O renomado cineasta indonésio Timo Tjahjanto, conhecido por suas impressionantes produções de ação, está mais uma vez no centro das atenções com o lançamento de seu mais recente filme, ‘The Shadow Strays’, disponível na plataforma Netflix. O que promete diferenciar essa obra são as inovações no contexto da violência cinematográfica, algo que o diretor já estabeleceu como sua marca registrada. Este projeto é particularmente significativo, não apenas por sua expectativa entre os fãs internacionais, mas também por ser parte de um contrato de múltiplos filmes com a plataforma de streaming, destacando a importância de Tjahjanto no cenário do cinema de ação contemporâneo.
‘The Shadow Strays’ é o segundo filme de Tjahjanto para a Netflix, seguindo a produção anterior, ‘The Big 4’, que apresentava um tom mais cômico. A trama deste novo trabalho, lançado recentemente, revisita os elementos essenciais que caracterizam o cineasta: ação frenética, personagens complexos e claro, uma dose abundante de violência. A narrativa gira em torno de uma jovem assassina de codinome 13, que pertence a uma rede clandestina de assassinos conhecidos como ‘os Sombra’. Ao se deparar com um crime hediondo que afeta um garoto de seu bairro, a protagonista decide desobedecer a seu mentor, desencadeando um vendaval de violência e caos.
Tjahjanto descreve ‘The Shadow Strays’ como mais do que um mero exercício de brutalidade; ele vê nuances que se assemelham a uma obra de amadurecimento. Para ele, a jornada da jovem é um retrato de crescimento pessoal, onde a personagem principal aprende que muitos aspectos da vida estão fora de seu controle. Mesmo quando as intenções são de resolver problemas, o resultado pode ser desastroso. Esta abordagem introspectiva adiciona uma camada de profundidade ao filme, prometendo não apenas uma experiência visual, mas também uma reflexão sobre as complexidades da vida.
Uma das escolhas mais marcantes do diretor foi a seleção de Aurora Ribero para o papel principal. Tjahjanto já havia se impressionado com a performance da atriz em outro filme e acredita que sua capacidade de mesclar vulnerabilidade com ferocidade é incomum e essencial para o projeto. Durante as filmagens de ‘The Shadow Strays’, Ribero teve que passar por um intenso treinamento em técnicas de luta e coreografias de ação, um processo que ela descreveu como desafiador e transformador. A atriz revelou que, apesar de sua flexibilidade adquirida através do yoga, a exigência de força física foi uma descoberta surpreendente. Essa jornada de treinamento, que durou quatro meses, não apenas moldou o físico da atriz, mas também solidificou sua confiança e habilidade de se expressar nas cenas de ação, equilibrando fragilidade e força de maneira impressionante.
Porém, a intensidade da produção não se limitou apenas a Ribero. Timo Tjahjanto, que é muitas vezes rotulado como um diretor de ação, expressou que seu verdadeiro interesse reside no desenvolvimento de narrativas humanas. Ele não se restringe ao estereótipo de um cineasta de ação que apenas perpetua a violência como espetáculo, mas busca transmitir a complexidade emocional que seus personagens representam. Em ‘The Shadow Strays’, ele almeja criar um ambiente sombrio e realista, fazendo um paralelo ao estilo de grandes mestres do cinema como Akira Kurosawa. A busca por um tom neonoir e a realidade impiedosa que permeia a história são evidentes na execução do filme.
Além disso, o cineasta revela que pretende levar a brutalidade do cinema de ação indonésio para seu futuro projeto em Hollywood, ‘Nobody 2’, que é uma sequência do filme ‘Nobody’, estrelado por Bob Odenkirk. Para Tjahjanto, a inclusão de elementos de violência visceral é uma proposta clara: as produções cinematográficas destinadas a um público maduro devem expressar as consequências de seus próprios conteúdos. Ele destaca que nem todo filme de ação precisa seguir a fórmula dos super-heróis, mas que é possível oferecer um entretenimento mais autêntico e impactante para o público.
‘The Shadow Strays’ representa não apenas uma nova adição ao currículo impressionante de Timo Tjahjanto, mas também uma reafirmação de seu papel como um dos principais inovadores no cinema de ação contemporâneo. A obra pode servir como um campo de testes para o que está por vir em sua carreira hollywoodiana, onde as expectativas são altas e a necessidade de capturar a essência crua do gênero é vital. Com isso, o cinema indonésio tem a oportunidade de brilhar em um novo patamar, ao mesmo tempo que oferece um entretenimento consistente e provocativo no cenário global.
