O ex-congressista da Flórida, Matt Gaetz, está prestes a anunciar sua nova empreitada como âncora da One America News Network (OAN), conforme informações de uma fonte próxima ao assunto, confirmadas pela CNN. Essa mudança ocorre em um momento de transição na carreira de Gaetz, que recentemente se afastou da política convencional e agora buscará uma nova forma de se engajar com seu público através do jornalismo conservador. A OAN, conhecida por sua forte inclinação à direita e apoio explícito a políticas e personalidades pro-Trump, pode ver em Gaetz uma adição relevante para aumentar sua notoriedade, principalmente considerando que a maioria dos âncoras da rede é, atualmente, pouco conhecida pelo público em geral.
O ex-representante, anteriormente cogitado para o cargo de advogado-geral em uma administração liderada por Donald Trump, decidiu retirar seu nome da consideração para o cargo após o presidente eleito afirmar que ele não tinha os votos necessários no Senado. Gaetz havia inicialmente alimentado expectativas em relação ao cargo, porém os desafios subsequentes o levaram a repensar sua posição. Em uma entrevista que deu a Charlie Kirk, um ativista conservador, o político reafirmou que está “ainda na luta”, mas que “isso será a partir de uma nova plataforma”. Declarações como essas sugerem que Gaetz pretende continuar a ser uma voz proeminente no cenário político e midiático, mesmo fora do Congresso.
No entanto, a decisão de Gaetz de não retornar ao Congresso no próximo ano também remete a uma série de controvérsias que o cercam. Em meio a um cenário político polarizado, ele enfrentou pressão bipartidária, especialmente com os democratas se mobilizando em busca do lançamento de um relatório do Comitê de Ética da Câmara, o qual investigava suas ações e alegações relacionadas a comportamento sexual impróprio, entre outros crimes. Vale destacar que Gaetz tem se defendido vigorosamente dessas acusações, afirmando categoricamente que nunca se envolveu em atividades ilícitas.
A adição de Gaetz à OAN marca um movimento estratégico para a rede, que tem lutado para recuperar sua audiência desde que passou por um golpe significativo em 2022, quando foi retirada da grade da DirecTV. O diretor da OAN, Charles Herring, se absteve de comentar a contratação, mas é evidente que a escolha de Gaetz pode ser vista como uma última tentativa da rede em estabelecer uma identidade mais forte e menos obscurecida no mercado das notícias conservadoras. A OAN se posicionou, ao longo dos anos, como um dos veículos de comunicação mais radicais em apoio a Trump, constantemente disseminando teorias da conspiração infundadas que favorecem o ex-presidente. A conta pesada a ser paga é que a OAN é regularmente criticada por suas colaborações com operativos russos e por promover uma agenda que nem sempre se alinha com a do mainstream da mídia.
Por fim, mesmo após sua saída do Congresso, Gaetz não parece estar se afastando das luzes da ribalta. Ele vem utilizando a plataforma Cameo para comercializar vídeos personalizados, mantendo-se presente nas conversas políticas e sociais. Sua biografia na Cameo inclui menções à sua experiência em Washington, lembrando que chegou a ser indicado por Trump para um cargo de destaque antes que sua carreira na política se tomasse conturbada. Ao fazer essa transição para a mídia, Matt Gaetz fornece um novo ângulo à sua figura pública, que já é sinônimo de controvérsia e paixão ardente em defensa de suas crenças. Portanto, resta saber como essa nova fase afetará a sua imagem e a da OAN, em um panorama onde a polarização e a desinformação têm sido cada vez mais relevantes.
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