Um incidente aterrador em um canteiro de obras em Iowa resultou em um processo judicial que clama por justiça e responsabilidade. Trevor Kilgore, um ex-empregado da empresa de construção Edwards Enterprises, moveu uma ação alegando negligência grave após ser tragicamente sepultado vivo por cerca de 20 minutos durante um acidente em um local de construção. O episódio ocorrido em 12 de junho de 2023 não apenas levantou questões sobre as práticas de segurança em locais de trabalho, como também expôs a vulnerabilidade dos trabalhadores em situações perigosas.

De acordo com uma queixa apresentada no Tribunal Distrital de Iowa em 5 de dezembro, Kilgore estava empregado como encanador para a Edwards Enterprises, uma empresa de construção baseada em Iowa, que foi contratada para realizar escavações e serviços de encanamento em um novo lar localizado no Condado de Polk. O trabalho de Kilgore no momento do incidente envolvia a execução de serviços de conexão hidráulica.

No dia fatídico, um colega de trabalho de Kilgore, que a queixa afirma não ter a formação necessária da OSHA (Administração de Segurança e Saúde Ocupacional) para garantir a segurança durante o trabalho de escavação, utilizou uma escavadora para cavar uma vala profunda. Segundo documentos legais, a vala tinha 3,6 metros de profundidade, estava inadequadamente escorada e não oferecia as devidas proteções.

Scene of Iowa construction site trench collapse

Logo após começar suas atividades, por volta das 13h25, a parede da vala desabou, sepultando Kilgore sob uma avalanche de terra. O relato da queixa descreve o momento de terror em que Kilgore conseguiu se contorcer, criando um espaço de ar ao redor da cabeça, permitindo-se respirar enquanto a maior parte do corpo estava imersa na terra.

Em um testemunho angustiante, Kilgore comunicou a um agente da polícia do Condado de Polk, enquanto aguardava atendimento médico em uma ambulância, que “olhei para trás e a parede inteira estava vindo em minha direção. Fiz o possível para me encolher e não ter a cabeça esmagada. Foi como um impacto. E então eu gritei por ajuda.” Essas palavras ecoam não apenas a intensidade do momento, mas também a sensação de desespero experimentada por um trabalhador que, em um momento, estava realizando suas tarefas diárias e, no seguinte, lutava pela vida.

Uma testemunha, também ligado à obra, relatou que ouviu Kilgore implorar: “Por favor, me salve. Não me deixe morrer.” A queixa prossegue detalhando como Kilgore foi enterrado por uma “parede inteira” de terra, totalizando 3 a 3,6 metros de profundidade, resultando em fraturas e ferimentos que afetaram várias partes de seu corpo, incluindo cabeça, pescoço, costas, peito, braços e pernas.

A situação só começou a se resolver quando os socorristas chegaram, resgatando Kilgore após mais de 30 minutos desde o desabamento. De acordo com os documentos, embora sua cabeça tenha sido liberada rapidamente, o restante do corpo permaneceu preso na vala por entre 15 a 20 minutos, limitando a respiração devido ao peso da terra. Este momento de angústia não só corpo, mas também impactou a saúde mental de Kilgore, que expressou preocupação sobre como sua esposa lidaria com a criação dos filhos caso não sobrevivesse.

As implicações do acidente transcendem os ferimentos físicos. A queixa alega que o presidente da Edwards Enterprises, Gregg Edwards, não esteve presente para verificar a segurança do local, e que, em uma declaração a um policial local, ele parecia ciente das condições inadequadas. Segundo os documentos, ele teria dito: “Todo mundo pode falar sobre segurança e todos podem fazer isso… É absolutamente inseguro. Mas é difícil torná-lo seguro.”

A partir do incidente, Kilgore não conseguiu retornar ao trabalho e, assim, decidiu entrar com uma ação chamada de “negligência” contra não só a Edwards Enterprises mas também outras entidades envolvidas, incluindo Jerry’s Homes e R&D Plumbing.

A queixa menciona a responsabilidade de Edwards como “pessoa competente designada” que deveria conhecer todas as normas e regulamentos aplicáveis da OSHA. Além de buscar reparação por danos não especificados, as alegações de Kilgore se reforçam com a intolerável possibilidade que muitos trabalhadores enfrentam: o medo que tarefas diárias se tornem armadilhas mortais por conta da falta de treinamento e negligência em rigorosas normas de segurança.

À medida que esse caso avança, ele lança uma luz crítica sobre a necessidade urgente de reforçar a segurança no trabalho e a imperativa necessidade de que empresas priorizem a proteção de seus empregados em todos os momentos. Afinal, enquanto a engrenagem da economia móvel, os trabalhadores não podem se tornar meras estatísticas de acidentes evitáveis. O desespero de Kilgore deve ser um alerta para todos nós sobre as responsabilidades compartilhadas à medida que navegamos pelas complexidades do mundo do trabalho.

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *