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Kipp Popert, o golfista com deficiência nº 1 do mundo, se destaca não apenas por suas conquistas nos campos de golfe, mas também por sua determinação em quebrar barreiras e inspirar novas gerações. Recentemente, no Hong Kong Open, Popert fez história ao se tornar o primeiro golfista com deficiência a competir ao lado de golfistas profissionais, além de ser o primeiro com paralisia cerebral a participar da Série Internacional do Asian Tour. Durante uma masterclass com jungen talentos locais, como Andreas Ma, Popert não só transmitiu seu conhecimento como também assegurou aos jovens que o prêmio financeiro viria para eles um dia, ecoando sua crença inabalável em um futuro melhor para todos os golfistas.
Desde muito jovem, Kipp sonhava em competir entre os melhores, e sua jornada é um testemunho notável de resiliência. Diagnósticado com diplegia espástica, uma forma de paralisia cerebral que afeta suas extremidades inferiores, Kipp enfrentou desafios significativos, incluindo 11 cirurgias e anos de fisioterapia. No entanto, seu amor pelo golfe, incutido por seu pai, o levou a treinar durante horas a fio. Kipp não apenas deseja conquistar troféus, mas almeja inspirar outros jovens golfistas a realizar seus sonhos, mesmo quando as adversidades ameaçam ofuscar suas aspirações.
O momento em que Kipp conheceu Andreas, um jovem prodígio golfista de 12 anos que nasceu com a ausência congênita de sua mão esquerda, foi especialmente significativo. Os dois se conectaram de forma instantânea, e a troca de conhecimentos entre eles não só mostrou a generosidade de Kipp em compartilhar sua experiência, mas também refletiu a importância de figuras inspiradoras para a próxima geração. “Foi incrível conhecer Andreas. Ele disse que estava nervoso, mas eu achei que ele se saiu muito bem”, relembrou Popert, que continua a ser um dos principais competidores da US Adaptive Open.
Kipp Popert sonha com um futuro onde as oportunidades para os golfistas com deficiência sejam tão abundantes quanto para seus colegas sem deficiência. Ele deseja deixar um legado que não apenas abra novas portas para a inclusão no esporte, mas que também garanta que meninos e meninas como Andreas saibam que “existem muitas taças para se almejar quando se tornam profissionais”. Com um sorriso contagiante e uma determinação forjadora, Kipp acredita que ele e outros golfistas com deficiência estão apenas começando a escrever seus nomes na história do golfe, e ele não está você a ver tudo que ele conquistou!
A trajetória de Kipp não foi fácil. Seu diagnóstico de diplegia espástica impôs muitos desafios que ele superou com tenacidade e perseverança. Ele recorda com carinho o apoio contínuo de seus pais, médicos que sempre acreditaram em seu potencial, e a importância da força mental que o levaram até aqui. Durante anos, os desafiantes processos de reabilitação nunca impediram seu espírito de lutador. Um desejo ardente de ser cidadão ativo em sua paixão pelo golfe o empurrou a treinar incansavelmente, muitas vezes dedicando mais de 15 horas por dia em seu esporte preferido.
No entanto, frequentemente, ele olhou para os golfistas profissionais em busca de inspiração. A visão dele como um competidor de igualdade para todos os golfistas, independentemente de suas condições físicas, ecoa em suas palavras: “Competir com esses meninos não me assusta, de modo algum. Estou aqui para dar o meu melhor e ser um competidor. Uma vez que eu consiga conquistar essas grandes taças, prestarei homenagem àqueles que ainda estão sonhando.”
No que diz respeito a seu futuro e ao futuro de atletas com deficiência, Kipp não hesita em compartilhar sua visão. Ele vê a necessidade de um modelo de negócios capaz de sustentar carreiras de golfistas com deficiências, muito semelhante ao que já ocorre no golfe sem deficiência. O desafio de criar uma estrutura que possibilite a inclusão e o crescimento é um de seus principais objetivos. Em suas palavras, “às vezes você precisa forçar as pessoas a perceberem isso – é assim que a sociedade funciona, infelizmente”.
Kipp tornou-se um exemplo não apenas para a sua geração, mas também para as futuras. O que ele realmente deseja é parar de ser apenas o melhor golfista com deficiência do mundo e, sim, o melhor golfista que é um modelo a ser seguido, mostrando a qualquer garoto ou garota que eles também podem alcançar seus sonhos, independentemente dos obstáculos que possam enfrentar. As palavras de inspiração de Andreas, que deseja se tornar o número um do mundo um dia, está no fundo do coração de Kipp – sua jornada só começou.