Zoe Saldaña expressou sua preocupação sobre como a indústria de Hollywood lida com a atuação que utiliza efeitos especiais, como o CGI, especialmente em relação ao reconhecimento e premiações.

Saldaña, conhecida por seus papéis em diversos filmes de ficção científica que dependem fortemente de efeitos visuais, compartilhou suas frustrações em uma entrevista com o Independent. Durante a conversa, ela abordou a aparente dificuldade que os organismos de premiação têm em reconhecer o talento dos atores que utilizam tecnologias modernas em suas performances.

“Infelizmente, eles costumam passar batido”, afirmou Saldaña quando questionada sobre se acredita que eles realmente enfrentam dificuldades em olhar além do CGI. Ela ainda acrescentou: “Os velhos hábitos são difíceis de morrer, e quando se tem instituições antigas, é realmente complicado trazer mudanças. Eu entendo isso, então não estou amargurada, mas é muito desanimador quando você se entrega 120% ao seu trabalho. Não é um problema se não ganhar, não é um problema se não for indicado, mas quando você é ignorado e, então, minimizado e completamente desconsiderado…”

Enquanto a atriz é uma das principais candidatas para a próxima temporada de prêmios com seu papel em Emilia Pérez, ela lembrou que seus papéis anteriores em franquias como Avatar, Star Trek e Guardiões da Galáxia muitas vezes foram ignorados pela Academia. Essa situação levanta a questão se seu aspecto irreconhecível como personagens de ficção científica contribuiu para essas decisões, como ocorreu com sua personagem Neytiri em Avatar, onde ela aparecia com pele azul e olhos grandes e brilhantes.

O filme, dirigido por James Cameron, ganhou três Oscars por melhor fotografia, efeitos visuais e direção de arte, mas não recebeu nenhuma indicação na categoria de atuação, apesar da campanha ativa de Cameron para garantir uma nomeação para Saldaña à época.

Saldaña também recordou um momento em que as pessoas alegaram que sua atuação em Avatar era resultado apenas do trabalho de técnicos. “Eu sei a diferença entre isso e o que fizemos”, ressaltou a atriz, reafirmando que sua paixão pela atuação vai muito além de uma validação por prêmios. “Em algum momento, você precisa se perguntar: por que faço o que faço? É para que os outros me aprovem? Ou porque realmente não quero fazer nada além disso?”

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