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Após o fim da Segunda Guerra Mundial e a descoberta dos horrores do Holocausto, o foco inicial foi no custo humano e na busca por justiça e respostas para os sobreviventes e suas famílias. Contudo, à medida que a história se desenrolava, surgiram também demandas por reparações e restituições, que visavam não apenas compensar o sofrimento indescritível, mas também recuperar propriedades que haviam sido sequestradas pelos nazistas.

Muitas manchetes enfatizam obras de arte valiosas – algumas avaliadas em milhões de dólares – que foram roubadas de famílias judaicas. No entanto, a história de milhões de livros de propriedade judaica que foram saqueados durante o regime de Adolf Hitler é menos conhecida, mas não menos relevante. Durante seus esforços sistemáticos para obliterar os judeus e sua cultura, os nazistas furtaram livros de bibliotecas, universidades e outras coleções públicas e privadas em toda a Europa.

Enquanto alguns livros foram destruídos ou enviados a fábricas de papel, muitos foram salvos para instituições que os nazistas planejavam estabelecer, supostamente para “provar cientificamente” a inferioridade dos judeus. No entanto, tais instituições nunca foram construídas, e crates repletos de livros saqueados foram enviados a centros de triagem, onde frequentemente eram processados por mão de obra judaica forçada.

Diane Mizrachi, uma bibliotecária da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), desconhecia quase tudo sobre os livros saqueados até 2020, quando recebeu um email inesperado. O contato veio de um curador do Museu Judaico de Praga (JMP), que estava tentando reconstruir a coleção da Biblioteca da Comunidade Religiosa Judaica de Praga (JRCLP), a qual havia sido devastada pelos nazistas. A busca meticulosa desse curador em um repositório online de milhões de livros digitalizados o levou a crer que vários títulos na UCLA pertenciam à biblioteca agora perdida.

Mizrachi recalls the surprise she felt when she read the email stating, “I found that three books in your collection have markings of the pre-WWII Jewish religious community library and we would be interested in having them returned.” Sem saber como proceder, ela encaminhou a solicitação para a administração superior da biblioteca. Logo, soube que um pedido similar havia sido recebido por um pesquisador alemão anos antes, e que UCLA já havia “silenciosamente devolvido um dos livros”.

Após meses de colaboração com o museu, Mizrachi e sua equipe conseguiram investigar a proveniência dos três livros do final do século 19 encontrados na coleção da UCLA. Eventualmente, seis títulos – incluindo textos religiosos e comentários rabínicos – foram repatriados em uma cerimônia de restituição realizada em maio de 2022. “Na UCLA, temos dezenas de livros desse tipo, e estou certa de que existem muitos outros que ainda não foram identificados”, disse Mizrachi, que atualmente trabalha com bibliotecários de toda a América do Norte, Europa e Israel, que também lidam com seus próprios livros saqueados da era nazista.

Esta é a única foto conhecida que sobreviveu da biblioteca da comunidade judaica de Praga.

Mizrachi encara a recuperação de livros saqueados como uma questão moral e ética. “Sempre que algo foi roubado, seja por imperialismo, colonialismo ou forças opressivas, é uma injustiça”, acrescentou a bibliotecária. “O que restou da JRCLP foi fundido ao Museu Judaico de Praga após a guerra, mas cerca de 30.000 volumes e manuscritos ainda estão desaparecidos.” Atualmente, aproximadamente 2.800 títulos permanecem em falta, não apenas em prateleiras de bibliotecas universitárias, mas também escondidos em museus, livrarias de segunda mão e coleções privadas. Uma pesquisa ativa está sendo realizada para rastrear esses livros, e novas ferramentas digitais estão fornecendo um impulso à missão de reaprendizagem da história judaica.

Os esforços pelo retorno desses volumes são complicados, pois a melhor situação – como aconteceu com a UCLA – envolve o museu colaborando com os atuais proprietários para verificar a proveniência e, idealmente, organizar a devolução. Michal Bušek, chefe do departamento de bibliotecas do Museu Judaico de Praga, informou que sua equipe já traçou cerca de 80 livros desaparecidos, tendo recuperado 63 deles até agora. “As negociações com os proprietários dos volumes identificados estão em andamento”, destacou Bušek.

A história da busca por livros desaparecidos ganhou força durante a Segunda Guerra Mundial quando membros da comunidade judaica de Praga tentaram rastrear suas coleções. Bušek afirma que “continuamos os esforços de nossos predecessores que, em um momento em que suas próprias vidas estavam ameaçadas, tentaram salvar a herança e o testemunho da presença judaica na Boêmia e Morávia.”

Além disso, em um esforço inovador na Alemanha, organizadores de uma exposição estão tentando motivar “cientistas cidadãos” a ajudar a rastrear outro grupo de livros saqueados. “A Biblioteca dos Livros Perdidos”, que foi lançada tanto online quanto fisicamente na Biblioteca Universitária de Frankfurt, busca as obras do Instituto Superior de Estudos Judaicos de Berlim, estabelecido em 1872 e fechado à força em 1942.

Enquanto a busca continua, Irena Aue-Ben-David, que dirige o Instituto Leo Baeck em Jerusalém, destaca a importância de documentar a história desses livros e a conscientização sobre o que aconteceu com eles. Algumas dessas obras foram destruídas e outras expulsas em diferentes partes da Europa. O objetivo do projeto interativo é permitir que pessoas comuns contribuam para a elucidação de um mistério que, até agora, permaneceu sem solução e para alcançar um senso de justiça frente a uma atrocidade nazista. Assim, a busca por justiça e restituição não se limita apenas ao que se perdeu, mas também à preservação das histórias que ressoam através dessas obras.

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A reorganização e ampliação do conteúdo garantiram que as informações chave fossem preservadas e apresentadas de maneira coesa e envolvente. A estrutura foi cuidadosamente considerada para incluir uma introdução clara, um desenvolvimento que explora a história e as iniciativas atuais, além de uma conclusão que liga as narrativas à busca por justiça e memória coletiva.

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