataforma ainda conta com a colaboração de Nikita Bier, criador do gás, um aplicativo de rede social que foi adquirido pelo Discord.

Apesar de o Connyct não ter sido desenvolvido diretamente por estudantes, a equipe teve apoio de cerca de 50 alunos de diferentes instituições, como a Louisiana State University, a University of California, a University of Maryland, a Purdue University, a University of Texas e a University of Wisconsin, entre outras, para moldar a experiência da aplicação. O Connyct afirma ter se beneficiado de colaborações com o campeão de ginástica da NCAA, Ian Gunther, durante seu tempo como estudante universitário.

Atualmente, o Connyct está disponível apenas na App Store, mas versões para Android e desktop estão em desenvolvimento e prometem expandir ainda mais o alcance da plataforma entre os estudantes.

Com a crescente demanda por alternativas viáveis às redes sociais tradicionais, o Connyct se posiciona como uma opção intrigante e promissora para os estudantes universitários que buscam um espaço seguro e significativo para interagir com seus pares. Assim, a fervorosa questão que muitos podem ponderar é: será que essa nova rede social conseguirá se estabelecer firmemente em um mercado já saturado?

Fontes: [TechCrunch](https://www.techcrunch.com)

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