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Damasco, Síria
CNN
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Na última sexta-feira, na Praça Umayyad, localizada no coração de Damasco, a capital da Síria, milhões de pessoas tomaram as ruas para celebrar uma nova era para o país. Com a praça repleta de cidadãos, a multidão festejou a tão aguardada saída de Bashar al-Assad, o ditador que governou o país com mão de ferro por mais de três décadas. A cena era de pura euforia, onde os habitantes trouxeram seus filhos pequenos, exibindo bandeiras pintadas nos rostos e celebrando o que muitos pensaram que nunca aconteceria: a queda do regime brutal de Assad.
Um dos testemunhos impactantes foi dado por Esraa Alsliman, uma estudante que compartilhou sua jornada emocional sobre o regime. “Sempre pensei que eu morreria, e meus filhos morreriam, e muitas gerações ainda morreriam, e ele ainda estaria aqui. Achei que isso nunca acabaria”, afirmou Alsliman, visivelmente emocionada. Sua declaração ecoa o sentimento de muitos que, durante muito tempo, viveram sob a opressão e a tirania.
Durante a celebração, dezenas de milhares de sírios encheram a praça, dançando, cantando e, em momentos de pura alegria, gritando frases como “O burro se foi! Burro! Burro!”, uma referência ao apelido pejorativo dado ao ex-presidente. Para muitos, era difícil acreditar que finalmente poderiam expressar esse sentimento em público, sem temer represálias. As crianças, com sorrisos radiantes, eram vistas brincando ao lado de homens armados que participavam das festividades, enquanto a tensão no ar se dissolvia em um espírito leve de celebração.
As comunidades presentes na praça foram diversas, com jovens e idosos lado a lado, e pessoas vestindo desde trajes muçulmanos conservadores até roupas ocidentais modernas. Muitos haviam viajado de diferentes partes do país para testemunhar este evento monumental, um aspecto que sublinha a importância desse momento na história da Síria. Durante as orações congregacionais no histórico Grande Mosque Umayyad, o novo primeiro-ministro interino da Síria, Mohamed Al-Bashir, descreveu a ocasião como um “nascimento de uma nação”. Este discurso foi o primeiro após 13 longos anos de uma guerra civil devastadora.
Porém, no meio das festividades massivas, não se pode ignorar a fragilidade atual da Síria. O esforço pela liberdade não uniu apenas os sérios, mas também indivíduos com diferentes ideologias e objetivos variados. Diante disso, as projeções sobre o futuro do país permanecem incertas. Enquanto muitos comemoravam, havia uma sensação palpável de que o caminho à frente poderia ser complicado pela diversidade de grupos e suas motivações.
Muitas pessoas exibiam a bandeira de três estrelas da República Árabe da Síria, um símbolo usado durante o mandato francês antes de ser substituído pelo emblema de duas estrelas durante a era Assad. Este simples ato de hastear a antiga bandeira conversou profundamente com a memória coletiva do povo sírio, uma vez que representa a luta pela resistência, pela liberdade e pela autonomia.
Entre os presentes estava Fatima Baghdadi, uma mulher de 80 anos que viu o regime de Assad deixar sua marca em sua vida pessoal. Documento de dor e perda, ela relatou: “Eu tinha 30 anos quando o grande burro chegou ao poder. Por 50 anos, fomos esmagados, e eu orava a Deus para nos livrar dele. E agora, fomos livres. Podemos respirar novamente,” disse ela, com lágrimas de alegria nos olhos. Sua história personifica a longa luta e a resistência do povo sírio.
Enquanto a multidão se alegrava, também surgiam momentos de tensão. Doenças de disparos festivos pontuavam o ar, e algumas pessoas mostraram-se inquietas, gritando contra indivíduos considerados elementos dissidentes. No entanto, esses momentos eram episódicos, e logo a maioria se entregava novamente à dança e à celebração, simbolizando a resiliência do espírito humano em face de anos de opressão.
O que está por vir para a Síria após esta agitação permanece incerto, mas o desejo por liberdade e dignidade é visivelmente forte. A esperança de criar um futuro melhor em sua própria terra agora parece mais palpável. À medida que testemunhamos este momento significativo para a nação, o mundo observa atentamente o que está por vir para a Síria e seu povo influente.
O mesmo sentimento de celebração pode ser visto além das fronteiras sírias, onde a comunidade internacional se questiona sobre os desdobramentos políticos e a nova estrutura de poder que emergirá após a queda do regime. Afinal, depois de anos de repressão e medo, os sírios podem finalmente começar a sonhar novamente com um futuro que é verdadeiramente deles.
Com a devida atenção à delicada situação sociopolítica diante desse triunfo, o destino da Síria é um tema de grande relevância para analistas e observadores políticos. Afinal, a liberdade é um bem precioso, mas sua construção requer coesão e entendimento entre diversas facções.
Rauda Alaita contribuiu para este relatório.
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