A Disney está tomando grandes passos para fortalecer sua presença no streaming. Durante uma apresentação na Conferência UBS em Nova York, o CFO da Disney, Hugh Johnston, enfatizou que o Disney+ é considerado o ativo mais estratégico da companhia atualmente. “Acredito que o Disney+ é o nosso ativo mais estratégico neste momento,” disse Johnston, destacando os componentes críticos que a plataforma traz para a marca Disney.

Com a inclusão do Hulu e de uma nova seção da ESPN, o Disney+ já acumula cerca de 175 milhões de assinantes entre todos os seus serviços de streaming. Essa expansão não é apenas um número; representa uma oportunidade significativa para a Disney em termos de marketing e segmentação de consumidores. A adição do conteúdo do Hulu e da ESPN oferece uma porta de entrada não apenas para programas, mas para um universo de entretenimento sob a bandeira Disney.

A ESPN, em particular, é vista como uma solução para combater o churn, uma preocupação crescente entre plataformas de streaming. Johnston explica que a ESPN ajudará a manter os assinantes engajados, incentivando-os a permanecer com a Disney+ pelo seu conteúdo diversificado. Ele observa que o “tile” da ESPN na plataforma é um passo importante para educar os consumidores sobre a conveniência de encontrar conteúdos esportivos no Disney+.

Essa estratégia também reflete uma mudança cultural que a Disney está adotando. Nos últimos meses, a eficiência criativa da empresa foi questionada, especialmente após o lançamento de filmes como Inside Out 2 e Deadpool & Wolverine, bem como séries de streaming como Shogun. Johnston acredita que a sua qualidade foi afetada ao tentar manter um lançamento frequente.

“Existem um número limitado de pessoas que podem criar esse conteúdo e a qualidade sofreu para que o volume se mantivesse alto”, afirmou ele. A solução, segundo Johnston, é diminuir o ritmo de produção e focar na qualidade – uma reflexão da liderança de Bob Iger após seu retorno como CEO, que reconheceu a necessidade de elevar o padrão de produção.

Além de sua presença no streaming, a Disney também tem grandes investimentos em seus parques temáticos, com planos para investir US$ 60 bilhões nos próximos dez anos. Johnston menciona que esse investimento não apenas aumentará as atrações, mas também deverá fazer os visitantes retornarem, o que é vital para a saúde financeira da empresa.

Com a recuperação da confiança do consumidor, conforme demonstrado por uma onda de reservas para o próximo verão, a Disney se posiciona para um crescimento contínuo. Eles estão cientes das novas concorrências, como a abrir de novas seções pelo Universal Orlando em maio de 2025, mas a confiança no valor de sua marca ainda é sólida.

Com a Disney prevendo um gasto de US$ 24 bilhões em conteúdo no próximo ano, Johnston sugere que esse valor pode aumentar, especialmente à medida que a empresa expande sua programação internacional. O verdadeiro desafio será equilibrar a criação de contéudo local com a qualidade que os consumidores esperam da Disney.

Enquanto isso, a transformação na Disney+ e o fortalecimento de sua oferta são passos que não só afirmam sua liderança no entretenimento, mas também definem como a plataforma pode evoluir em um cenário de competição acirrada. A pergunta agora é: será que a Disney conseguirá manter este crescimento e qualidade simultaneamente?

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