Gregory Maguire, autor do renomado livro ‘Wicked’, está trazendo uma nova luz sobre as nuances do seu aclamado trabalho. Em uma entrevista concedida ao Them, publicada em 9 de dezembro, Maguire discutiu não apenas a sua famosa obra de 1995, mas também a adaptação para o teatro que conquistou os palcos da Broadway e o novo filme, estrelado por Ariana Grande e Cynthia Erivo. Embora o livro seja uma releitura da clássica história infantil ‘O Mágico de Oz’, de L. Frank Baum, a profundidade com que Maguire aborda temas como o amor, a amizade e a sexualidade se destaca em sua narrativa.
O autor explicou que a inspiração para escrever ‘Wicked’ veio de um desejo de explorar o conceito de maldade que permeia não apenas suas criações literárias, mas também o mundo real. Ele buscou criar um universo fictício que fosse tão rico e complexo quanto a Terra-média, alterando a percepção que temos sobre os personagens da história. Maguire enfatiza que a adição de variações de experiência sexual era fundamental para dar profundidade à trama: “Eu queria fazer Oz parecer tão real quanto a Terra-média,” afirmou. “Isso significava que deveria ter variedades de experiência sexual”.
Desde antes mesmo do lançamento do novo filme, fãs já especulavam sobre as possíveis conotações LGBTQ+ presentes na história. A obra original incorpora uma cena onde Elphaba e Glinda se beijam, um momento que, embora não tenha sido incluído na adaptação musical, teve seu propósito discutido por Maguire. O autor comentou que a cena foi intencional, descrita de maneira modesta e refinada, de forma que se pudesse imaginar que uma das jovens sentiu algo a mais pela outra, sem querer expressar abertamente esse sentimento: “Isso foi intencional, e foi modesto e contido de tal maneira que um poderia imaginar que uma daquelas jovens tinha sentido mais do que a outra e não queria dizer”, detalhou Maguire.
Ele também sugeriu que, mesmo não tendo escrito cada cena, poderia haver a possibilidade de que, durante momentos não narrados, Glinda e Elphaba tivessem compartilhado experiências íntimas em seu caminho para a Cidade das Esmeraldas. “Eu queria propor essa possibilidade, mas não queria fazer uma afirmação definitiva sobre isso,” concluiu o autor, revelando sua intenção de deixar espaço para a interpretação do leitor.
A conexão entre o livro e a crise do HIV/AIDS também foi um ponto importante durante o desenvolvimento da narrativa. Maguire, que se identifica como gay, refletiu sobre as realidades que estavam presentes em sua mente enquanto escrevia. Ele falou sobre Elphaba retirando-se para um mosteiro após a morte de Fiyero, onde passou sete anos cuidando de pessoas em fase terminal, uma metáfora para a experiência da comunidade LGBTQ+ durante a epidemia: “Minha intenção era fazer um paralelo com o que vivíamos e ainda vivemos,” afirmou.
O filme ‘Wicked: Parte Um’ estreou nos cinemas em 22 de novembro, e a expectativa já se volta para a parte dois da produção, que está agendada para ser lançada em 2025. Em meio a esse turbilhão de emoções e expectativas, Maguire compartilhou que, ao ser contatado pela equipe criativa da versão musical da Broadway, preferiu não participar do projeto. “Eu não queria me distrair com possíveis desavenças que poderiam surgir de um trabalho colaborativo. Também queria honrar a ambição e força dos outros artistas, assim como não senti que L. Frank Baum interferiu na minha obra,” explicando sua decisão de atuar como um amigo de longe.
Com oito livros ambientados no universo de ‘Wicked’, incluindo a trilogia ‘Another Day’, a paixão de Maguire por essa narrativa permanece viva. Seu novo livro, intitulado ‘Elphie: A Wicked Childhood’, está previsto para ser publicado em 2025, prometendo mais aventuras no mundo que ele tão carinhosamente criou. No entanto, diante de toda essa complexidade, resta a pergunta: Quais novos segredos poderão surgir das páginas de sua nova obra?
Os fãs e leitores aguardam ansiosos pelo que o autor irá revelar. O que será que mais nos aguarda nesse emocionante universo de ‘Wicked’?