A saga de ficar preso em um metrô subterrâneo é um dos grandes pesadelos que qualquer nova-iorquino pode enfrentar. Embora muitos dos 3,8 milhões de passageiros diários da cidade costumem interromper suas rotinas por momentos, como atrasos de apenas alguns minutos, uma experiência recente transformou esse inconveniente em um episódio dramático. No dia 11 de dezembro, às 17h40, após embarcar no trem F na estação Bergen Street, em Brooklyn, uma passageira se viu no meio de um grande apagão que a deixaria presa em uma situação desconfortável e preocupante.
Logo após entrar no trem, os passageiros sentiram que a situação era diferente das pausas habituais. As luzes do trem permaneciam acesas, mas o silêncio no carro e no túnel era desconcertante, como se estivesse em um filme de catástrofe em que a eletricidade e o ar simplesmente deixaram de existir. Com o tempo, o condutor anunciou a primeira de várias atualizações: “A energia na terceira via está fora. Não tenho certeza do que acontece a seguir, mas eu os manterei informados.” Nesse momento, um murmúrio de descontentamento cresceu entre os passageiros, enquanto a maioria ainda pensava que a situação se resolveria rapidamente.
Após cinco minutos, o condutor fez um novo anúncio, desta vez sem boas notícias, e revelou que não sabia o que estava acontecendo: “Não tenho ideia do que está acontecendo, não há energia aqui ou nas estações. Eu sei que está quente, e lamento isso, então vocês podem abrir as janelas.” As risadas nervosas se espalharam pelo vagão, mas a tensão logo começou a aumentar. A demanda por informações se intensificava, e sem acesso a redes de comunicação, a ansiedade começou a crescer entre os passageiros.
O ambiente já era sufocante, especialmente com a presença de crianças e idosos no vagão. A umidade do dia e a vibrante chuva do lado de fora faziam o espaço se tornar insuportável. Uma jovem, com ar angustiado, começou a perguntar se alguém tinha água, mas a situação fez com que a comunidade no vagão começasse a interagir entre si. Ao lado dela, outra passageira prontamente a encorajou a conversar. Aos poucos, a socialização se tornou um pequeno alívio para os momentos de pânico.
Com o passar do tempo, o condutor voltou a fazer novos anúncios, pedindo… quaisquer profissionais de saúde a se manifestarem, enquanto uma mulher nas proximidades dele parecia estar em estado de agitação. Um homem se manifestou, presumivelmente um médico, e dirigiu-se ao local da crise. Esse foi o momento em que algumas pessoas, movidas pelo desespero, começaram a considerar a decisão de deixar o trem por conta própria. Eles saltaram até uma área estreita ao lado do túnel, mas o condutor se apressou em alertá-los sobre os perigos. “Por favor, não deixem o trem, estou lhe dizendo, NÃO deixem o trem. Vocês não sabem o que está lá fora. Está escuro, molhado, tem ratos por lá e Deus sabe o que mais!”
As palavras do condutor geraram risadas nervosas, mas também reafirmaram a decisão de permanecer a bordo. O humor que ele conseguiu manter durante a crise não reduziu a preocupação que pairava no ar, mas proporcionou uma maneira leve de encarar a situação. Finalmente, surgiram boas notícias: o Corpo de Bombeiros de Nova York (FDNY) estava a caminho para realizar a evacuação. A ordem era dirigir-se para a parte de trás do trem, onde funcionários da MTA estavam preparados para guiar os passageiros até os escadões de fuga.
Uma vez que os passageiros começaram a deixar o trem, um sentimento de alívio tomou conta do vagão. Aqueles que estavam com ar preocupado foram envolvidos por conversas mais alegres, compartilhando as histórias do que estavam indo fazer. Algumas famílias, inicialmente preocupadas, agora faziam planos alegres sobre como explicar o ocorrido aos amigos ou nas redes sociais.
Ao saírem para a superfície, o que os aguardava era uma cena meio surreal: caminhões do Corpo de Bombeiros, chuvas torrenciais e muitas mensagens preocupadas de familiares. Enquanto a situação ainda não havia feito manchetes nos noticiários locais, muitos estavam aliviados ao descobrir que os entes queridos estavam vivos e seguros. A própria passageira, apesar de se sentir faminta, molhada e um pouco cansada após mais de uma hora e meia em pé, estava bem e resistiu a essa experiência – embora sentisse que a MTA estava mal preparada para tais emergências.
Refletindo sobre tudo, chegou à conclusão de que, mesmo em momentos difíceis, onde a confiança no sistema pode vacilar, não há como escapar. A nova-iorquina deve se preparar para o que vem a seguir, e, para essa passageira, provavelmente haverá uma sessão de Block Blast no caminho de volta ao trabalho.
Este incidente serviu como um lembrete da importância de estar preparado para qualquer eventualidade, mesmo em um ambiente urbano tão dinâmico como Nova York. Embora os desafios do transporte público sejam comuns, a maneira como manejamos situações adversas pode definir a nossa experiência como habitantes de uma metrópole vibrante.