Com profunda tristeza, o mundo das artes e das letras se despede da renomada poeta, ativista, autora e professora Nikki Giovanni, que faleceu aos 81 anos. Seu legado é um testemunho vibrante de sua paixão pela justiça social e por meio de sua literatura, ela instigou e inspirou gerações.
A informação sobre sua morte foi divulgada por sua amiga e colega escritora Renée Watson, que anunciou que Nikki partiu pacificamente no dia 9 de dezembro de 2024, ao lado de sua parceira de toda a vida, Virginia “Ginney” Fowler. Sua presença marcante, com poemas que ecoaram em palcos internacionais e nas páginas de mais de duas dúzias de coletâneas best-sellers, será imensamente sentida.
Em declaração em nome da família Giovanis, Allison Ragan expressou: “Sempre nos sentiremos abençoados por ter compartilhado um legado e amor com nossa querida prima”. Os detalhes sobre a causa de sua morte não foram divulgados, mas seu impacto na sociedade e nas artes permanecerá vivo.
Conhecida por seu ativismo em direitos civis e questões sociais, muitas vezes abordando temas de gênero e raça, Giovanni deixou uma vasta obra composta de dezenas de volumes de poesia, ensaios, antologias e mais de 10 livros infantis. De acordo com o perfil disponível no site da Virginia Tech, onde lecionou desde 1987 como Professora Emérita do Departamento de Inglês, seu trabalho moldou a maneira como a poesia pode influenciar mudanças sociais.
Entre suas muitas conquistas, Giovanni recebeu o Emmy de 2024 por Mérito Excepcional em Documentários, pela obra “Going to Mars: The Nikki Giovanni Project”. Seu mais recente livro de poesia, intitulado The Last Book, está programado para ser lançado no outono de 2025, o que demonstra que sua voz ainda ecoará mesmo após sua partida.
Nascida em Knoxville, Tennessee, no dia 7 de junho de 1943, Yolande Cornelia “Nikki” Giovanni formou-se em História pela Fisk University em 1967. Com o tempo, ela se tornou um dos ícones culturais do Movimento das Artes Negras e dos Direitos Civis, cultivando amizades com personalidades como Rosa Parks, Aretha Franklin, James Baldwin, Nina Simone e Muhammad Ali. O impacto de sua vida e obra continua a inspirar artistas, ativistas e cidadãos ao redor do mundo.
Em uma de suas reflexões, Giovanni escreveu: “Meu sonho não era publicar ou ser até mesmo escritora; meu sonho era descobrir algo que ninguém mais havia pensado. Por isso sou poeta. Nós juntamos as coisas de maneira que ninguém mais faz.” Essas palavras capturam a essência de sua vida, uma busca incessante por verdades e sua coragem para expressá-las na forma poética.
Giovanni também foi recordada por sua habilidade de transformar sua vida em poesia e, como prova disso, em um de seus poemas, ela refletiu sobre a vida e a morte, expressando seu desejo: “Espero morrer aquecida pela vida que tentei viver.”
Nikki Giovanni deixa sua esposa Virginia Fowler, seu filho Thomas, sua neta Kai, assim como seus primos Allison “Pat” Ragan e Haynes Ford e o sobrinho Christopher Black. Sua morte marca um capítulo triste, mas seu espírito e seu trabalho continuarão a resssoar entre aqueles que se dedicam a adotar a paixão e a determinação que ela personificou em sua vida.
Um dos muitos poemas de Giovanni reflete suas reflexões sobre a vida e a morte. Ela, que era uma fervorosa crente no poder das palavras, deixou um legado que será cuidadosamente guardado em corações e mentes. Sua notável carreira e perseverança deram a voz a muitos que, de outra forma, poderiam ter permanecido em silêncio.
A jornalista da CNN, Lisa France, contribuiu com informações para esta reportagem, que celebra a vida de uma mulher cuja contribuição à literatura e à luta pela justiça social é inestimável.