A renomada atriz e cantora Audra McDonald compartilhou sua experiência de infância em uma recente aparição no programa The New Yorker Radio Hour, onde discutiu os desafios que enfrentou devido à sua hiperatividade. A estrela da Broadway, que atualmente brilha na produção Gypsy, revelou que o teatro se tornou uma forma de terapia para ela, substituindo a medicação que poderia ter sido prescrita para lidar com sua condição. Esta abordagem emocional e criativa parece ter sido uma decisão acertada, moldando a trajetória da artista em um dos maiores nomes da Broadway.
Na conversa com o anfitrião Michael Schulman, McDonald, agora com 54 anos, recordou sua infância em Fresno, Califórnia, onde .de sua hiperatividade resultaram em dificuldades acadêmicas e problemas sociais. “Eu era uma criança hiperativa que enfrentava muitos desafios na escola, não socializava bem, era considerada muito dramática e não estava funcionando bem”, afirmou McDonald, refletindo sobre a sua juventude. Durante aquele período, seus pais foram aconselhados a considerar o uso de Ritalin, um medicamento estimulante aprovado para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) desde 1955. No entanto, a resposta deles foi um claro “não”.
Segundo McDonald, seus pais estavam cientes das sugestões médicas que envolviam a administração de Ritalin. “Isso aconteceu em 1976, 1977. ‘Vamos tentar Ritalin’”, lembrou. Contudo, seus pais decidiram seguir um caminho diferente. “Eles pensaram: ‘Nós não queremos — e eu não julgo ninguém que o faça, assim como meus pais também não o faziam — mas eles disseram: ‘Não achamos que isso é o certo para a nossa filha’”, explicou a atriz. Ao invés disso, seus pais se lembraram de seu amor pela música, tendo assistido a um espetáculo em um teatro de jantar. Eles incentivaram McDonald a fazer uma audição para a produção, o que despertou sua paixão pela atuação.
Durante sua carreira, McDonald frequentemente expressou gratidão a seus pais por não seguirem a recomendação dos médicos e em vez disso, por buscarem alternativas que se adequavam mais ao seu perfil. Em seu discurso de aceitação do prêmio Tony, onde ela recebeu o sexto prêmio – um recorde histórico – por sua atuação em Lady Day at Emerson’s Bar and Grill em 2014, Audra agradeceu aos pais por terem descoberto suas habilidades e por a terem incentivado a seguir o caminho do teatro.
Os desafios associados ao uso de Ritalin não passaram despercebidos pelo público, especialmente considerando a crescente discussão em torno de medicamentos para tratar TDAH nas últimas décadas. De acordo com a publicação Verywell Health, havia um “movimento anti-Ritalin” que estava crescendo em popularidade em 1975. McDonald reconhece essas controvérsias, afirmando que ela leve em consideração os diferentes caminhos que pais e crianças podem escolher. Em uma carta aberta à revista Time, após críticas a suas declarações, a artista expressou: “Eu mesma me beneficiei de drogas psicotrópicas para combater a depressão na juventude”, destacando a importância de cada indivíduo quando se trata de medicar ou não para condições psicológicas.
Com considerações cuidadosas, Audra McDonald reflete sobre as implicações de suas experiências e o papel transformador que o teatro desempenhou em sua vida. “Você sabe, se meus pais não tivessem me colocado em uma companhia teatral para combater minha hiperatividade, não tenho dúvidas de que, embora minha vida pudesse ser fantástica, ela não teria sido uma vida no teatro”, concluiu ela, ressaltando a importância de encontrar formas criativas de lidar com desafios pessoais.
Essa visão nos convida a considerar alternativas ao tratamento convencional. A história de McDonald é um testemunho do poder transformacional da arte e da criatividade, que muitas vezes pode oferecer uma solução mais efetiva do que medicamentos. Às vezes, a terapia pode ser mais sobre encontrar espaço para expressão do que sobre remédios, e a jornada da atriz serve como um exemplo inspirador de como as pessoas podem encontrar suas verdadeiras paixões, mesmo em tempos da incerteza.
Audra McDonald continua a ser uma voz influente, não só nas artes, mas também na defesa do bem-estar mental e emocional, destacando a importância de respeitar o que cada pessoa precisa individualmente. Sua história ressoa profundamente com muitos, lembrando-nos que sempre há um caminho alternativo e criativo, mesmo diante dos desafios da vida. Para mais detalhes sobre a vida e carreira de Audra McDonald, você pode visitar [People](https://people.com) e descobrir mais sobre a trajetória dessa artista única.
A história de Audra McDonald é uma união de desafios, escolhas e vitórias. Ela não apenas encontrou um caminho de sucesso na Broadway, mas também abriu um espaço de discussão sobre saúde mental e alternativas a tratamentos que não se adequam a todos. Que todos possamos aprender com sua rica experiência e buscar nossas próprias estratégias para lidar com a hiperatividade e outras dificuldades, sempre respeitando as necessidades únicas de cada um.