A recente ação da campanha do ex-presidente Donald Trump, ao utilizar a canção ‘Freedom’, de Beyoncé, em um vídeo postado nas redes sociais, capturou a atenção da artista de maneira negativa. O incidente ocorreu em 20 de agosto de 2024, quando Steven Cheung, porta-voz de Trump, publicou um vídeo no X, anteriormente conhecido como Twitter, mostrando o ex-presidente desembarcando de um avião, acompanhado pela música que fez parte do álbum Lemonade de 2016. A legenda dizia: ‘Touchdown in Michigan!! @realDonaldTrump’. Esta escolha musical provocou reações instantâneas nas redes sociais, especialmente pelo fato de que a vice-presidente Kamala Harris, a quem Trump enfrenta nas eleições, já havia utilizado a mesma canção em eventos de sua campanha.
O uso não autorizado da canção por parte da campanha republicana não passou despercebido. Segundo informações do site Rolling Stone, Beyoncé ameaçou tomar medidas legais para impedir que a campanha de Trump continue a usar sua música sem permissão. Até o momento, a cantora de 42 anos não fez comentários públicos sobre o vídeo, mas a sua equipe de representação tem sido bastante proativa na defesa de sua obra. A equipe da Beyoncé já chegou a contatar a campanha de Trump solicitando que cesse o uso da canção, visando proteger os direitos autorais da artista.
É importante lembrar que a canção ‘Freedom’ tem um forte significado, refletindo temas de luta e emancipação, que não estão alinhados com a mensagem e a ideologia da campanha de Trump. Vale destacar que, embora Beyoncé ainda não tenha endossado oficialmente Kamala Harris, ela tem manifestado publicamente apoio ao Partido Democrata em várias ocasiões. Isso inclui sua performance do hino nacional na cerimônia de posse do ex-presidente Barack Obama em 2013 e, mais recentemente, um vídeo em apoio à candidatura de Joe Biden em 2020.
No entanto, mesmo na ausência de um apoio formal, a mãe de Beyoncé, Tina Knowles, demonstrou seu respaldo à campanha de Harris. Knowles compartilhou recentemente uma foto ao lado de Harris em sua conta no Instagram, elogiando sua energia jovem e afirmando que ela é a escolha certa para o futuro, frisando ainda a importância do presidente Biden na sua decisão.
Esse não é o primeiro incidente em que uma canção de artista renomado é usada sem autorização por campanhas políticas. Recentemente, a cantora Céline Dion também se manifestou contra o uso de sua icônica canção ‘My Heart Will Go On’ durante um comício de Trump em Montana, emitindo um comunicado claro de que não autoriza esse tipo de uso e destacando a falta de alinhamento entre sua música e as ideias propagadas pela campanha republicana.
Esses episódios refletem um padrão onde artistas se vêem forçados a defender suas obras do uso indevido, especialmente em um cenário político polarizado como o atual. Assim, a situação envolvendo Beyoncé e a campanha de Trump serve como um lembrete de que as canções não são apenas produtos comerciais, mas também representam as vozes e as experiências de seus criadores. Neste contexto, é vital que todos respeitem os direitos autorais e a integridade das obras artísticas.
Por fim, fica a lição: cada canção carrega uma mensagem, uma história e a visão de seu criador. O uso indevido dessas obras pode desvirtuar seu significado e por isso é pertinente que artistas como Beyoncé se posicionem e protejam suas criações, enfatizando que a música transcende suas notas e letras, sendo uma extensão da própria identidade de quem a cria.