Em uma coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, o Pentágono esclareceu a situação dos drones que sobrevoam Nova Jersey e outras regiões do nordeste dos Estados Unidos nas últimas semanas. A declaração foi feita após uma audiência no Congresso dos EUA, que abordou o aumento das atividades com drones e a frustração de vários parlamentares em relação à falta de informações e à resposta às incursões destes dispositivos. A assessora de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, destacou que não houve evidências que indicassem que os drones eram de origem estrangeira nem pertenciam ao exército americano, insinuando uma origem ainda mais enigmática para esses aparelhos.
Durante a audiência na terça-feira, representantes do FBI informaram que a agência está colaborando com autoridades estaduais e locais para investigar a situação, tendo recebido mais de 3.000 relatos de avistamentos feitos pelo público. No entanto, até o momento, não foi possível identificar a quem pertence a operação dos drones. Um fato que chamou atenção foi a revelação de um alto funcionário do FBI, que mencionou que o orçamento reservado para atividades de contra-drones girava em torno de apenas 500 mil dólares, um valor que levanta questões sobre a capacidade de resposta do governo a esta nova ameaça.
Em novembro, a Administração Federal de Aviação dos EUA já havia proibido voos de drones em partes de Nova Jersey, em resposta aos avistamentos em locais sensíveis, incluindo o Trump National Golf Club em Bedminster e as instalações de pesquisa e manufatura militar Picatinny Arsenal, localizadas no Condado de Morris. Esses eventos demonstraram a seriedade da situação, uma vez que os drones sobrevoando áreas críticas podem representar não apenas uma invasão de privacidade, mas um potencial risco à segurança nacional.
A coletiva de imprensa também abordou rumores que circundam a origem dos drones. Sabrina Singh foi assertiva ao afirmar que, até o presente momento, não há indícios que comprovem que as atividades sejam provenientes de um adversário estrangeiro. “Neste momento, não temos evidências de que essas atividades estejam vindo de um adversário estrangeiro. Continuaremos monitorando o que está acontecendo, mas, em nenhum momento, nossas instalações estiveram ameaçadas durante essa atividade”, enfatizou a porta-voz do Pentágono.
Ainda assim, a indagação se os drones poderiam ser da própria linha de defesa americana foi refutada com um categórico “não” de Singh, que também desmistificou uma teoria levantada pelo deputado Jefferson Van Drew (R-NJ), que sugeriu que os drones estivessem sendo lançados por uma suposta “nave-mãe” iraniana nas proximidades da costa dos EUA. “Não há verdade nisso. Não existe nenhum navio iraniano na costa dos Estados Unidos e não há nenhuma ‘nave-mãe’ lançando drones em direção aos Estados Unidos”, acrescentou, dissipando as especulações infundadas.
A audiência no Congresso não elucidou, no entanto, quem realmente está por trás dos drones, que têm despertado preocupações entre os residentes locais, inclusive uma ocorrência em que impediram um helicóptero de emergência de transportar uma vítima de acidente de carro para um hospital na região. Esse tipo de incidente realça a urgência em identificar a origem desses dispositivos, especialmente quando a segurança pública e a saúde dos cidadãos estão em jogo.
Desde o aumento do uso comercial e civil de drones, o Pentágono tem intensificado suas investigações sobre avistamentos não identificados. As teorias sobre a natureza desses drones têm variado bastante, desde especulações de que se tratam de um programa militar secreto pouco conhecido até a possibilidade de serem UAPs (Fenômenos Aéreos Não Identificados). De acordo com Sabrina Singh, a investigação em andamento também poderá mostrar que alguns dos avistamentos relatados poderiam ser de drones comuns ou “pequenos aviões”. Essa clarificação é essencial para distinguir entre ameaças reais e a mera curiosidade provocada pelo uso crescente de drones em diversas esferas da sociedade.
Com a situação ainda em andamento e sem respostas definitivas sobre a origem e a finalidade desses drones, a necessidade de monitoramento contínuo e investigação se mantém crucial. Os cidadãos da região e as autoridades devem estar vigilantes, enquanto as respostas para esse mistério permanecem inexploradas e inquietantes. É fundamental que as vozes dos legisladores e da população sejam ouvidas, garantindo que a segurança não seja comprometida em meio a este enigma aéreo.