Desde sua criação por Charles M. Schulz, a tira cômica Peanuts tem encantado leitores de todas as idades com suas representações únicas da infância, amizades e as peripécias de uma adorável turma. Entre os personagens mais icônicos, Snoopy, o inteligente e travesso beagle, se destaca não apenas por sua personalidade cativante, mas também por suas travessuras inusitadas, especialmente quando se trata do cobertor de Linus. A relação entre Snoopy e Linus é marcada por um atrito que resulta em algumas das cenas mais engraçadas e memoráveis da série. Neste artigo, exploraremos dez quadrinhos onde Snoopy demonstra seu lado mais travesso ao tentar roubar o cobertor de Linus, transformando a dinâmica de amizade em um verdadeiro espetáculo cômico.
Quando se pensa na figura do queridinho Snoopy, poucos podem imaginar que há um ladrão sob aquele exterior acolhedor de cachorro. Em quadros que datam desde os anos 50 até o final dos anos 90, a busca insaciável de Snoopy por Linus e seu amado cobertor revela não apenas um lado humorístico, mas também uma profundidade de relacionamento que muitos leitores poderiam se identificar. Afinal, quem nunca teve que lidar com um amigo que insiste em tentar tomar algo que você valoriza? Assim, a trajetória dos dois personagens se desenrola em um jogo de gato e rato repleto de risadas e um toque de nostalgia.
Começando por um dos quadrinhos mais memoráveis, “Dr. Spock? Em pessoa?” de 1º de novembro de 1959, Snoopy se aproveita da presença de Sally para tentar se apoderar do cobertor de Linus. A busca por atenção do famoso pediatra faz com que Sally se distraia, permitindo que Snoopy coloque em prática seu plano. Neste contexto, a história menciona Dr. Spock, conhecido por seus livros sobre cuidados infantis, e traz à tona o fato de que Linus, já abalado pela decepção após o Dia das Bruxas, se enfurece ainda mais ao ver seu cobertor ameaçado. Essa prática de Snoopy de desviar a atenção não é somente uma questão de travessura; ela reflete a essência de amizade — a capacidade de rir e brincar um com o outro, não importa o quão frustrante isso possa ser.
Em “Travel!”, de 20 de fevereiro de 1959, Linus reflete sobre o poder do seu cobertor, que aparentemente também o proporciona uma espécie de capacidade de viajar em alta velocidade, uma visão lúdica que fala sobre a imaginação infantil. Ao ser arrastado para lá e para cá por Snoopy, Linus admite como seu amor por aquele cobertor pode levá-lo a aventuras inesperadas, mesmo que à sua própria custa. Aqui, a série aprofunda o vínculo emocional que Linus tem com o seu cobertor, tornando-o um verdadeiro símbolo de segurança em sua vida, clara evidência da forma como os laços afetivos podem se manifestar nas infâncias de todos nós.
A partir de 17 de outubro de 1999, o quadrinho intitulado “Dogs Don’t Understand ‘Or’” demonstra a determinação feroz de Snoopy em ter o cobertor para si. Linus, percebendo a intenção de Snoopy, adota uma postura defensiva e é imediatamente levado à loucura ao notar que seu cobertor está em risco. A cena é uma reflexão sobre o que somos capazes de fazer quando se trata de proteger aqueles que amamos, mesmo que isso signifique envolver-se em um jogo de força brincalhona. O mesmo acontece em “I Love a Good Warning”, de 14 de setembro de 1991, onde Linus avisa Snoopy que, se ele tentar se aproximar do seu cobertor, as consequências serão severas. As reações exageradas de Linus se provam hilárias, destacando-se mais uma vez a ironia da situação.
“Rats!”, de 15 de junho de 1958, retrata Snoopy disfarçado de tigre em uma tentativa cômica de intimidar Linus e tomar seu cobertor. No entanto, a astúcia de Snoopy falha, pois Linus permanece imóvel, irredutível em seu amor pelo cobertor. Esta cena ilustra uma verdade universal: a força de um apego emocional pode superar até mesmo o medo mais cativante de um travesso beagle. Assim, a resistência de Linus não é apenas uma questão de posse, mas uma demonstração do que esse cobertor representa para seu bem-estar psicológico.
Os quadrinhos continuam a apresentar momentos icônicos como “There’s a Thief Around Here!”, de 17 de setembro de 1961, onde a fúria de Linus ao descobrir o desaparecimento do cobertor transcende o comum; ele promove uma verdadeira caçada ao ladrão. A imaginação de Schulz transforma o cobertor em um paraquedas, proporcionando a Snoopy a chance de escapar da fúria de Linus. É um testemunho das múltiplas utilidades do cobertor e da forma como ele permanece no epicentro das interações dos personagens.
Às vezes, as seja as táticas de Snoopy se tornam mais sofisticadas, como em “Everyone Brings Something to the Party” de 8 de outubro de 1996, onde ele opta por uma abordagem mais pacífica, se juntando a Linus sob o cobertor, conquistando seu lugar ao lado do amigo. Essa imagem de camaradagem reflete o que há de melhor nas amizades: um espaço seguro onde, apesar das rivalidades, ambos podem desfrutar do conforto e da companhia um do outro.
Essas histórias atemporais de Peanuts não apenas nos fazem rir, mas também nos convidam a refletir sobre as histórias que guardamos, o que valorizamos na vida e a beleza das amizades que nos moldam. Mesmo com travessuras e conflitos, o que prevalece é o amor que une esses personagens, como Snoopy e Linus, um amor repleto de nuances que fala à criança que todos nós carregamos dentro de nós. Portanto, na próxima vez que você encontrar um amigo travesso em sua vida, lembre-se: a bondade e o carinho são muitas vezes as melhores armas em qualquer disputa.