Desde que ‘The Holiday’ foi lançado em novembro de 2006, o filme se tornou um marco não apenas por sua trama envolvente e atuações cativantes, mas também por seus deslumbrantes figurinos que continuam a ressoar com o público contemporâneo. A premiada figurinista Marlene Stewart, conhecida por sua vasta experiência em filmes de sucesso como ‘Coyote Ugly’ e ‘Top Gun: Maverick’, foi a mente criativa por trás do guarda-roupa que se transformou em tema de conversa a cada temporada de festividades. Este artigo explora como os figurinos de ‘The Holiday’ se destacam por sua simplicidade e elegância, refletindo uma estética de ‘luxo silencioso’, muito antes desta tendência se popularizar.
Ao relembrarmos o filme, é difícil não recordar momentos emblemáticos, como o charme de Graham, as grandes expectativas de Iris em relação a seu ex-companheiro e as hilárias tentativas de Amanda em dirigir um carro britânico. No entanto, por trás dessas memórias, os figurinos desempenham um papel central que mantém a audiência fascinada, até mesmo em sua 50ª sessão de análise do filme. Stewart destaca que o visual dos personagens foi cuidadosamente elaborado para criar uma paleta de cores sutis e relaxantes, enfatizando a ideia de que as roupas não eram apenas bonitas, mas também confortáveis de se olhar.
Stewart explica que “o conjunto de cores é muito simples, sem grandes estampas”, e o objetivo era garantir que os looks fossem visualmente agradáveis e ao mesmo tempo tranquilizadores em seu impacto. De fato, ela criou peças únicas que são uma combinação maravilhosa de estilo e funcionalidade, adequadas para o mundo moderno, mas também atemporais. Um dos principais focos foi a personagem de Cameron Diaz, Amanda Woods, que encarnou o conceito de ‘luxo silencioso’ antes mesmo de esse termo ganhar notoriedade.
Amanda é apresentada como uma mulher independente e confiante, cuja aparência reflete tanto poder quanto elegância. Os figurinos foram projetados para transmitir uma imagem de riqueza que não é ostentatória, mas sim discreta. “Ela está indo muito bem, então poderia se dar ao luxo de usar peças lindas. No entanto, também era importante que suas roupas fossem de boa qualidade e não exageradas”, aponta Stewart. Isso ressalta a ideia de que ter estilo não necessariamente implica em gastar fortunas, mas em escolher bem os itens que compõem um guarda-roupa.
Particularmente, a cena em que Amanda chega à Inglaterra usando um sofisticado casaco da Dior serve como exemplo perfeito do planejamento cuidadoso por trás do design de figurinos. Stewart observa que a escolha de peças luxuosas, mas práticas, permitiu que a personagem se destacasse visualmente sem parecer exageradamente enfeitada. O casaco não só é feminino e deslumbrante, como também é apresentado de forma a ser acessível e adequado para a narrativa do filme.
Além do guarda-roupa de Amanda, Jude Law, que interpreta Graham, enfrentou seu próprio desafio no que diz respeito a mudanças frequentes de roupas. Apesar da expectativa de que as mulheres costumam mudar de figurino mais frequentemente, Stewart salienta que Jude foi exemplar em seu papel, adaptando-se rapidamente a várias trocas de roupas durante as filmagens. “Ele era incrivelmente dedicado e não hesitou em trocar de roupa várias vezes para encontrar o look perfeito para cada cena”, explica.
As influências de estilos de figuras icônicas, como as bonecas Barbie, foram incorporadas nas vestimentas, especialmente nas roupas de data que Amanda usa para um encontro com Graham. Stewart revela que a semelhança do figurino dela foi deliberada: “Quando se tem uma boneca Barbie, é algo que você admira e que de certa forma se torna acessível”. Essa abordagem chamou a atenção para a moda aspiracional que a personagem representa.
Por outro lado, o guarda-roupa de Iris, interpretada por Kate Winslet, também recebeu atenção especial. Stewart revela que as roupas de Iris foram concebidas para refletir o estilo de uma mulher que trabalha em um ambiente de jornal. As escolhas de vestuário da personagem eram sofisticadas, mas principalmente funcionais, muitas vezes compostas por peças de pastel e roupas para atividades. Em um olhar mais crítico, Stewart menciona que algumas roupas foram adquiridas em lojas como a Zara, desmistificando um pouco a ideia de que todo o figurino precisava ser de grife ou inacessível.
Em conclusão, o legado de ‘The Holiday’ não reside apenas em sua trama agradável, mas também na maneira como os figurinos escrutinam expectativas contemporâneas sobre a moda e o poder feminino. O trabalho de Marlene Stewart continua a inspirar novos públicos e a mostrar que a elegância clássica e uma estética atemporal nunca saem de moda. Sem dúvida, na próxima vez que você assistir a esse filme, preste atenção nos delicados detalhes do guarda-roupa e no impacto que eles causam, pois cada peça conta uma história que transcende as barreiras do tempo e da moda.