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Muitos compradores de imóveis esperam uma queda nos preços neste dezembro.

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No contexto atual, o mercado imobiliário norte-americano enfrenta desafios significativos. Desde o aumento da inflação pós-pandemia até as taxas de juros mais altas, as condições de compra de imóveis mudaram drasticamente. Vários especialistas no setor imobiliário têm debatido se os preços dos imóveis realmente cairão neste mês de dezembro de 2024, um período historicamente marcado por uma desaceleração na atividade de compra e venda de imóveis. A questão central que muitos potenciais compradores se perguntam é se uma diminuição nos preços pode oferecer uma oportunidade para entrar no mercado ou se as expectativas de queda são infundadas.

Nos últimos tempos, o aumento da inflação dificultou a obtenção de taxas de juros mais baixas. O Federal Reserve (Fed) respondeu a essa realidade ao aumentar continuamente a taxa de juros básica, resultando em um aumento do custo dos financiamentos e, consequentemente, nos preços dos imóveis. Se por um lado as taxas estiveram em níveis historicamente baixos, cercando a marca de 4%, por outro, atualmente estão flutuando em torno de 7%, o que representa a maior média em décadas. Essa escalada nos custos é um fator que tem gerado receio entre os compradores.

Contudo, existem indícios de que as taxas de juros estão começando a cair. Isso se tornou evidente meses antes da reunião de setembro do Fed, quando as expectativas de cortes nas taxas se tornaram claras. O Fed efetivamente reduziu as taxas em 50 pontos base, o que permitiu uma diminuição média de mais de um ponto nas taxas de hipotecas, abrindo uma brecha para refinanciamentos e oportunidades para os compradores encontrarem condições de crédito mais favoráveis. No entanto, esse cenário otimista deve ser encarado com cautela, pois especialistas alertam que não é hora de esperar, já que as condições do mercado continuam desafiadoras.

A incerteza sobre os preços tem levado muitos a se manter à margem do mercado imobiliário. Tradicionalmente, dezembro é um mês mais tranquilo, com a expectativa de que os preços dos imóveis caiam devido à diminuição da demanda. De acordo com Rashi Malhotra, agente imobiliária da Coldwell Banker Warburg, a consequência natural desse período geralmente leva a uma modesta queda de preços. “Em dezembro, o mercado imobiliário geralmente desacelera, com menos novos anúncios e alguns imóveis passando por ajustes de preço ou sendo retirados temporariamente do mercado”, explica Malhotra. Por outro lado, Jennifer Roberts, outra corretora da mesma empresa, complementa que especialmente neste período do ano, “os compradores potenciais costumam adiar sua busca por imóveis, a menos que algo os atraia, que geralmente é uma redução significativa nos preços.”

Entretanto, há também uma perspectiva oposta. Malhotra ressalta que, com as tendências atuais do mercado, uma queda nos preços pode não ser uma expectativa realista. “O novo estoque que está chegando ao mercado neste momento está sendo precificado de forma competitiva, alinhado às condições atuais do mercado”, alerta ela. John Walkup, co-fundador da UrbanDigs, também acredita que december de 2024 pode ter uma atividade mais robusta do que o esperado. “Com os consumidores ainda dispostos a gastar e as taxas de hipoteca gradualmente voltando a cair, parece que dezembro pode ver um nível de atividade mais forte em comparação com o que foi observado no ano passado”, afirma ele. Essa situação pode levar a um cenário em que imóveis que foram precificados abaixo do normal gerem guerras de propostas, mesmo que isso não leve a vendas concluídas com valores mais baixos.

Além disso, alguns vendedores podem estar relutantes em diminuir o preço de seus imóveis, considerando que o período histórico de baixa atividade pode não ser um momento propício para incentivos de venda, conforme argumenta Kate Wollman-Mahan, também da Coldwell Banker Warburg, que afirma que “o preço reduzido tem seu maior impacto quando os compradores percebem, e isso ocorre em momentos oportunos, não em períodos em que estão focados em reservas de hotel e compras de presentes.” Assim, para muitos vendedores, a queda na atividade em dezembro pode ser uma justificativa para **não** reduzir seus preços, levando alguns a retirarem suas propriedades do mercado, o que pode dificultar ainda mais o acesso dos compradores aos imóveis disponíveis.

É relevante destacar que o mercado imobiliário também enfrenta questões de oferta e demanda que estão definitivamente moldando seus preços. De acordo com Domenick D’Andrea, co-fundador da DanDarah Wealth Management, “ainda há um problema de oferta e demanda, com a demanda superando a oferta, o que pode resultar em vendas acima do preço solicitado.” A relutância de muitos possíveis vendedores em listar suas propriedades também é devido ao fato de que muitos possuem hipotecas com taxas muito mais baixas das que conseguirão ao financiar um novo imóvel, criando uma situação em que é desvantajoso se desfazer de um imóvel que ainda possui uma taxa de juros favorável. Essa dinâmica sustentará os preços em alta, uma vez que a maioria dos indicadores projetam que os valores dos imóveis devem subir entre 2% e 4% ao longo de 2025.

Assim, ao refletir sobre as expectativas para o mercado imobiliário em dezembro, é evidente que não há garantias de uma queda acessível nos preços, muito menos uma certeza de que a realidade do mercado permitirá uma oportunidade de troca vantajosa para os potenciais compradores. O apelo a essa espera pode resultar em uma prolongada inatividade, fazendo com que muitos compradores percam a oportunidade de construir patrimônio. Diante de todas essas considerações, o que se pode recomendar é que, ao invés de ficar na expectativa de queda nos preços ou nas taxas de juros, as pessoas procurem melhorar suas condições financeiras e se posicionarem para fazer uma oferta em um imóvel que se encaixe em seu orçamento de forma confortável e segura.

Comece a se planejar agora mesmo para a compra do seu imóvel.

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