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A legalização da maconha tem se tornado um tema cada vez mais debatido na sociedade contemporânea, dividindo opiniões e levantando questionamentos sobre suas consequências a longo prazo. Recentemente, o icônico cantor Elton John não hesitou em compartilhar suas fortes convicções sobre o assunto durante uma entrevista à revista Time, na qual refletiu sobre suas experiências pessoais e a importância de se olhar criticamente para a legalização da cannabis, especialmente em países como os Estados Unidos e Canadá.
Elton, que está sóbrio há vários anos, expressou sua crença de que a maconha é, de fato, viciante. “Eu mantenho que é viciadora”, declarou o artista. Ele compartilhou sua visão pessoal sobre as consequências do uso de maconha, ressaltando que o consumo pode levar ao uso de outras drogas. “E quando você está chapado – e eu já estive chapado – você não pensa de forma normal”, completou John, deixando claro que ele vê a questão sob uma perspectiva que inclui suas vivências passadas.
Ele não só criticou a legalização da maconha, como considerou-a “um dos maiores erros de todos os tempos.” Este descontentamento reflete uma preocupação profunda com o impacto que a legalização pode ter sobre a saúde pública e o bem-estar social, acentuando a importância de um debate mais aprofundado sobre o tema. Há um crescente número de cidades e estados em ambos os países onde a maconha foi legalizada, e Elton John parece crer que a facilitação do acesso à droga poderá levar a uma série de problemas sociais e de saúde.
O cantor compartilhou ainda que sua experiência pessoal com a luta contra os vícios o leva a ter uma percepção mais sensível sobre a legalização das substâncias. Ele é conhecido por seu trabalho como patrocinador de artistas que lutam contra dependências, como Eminem, e tem um histórico de ajudar outros músicos, entre eles Robbie Williams, que passou por reabilitação em parte devido à intervenção de John.
Embora tenha conseguido ajudar muitos, Elton carrega consigo a dor da perda de seu amigo George Michael, que lutou contra o abuso de substâncias até sua morte, em 2016. “É difícil dizer a alguém que ele está agindo como um idiota, e é difícil ouvir isso”, confessou John, enquanto refletia sobre o desafio de tentar ajudar Michael a alcançar a sobriedade. Essa franqueza evidencia a realidade de lidar com dependências, tanto para o beneficiado quanto para quem tenta ajudar.
A luta de Elton John com as drogas no passado também foi ressaltada em suas declarações, onde ele revelou que seu parceiro de composição de longa data, Bernie Taupin, ficou aterrorizado com os comportamentos autodestrutivos do cantor. “Era absolutamente horrível. Muito do trabalho que fizemos na época em que ele estava no seu pior não era o melhor de nós dois”, relembrou Taupin, sublinhando a ideia de que as dificuldades pessoais afetaram suas colaborações criativas.
A visão de Elton John sobre a legalização da maconha e suas experiências pessoais tornam-se um importante lembrete da complexidade relacionada ao uso de substâncias e à busca por sobriedade. Sua crítica à legalização abre espaço para discussões contínuas sobre as implicações sociais e de saúde desse fenômeno em crescente expansão, convidando tanto os legisladores quanto a sociedade a refletirem sobre o que significa viver em um mundo onde o acesso a substâncias como a maconha torna-se cada vez mais comum. Portanto, à medida que a discussão avança, vale a pena considerar as experiências de quem, como Elton, vivenciou a batalha contra o vício em primeira pessoa.