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Um homem da Nova Zelândia, aclamado como um fenômeno do Scrabble, conquistou o título nos campeonatos mundiais de Scrabble em espanhol, apesar de, segundo relatos, não falar a língua. A vitória de Nigel Richards no torneio realizado em Granada, na Espanha, no último mês, trouxe à tona mais uma vez suas habilidades excepcionais que o permitem superar até mesmo falantes nativos em suas próprias línguas.

Benjamín Olaizola, que ficou em segundo lugar na competição, expressou sua frustração ao falar à rede de rádio espanhola La Cadena SER, referindo-se a Richards como um “homem dotado” com “capacidades específicas” e descrevendo a derrota como uma “humilhação incrível.”

Na competição, que contou com a participação de mais de 145 adversários de toda parte do mundo, incluindo Argentina, Venezuela, Espanha e Colômbia, aos 50 anos, Richards se destacou, vencendo 22 partidas consecutivas, conforme relataram a Federação Internacional de Léxico em Espanhol em suas redes sociais.

Conhecido mundialmente como o “Tiger Woods do Scrabble”, Nigel Richards não é apenas um jogador talentoso: ele conquistou quase 200 torneios, incluindo múltiplos títulos mundiais, e é considerado o número um pela Associação Mundial de Jogadores de Scrabble em Língua Inglesa (WESPA).

O talento de Richards no Scrabble, no entanto, vai muito além do domínio do inglês. Ele ganhou fama internacional em 2015 ao vencer o título em francês, mesmo dizendo que mal sabia o que significava “Bonjour”.

Sua amiga e apoiadora de longa data, Liz Fagerlund, revelou à CNN que Richards passou nove semanas memorizando o dicionário de Scrabble em francês, que segundo informações contém quase 400.000 palavras.

“É mais provável que seu cérebro funcione de forma diferente; ele não estuda as páginas palavra por palavra”, contou Fagerlund à CNN. “Ele consegue olhar para uma página cheia de palavras e absorver tudo.”

Fagerlund conheceu Richards quando ele se juntou ao clube de Scrabble de Christchurch em 1996, na Nova Zelândia. “Ele começou a jogar Scrabble com a mãe porque ela se cansou de perder para ele nos jogos de cartas. Ela achou que poderia vencê-lo, já que ele não ia bem em inglês na escola”, relembrou Fagerlund. “Logo ele começou a ganhar de todos no clube.”

Conhecido por ser recluso e pouco dado a entrevistas, Richards prefere atividades simples, como andar de bicicleta, e não fuma, não bebe, não assiste televisão e não ouve rádio.

Olaizola, o vice-campeão, observou que Richards possui uma propensão a usar palavras complexas, mesmo em uma língua estrangeira, utilizando estratégias únicas para surpreender seus concorrentes. “Ele tinha uma mão que seria a mais óbvia, a que um computador lhe daria, e ele não a utilizou”, contou Olaizola à La Cadena SER.

A reportagem da CNN contou com a contribuição de Begona Blanco Munoz.

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