A Lumen Orbit, uma inovadora startup baseada em Redmond, Washington, que se propõe a construir data centers no espaço, conseguiu, em questão de dias, fechar uma rodada inicial de financiamentos de US$ 11 milhões, em meio a um interesse intenso de investidores. Com uma avaliação de US$ 40 milhões, a companhia se destacou como uma das startups mais promissoras da rodada do Y Combinator em sua turma de verão de 2024, conforme reportado anteriormente pelo TechCrunch.

Detalhes sobre o financiador e a proposta da Lumen Orbit

A liderança da rodada de investimento ficou a cargo da NFX, através de seu parceiro geral Morgan Beller, que assumirá uma posição no conselho da empresa. Além da NFX, participaram do investimento fundos de risco como Fuse.VC, Soma Capital e fundos de scout da Andreessen Horowitz e Sequoia, entre outros. O cofundador e CEO da Lumen Orbit, Philip Johnston, declarou que, devido à alta demanda de investidores, a startup iniciou outra rodada SAFE, já em uma avaliação mais alta, permitindo a participação de ainda mais investidores.

Esse interesse massivo em uma empresa que foi fundada apenas em janeiro passado, ressalta a expectativa que o mercado deposita sobre a inovação que a Lumen Orbit pretende trazer ao setor. A proposta da startup é ambiciosa: construção de data centers orbitais compostos por módulos que podem ser utilizados de forma individual, conectando-se a grandes painéis solares no espaço, formando clusters. O objetivo é estabelecer clusters de computação multinível até o final da década, utilizando lasers ópticos de alta largura de banda para enviar informações de volta à Terra.

Transformações na computação e soluções ambientais através da tecnologia de Lumen

A tecnologia da Lumen Orbit, se bem-sucedida, pode ser crucial para empresas de inteligência artificial (IA) escalarem suas operações, livres das limitações físicas e de consumo de energia que os data centers terrestres impõem. “Em vez de gastar US$ 140 milhões em eletricidade, você pode gastar US$ 10 milhões em um lançamento e energia solar”, destacou Johnston, enfatizando a viabilidade econômica da proposta.

Em um movimento de dinamismo e inovação, a Lumen Orbit já planeja o lançamento de um satélite demonstrador em maio, que incluirá GPUs da Nvidia. Um satélite de teste ainda mais potente, com 100 vezes mais capacidade, está previsto para o ano seguinte. “Muitas empresas espaciais levam cinco anos para lançar; nós lançamos em 18 meses”, reiterou Johnston. Ele acredita que é preferível lançar com frequência e realizar pequenas alterações ao invés de esperar longos períodos até um grande lançamento.

A trajetória inovadora dos fundadores e as inspirações por trás da ideia

Johnston, juntamente com o cofundador e CTO Ezra Feilden, conceberam a ideia para a Lumen Orbit a partir de suas experiências na indústria espacial. Feilden traz uma vasta experiência de uma década em design de satélites, com passagens por companhias renomadas como Airbus Defense and Space e Oxford Space Systems. Johnston, por sua vez, trabalhou com organizações espaciais no Oriente Médio em projetos de satélites como consultor na McKinsey e foi fundador da Opontia, uma startup adquirida no final de 2023.

O crescimento do acesso a lançamentos espaciais a custos cada vez menores levou a dupla a considerar o mercado de energia solar no espaço. Entretanto, perceberam que a quantidade de energia necessária para enviar essa energia de volta à Terra tornava a ideia menos viável. No entanto, a construção de data centers se mostra uma solução mais prática, pois absorve a energia solar e permanece estável no espaço. Além disso, a construção de data centers no espaço elimina o problema de resfriamento, dado que o espaço profundo é naturalmente frio.

Uma solução viável para os desafios da inteligência artificial e a batalha por dados

Quando a ideia da Lumen Orbit começou a tomar forma, a equipe se uniu a Adi Oltean, engenheiro da SpaceX na época, que já vinha pensando em uma ideia semelhante. Oltean integrou a equipe fundadora como cofundador e engenheiro-chefe cerca de um mês após o lançamento da empresa. Construir data centers no espaço, assim como no fundo do oceano, está ganhando relevância nas discussões sobre como melhor atender às crescentes demandas da inteligência artificial. Personalidades influentes no setor de IA, como Bill Gates, Sam Altman e Elon Musk, têm falado sobre isso como uma possível solução para os problemas de capacidade e energia que a IA enfrenta.

A Axiom Space também está voltada para o desenvolvimento de data centers orbitais, mas, pelo menos por enquanto, o campo não está saturado. Isso pode mudar à medida que mais profissionais da indústria de IA demonstram interesse por inovações desse tipo. A missão da Lumen Orbit é, sem dúvida, audaciosa, pois o sucesso da empresa depende da continuidade da queda nos custos de lançamento de satélites. Se alcançada, essa meta pode auxiliar a inteligência artificial a escalar na velocidade requerida, ao passo que também contribui para a mitigação de alguns efeitos da tecnologia sobre o clima da Terra.

Em conclusão, a Lumen Orbit não apenas está à frente de uma revolução tecnológica, mas também implica um olhar mais amplo sobre como nossas ações no espaço podem interagir com as necessidades da Terra e da inteligência artificial. Resta saber como será a evolução dessa tecnologia e sua aceitação no espaço competitivo e dinâmico em que estamos inseridos.

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