Richard Gere, conhecido por seu carisma inconfundível e por desempenhar papéis memoráveis em clássicos do cinema, não segue o roteiro típico dos astros de Hollywood. Em uma recente participação no podcast Awards Chatter, do The Hollywood Reporter, o ator de 75 anos discutiu a estrondosa ascensão à fama nos anos 90 e a escolha consciente de buscar um estilo de vida diferente, mais afastado dos holofotes e da incessante atenção da mídia. O que revelou é uma perspectiva fascinante sobre a indústria do entretenimento, os desafios da fama e a busca por significado fora dos estúdios de cinema.
Segundo Gere, após o sucesso estrondoso de dois filmes lançados em 1990, “Internal Affairs” e “Pretty Woman”, ele percebeu que a atenção que recebia se tornava insuportável. “Eu reagi como um animal selvagem”, confessou sobre sua adaptação à fama. Essa sensação, que muitos podem interpretar como um sonho tornado realidade, para Gere, tornou-se um desafio. “Eu disse: ‘Chega. Eu não gosto de toda essa atenção. Não quero ser observado’”. Sua decisão de “dar um passo atrás”, em sua própria palavra, foi uma tentativa de reconectar-se com a arte de atuar, longe da pressão de ser constantemente visto e analisado.
O ator começou sua carreira no teatro regional e na Broadway, antes de ganhar destaque em filmes, como “American Gigolo” em 1980 e “An Officer and a Gentleman” em 1982. Ele se lembra da emoção ao perceber que estaria seguindo a carreira de ator profissional. Esse entusiasmo, que o impulsionou como uma foguete decolando, foi rapidamente ofuscado pela fama e pelo reconhecimento que vieram a seguir. Agora, refletindo sobre sua trajetória, Gere mantém uma abordagem ponderada sobre as escolhas que fez no decorrer da carreira, optando muitas vezes por projetos de perfil mais baixo e significativos, ao invés de se deixar levar pelo glamour da fama.
Richard Gere compartilha que suas decisões cinematográficas não foram feitas por vergonha ou arrependimento, mas foram deliberadas. Ele comentou: “Fiz algumas escolhas — não que eu tenha vergonha disso — mas eram escolhas para não estar no jogo grande. Eram escolhas para jogar um jogo menor”. Essa decisão é, sem dúvida, uma minúcia que destaca a autenticidade que ele trouxe para sua carreira e vida pessoal. O ator ainda assegura sua ética de trabalho, afirmando que, mesmo em projetos que possam não ser considerados de qualidade excepcional, sua motivação e comprometimento foram sempre os mesmos. Ele fraseou de forma sincera: “Nunca fiz nada pensando, ‘Ah, dane-se, vou apenas pegar o dinheiro e fazer isso de qualquer jeito’”.
A vida de Richard Gere não se limita apenas à atuação. Recentemente, ele anunciou sua mudança para a Espanha, onde planeja viver com sua esposa, Alejandra Silva, e seus filhos, Alexander e James. Em 2024, ele foi visto em várias produções, incluindo o filme “Longing” com Diane Kruger e a série dramática da Showtime, “The Agency”, estreando seu primeiro episódio no dia 29 de novembro. Além disso, encontrou-se novamente com o diretor de “American Gigolo”, Paul Schrader, para trabalhar em “Oh, Canada”, que também está em exibição atualmente. Esses projetos demonstram que, mesmo afastado dos holofotes, Gere continua a contribuir ativamente para a cena artística, sustentando sua paixão pela atuação e pelas histórias que conta.
Em suma, Richard Gere se estabelece como um exemplo de autenticidade e reflexão na indústria cinematográfica. Suas experiências e escolhas são um lembrete de que a busca pela felicidade e satisfação pessoal nem sempre se alinha com as expectativas da sociedade. Ao contrário de muitos atores que correm atrás da fama a qualquer custo, Gere optou por um caminho que valoriza a arte e o bem-estar pessoal. Ao apreciar a essência de seu trabalho e priorizar sua vida pessoal, ele nos dá uma perspectiva sobre o que significa verdadeiramente encontrar a felicidade no mundo superficial de Hollywood.