No mundo dinâmico e frequentemente surpreendente da tecnologia, inovações surgem a cada instante, e a mais recente revolucionária é a plataforma eSelf. Este empreendimento é liderado por um cientista especialista em aprendizado profundo, que anteriormente fundou uma startup adquirida pela Snap para desenvolver seu chatbot My AI. Agora, com um investimento inicial de US$ 4,5 milhões, eSelf emerge com a ambição de transformar a forma como interagimos com assistentes de IA, movendo-se para um terreno cada vez mais interessante: os agentes de IA baseados em vídeo. Temos, portanto, uma nova visão de chatbots que prometem ser mais interativos e realistas, marcando assim o início de uma nova era na comunicação digital.

A eSelf promete uma experiência que, segundo seus fundadores, é rapidamente reativa, com um tempo de resposta a consultas de interação em menos de 1,7 segundos. Comparativamente, isso é tido como mais ágil e, portanto, mais autêntico do que as respostas por voz de outras corporações de destaque como OpenAI. A startup israelense introduziu um estúdio de criação que não requer conhecimento técnico, permitindo que seus clientes desenvolvam seus próprios agentes interativos. Esses agentes têm a capacidade de operar aplicativos comuns, como Calendly e Salesforce, possibilitando agendamentos, acesso a conteúdos e referências de dados da mesma forma que um assistente humano faria.

Com sua atuação em “modo stealth”, eSelf já afirma ter realizado milhões de conversas em tempo real. A empresa já conquistou uma gama diversificada de clientes, incluindo a renomada imobiliária Christie’s e o banco brasileiro AGI. Este sucesso inicial é reforçado por um financiamento liderado pela Explorer Investments, uma firma de investimento português, acompanhada por Ridge Ventures e investidores anjos estratégicos como Eyal Manor, ex-vice-presidente de engenharia no YouTube e atual diretor de produto e engenharia da Twilio.

A eSelf foi cofundada por Dr. Alan Bekker, CEO, e Eylon Shoshan, CTO, e a história de sua origem é tão intrigante quanto a inovação que estão trazendo ao mercado. Bekker, que reside em Tel Aviv, teve inicialmente o desejo de se tornar rabino, uma aspiração que, após se envolver profundamente com questões sobre Deus e fé, acabou abandonando. “Eu voltei para casa e disse à minha esposa Lisa que não acreditava mais em Deus”, confessa. Essa crise de fé, porém, o levou a descobrir sua verdadeira paixão: entender a natureza humana e o mundo através das lentes da matemática e da ciência da computação.

Após abandonar a escola rabínica, ele se dedicou ao estudo da engenharia, física e ciência da computação, um percurso que culminou em um doutorado e uma especialização em reconhecimento de voz, redes neurais e aprendizado profundo. Em sua jornada empreendedora, Bekker fundou a Voca, sua primeira startup, que desenvolveu assistentes de voz baseados em IA para call centers, conquistando clientes significativos como American Express e TNT — culminando em uma venda para a Snap em 2020 por US$ 100 milhões. Bekker então assumiu o papel de líder de IA Conversacional na Snap, onde trabalhou na construção da tecnologia de chatbot, embora tenha se afastado antes do lançamento de seu produto My AI, que já recebeu respostas mistas do público.

Após este período, Bekker começou a imaginar como seria a próxima geração de agentes de IA, que não se limitariam a respostas textuais, mas poderiam utilizar respostas em vídeo e voz, uma ideia que gerou a fundação da eSelf em parceria com Shoshan. A visualização de um futuro onde agentes virtuais interagem de forma mais humana e natural não é uma mera especulação; é uma necessidade crescente diante das expectativas dos consumidores, que anseiam por experiências mais realistas e menos mecânicas.

No entanto, o ambiente de tecnologia para chatbots e assistentes de IA está se tornando cada vez mais saturado, com diversas empresas apostando no que está sendo conhecido como a oportunidade agentic. Com o crescimento das inovações em IA generativa, diversas marcas como H, Eleven Labs, Amazon, e OpenAI estão se posicionando para criar agentes que não apenas respondem de maneira correta, mas que também oferecem respostas críveis, quase humanas. Embora em uma fase inicial, é fundamental observar quais startups ganharão tração com usuários pagantes e quais conseguirão investidores para financiar seu crescimento.

Mesmo com o potencial promissor, existem desafios significativos a serem superados, como a construção e treinamento de modelos, áreas que demarcaram dúvidas sobre a viabilidade financeira das operações. Contudo, Bekker esclarece que a eSelf não tem investido recursos na construção de seus próprios grandes modelos de linguagem (LLMs) do zero, mas sim aprimorando modelos criados pela Meta, como o Llama. A versatilidade que oferece aos clientes que já utilizam chatbots baseados no GPT também é um diferencial, embora haja uma menção à latência mais alta ao trocar para os modelos da eSelf.

Portanto, a eSelf se estabelece como um protagonista inovador que não apenas busca transformar a comunicação digital através de tecnologia avançada, mas também inicia um debate sobre o que podemos esperar dessa nova era de assistentes de IA. Se a combinação de vídeo e IA conversacional se tornará uma verdadeira revolução ou apenas mais uma fadinha tecnológica, estaremos todos de olhos abertos para o fenômeno que isso representa.

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