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Nos dias que antecederam a morte de Aristóteles Onassis, um dos homens mais influentes do século XX, uma visita secreta realizada por sua antiga amante, a famosa cantora de ópera Maria Callas, trouxe à tona as complexidades emocionais que marcaram o relacionamento entre os dois. A revelação sobre esse encontro, que ocorreu no Hospital Americano de Paris pouco antes de sua morte em 15 de março de 1975, foi compartilhada por Kiki Feroudi Moutsatsos, ex-secretária pessoal de Onassis, criando novas camadas de entendimento sobre a trágica história de amor que envolveu as vidas dos protagonistas. Ao longo da narrativa, nos deparamos com uma relação repleta de paixão, ciúmes e uma intensa conexão, culminando em um momento de despedida repleto de dor.

Segundo Moutsatsos, a situação era desoladora para Callas, que, após uma conversa com os médicos, já tinha plena ciência de que não havia mais esperanças de recuperação para Onassis, que se encontrava praticamente em estado terminal. “Ela sabia porque havia falado com o médico e percebeu que não havia esperança — que ele estava quase morto, acabado”, relembra Moutsatsos. A realidade angustiante da situação deixou claro para Maria que ela nunca mais teria a chance de estar com o homem que tanto amou. Esse sofrimento emocional é explorado de maneira dramatizada no recente filme ‘Maria’, dirigido por Pablo Larraín e estrelado por Angelina Jolie no papel da icônica soprano.

Na época de sua morte, Onassis ainda era casado com Jacqueline Kennedy Onassis, mas seu casamento estava em um estado avançado de distanciamento. Ao mesmo tempo, Callas, sua amante de longa data, que havia cruzado seu caminho pela primeira vez em 1957, permanecia ao seu lado. A complexidade desse triângulo amoroso é fascinante, envolta em uma dinâmica onde amor e ciúmes coexistiam de forma desigual. Moutsatsos, agora com 75 anos, sempre se dedicou a facilitar esses encontros clandestinos, seguindo a ordem tensa de separar as visitas familiares das de Callas. “Nós tentávamos descobrir exatamente quando a filha dele, Christina, ou Jacqueline estariam no hospital, para que pudéssemos avisar Maria que ela poderia visitá-lo sem medo”, revela Moutsatsos, utilizando o apelido carinhoso de Onassis: “Aristo”. Por sua vez, Callas navegava por essa teia intrincada, desejando ser uma presença constante na vida de Onassis, mesmo diante das barreiras impostas pelo contexto em que estavam envolvidos.

A dor da separação e a intimidade entre Callas e Onassis eram quase palpáveis. “Eles eram como gêmeos”, Moutsatsos lembra emocionada. “Eles acreditavam que foram feitos um para o outro — que nunca seriam separados.” A intenção de Moutsatsos ao ajudar na visita reflete a profunda conexão entre Callas e Onassis, que, embora marcada por desavenças frequentes, jamais desapareceu por completo. Em suas memórias, intituladas ‘As Mulheres de Onassis: Um Relato de Quem Viu Tudo’, Moutsatsos compartilha detalhes sobre como o casal se aventurou em um amor tumultuado, mesmo enquanto Onassis mantinha outros relacionamentos. “Ele gostava de estar cercado por mulheres bonitas, e Maria era extremamente ciumenta”, observa Moutsatsos. “Ela estava sempre brigando com ele.” Apesar dos desentendimentos, a dependência emocional mútua era inegável. “Ele não conseguia viver sem ela. Ela era parte de seu corpo, parte de sua alma, parte de seu cérebro. Eles nunca pararam de se ver”, conclui Moutsatsos, enfatizando a profundidade do relacionamento que transcendeu as complicações de suas vidas pessoais.

No entanto, o destino tinha seus planos. Após a morte de Onassis, aos 69 anos, devido a complicações de saúde, incluindo falência respiratória provocada pela miastenia gravis, a vida de Callas se tornaria ainda mais sombria. “Depois da morte de Aristo, Maria estava desesperada”, revela Moutsatsos. “Ela não queria viver mais. Eles meio que sofreram o mesmo destino, porque o Sr. Onassis, após a morte de seu filho, também não queria viver mais.” A perda do filho, Alexander, em um trágico acidente de avião em janeiro de 1973, foi um golpe devastador para Onassis, que nunca se recuperou completamente dessa tragédia.

Enquanto os anos passavam, Callas se via mergulhada em um estado de apatia. “Maria vivia em seu próprio mundo. Ela não queria comer, não queria sair, não queria conversar com amigos. Ela havia perdido o apetite para viver”, recorda Moutsatsos. A vida de Callas chegou ao fim em 16 de setembro de 1977, quando faleceu de um ataque cardíaco aos 53 anos. Hoje, a história dessa relação intensa e trágica está sendo reexplorada através da lente do cinema, com o lançamento do filme ‘Maria’, disponível para streaming na plataforma Netflix, que promete trazer à tona não apenas o legado musical de Callas, mas também a complexidade de suas relações pessoais.

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