A Juicyway, uma fintech africana inovadora que utiliza tecnologia de stablecoin, está lançando oficialmente suas operações após processar mais de $1 bilhão em volume de transações para milhares de empresas africanas ao longo dos últimos três anos. Com um crescimento impressionante, a plataforma se destaca ao proporcionar pagamentos rápidos e acessíveis entre fronteiras, demonstrando como a tecnologia blockchain pode transformar a economia da região.

Nos últimos três anos, a Juicyway processou mais de 25.000 transações, acumulando um volume total de pagamentos (TPV) de $1,3 bilhão a partir de cerca de 4.000 usuários. O que torna esses números ainda mais impressionantes é que a fintech alcançou tal feat sem um aplicativo disponível publicamente ou esforços de marketing tradicionais. Ao invés disso, a empresa cresceu organicamente, incorporando um negócio semelhante com uma base de clientes significativa, incluindo a Andela, uma empresa em que um dos fundadores trabalhou como executivo anteriormente, além de depender do boca a boca para expandir sua adoção entre empresas.

A partir deste momento, a Juicyway inicia sua jornada pública, após operar em modo stealth por três anos. Durante esse período, algumas das suas principais cliente incluem gigantes corporativos como Bolt e IHS, além de fintechs como Piggyvest, Bamboo e a empresa de energia e logística Mocoh SA. Este crescimento orgânico evidencia a necessidade e a demanda por soluções de pagamento eficientes na África, um continente onde as transações financeiras muitas vezes enfrentam obstáculos significativos.

O principal tipo de cliente para uma plataforma de pagamentos transfronteiriços é um negócios de remessas que permite aos usuários, por exemplo, nos Estados Unidos, enviar dinheiro para a Nigéria. Essas empresas se utilizam da Juicyway para injetar liquidez e determinar os preços de câmbio, neste caso, do dólar para o naira nigeriano. Após a conversão, tais empresas podem distribuir os fundos convertidos aos seus clientes, oferecendo uma solução prática e necessária em tempos de globalização.

Embora plataformas tradicionais de pagamento internacional tenham facilitado esse tipo de processo por anos, uma nova onda de soluções impulsionadas pela tecnologia de stablecoin está desafiando esses métodos. Ao invés de transferir diretamente moedas fiduciárias, plataformas como a Juicyway utilizam depósitos em contas bancárias dos EUA para adquirir stablecoins, como USDC ou USDT, em nome dos usuários. Essas stablecoins são, então, enviadas para as carteiras digitais dos usuários, que podem optar por manter a criptomoeda ou trocá-la pela moeda local. Este modelo não apenas oferece uma alternativa mais rápida e flexível, mas também frequentemente reduz os custos das transações.

Os fundadores da Juicyway, Justin Ziegler e Ife Johnson, vivenciaram de perto os desafios que suas anteriores empresas enfrentavam ao tentar movimentar dinheiro através das fronteiras. Johnson, em entrevista, ressaltou a disparidade que ele e sua equipe sentiram em suas experiências passadas: “É inconcebível que, mesmo com várias soluções disponíveis, nenhum conseguiu resolver o problema de forma confiável a ponto de uma Bamboo ou Octa confiar.” Essa frustração culminou na criação da Juicyway, com a missão de aumentar a participação africana na economia global.

O mercado cambial global é avaliado em aproximadamente $5 trilhões, e a África contribui com menos de 1% disso, em grande parte devido à falta de liquidez para pares de moedas intra-africanas. A Juicyway oferece aos seus clientes acesso a pools de liquidez para pagamentos locais e internacionais, bem como câmbio por meio de seus aplicativos web e mobile, abrangendo moedas como o naira nigeriano, USD, GBP e CAD. O diferencial da plataforma se destaca em seu motor de descoberta de preços, “Naira Rates”, o maior do país, que proporciona aos usuários a oportunidade de acompanhar taxas de câmbio em tempo real. Atualmente, a plataforma possui quase 500.000 seguidores no Twitter, um número que atesta sua relevância no mercado financeiro.

Adicionalmente, a Juicyway disponibiliza contas multicurrency seguradas para transações realizadas em parceria com o Access Bank da Nigéria, além de colaborações com startups de infraestrutura de stablecoin como Bridge, e o Lead Bank, um importante parceiro bancário no EUA. Embora a tecnologia de criptomoedas e stablecoin apresente vantagens claras, como a redução de custos e a agilidade nas liquidações, parcerias como essas são essenciais para manter a conformidade regulatória e gerenciar riscos. Para reforçar sua conformidade, a Juicyway contratou Joshua Wasserman, um ex-examinador do FDIC e líder em conformidade da Cash App, além de colaborar com a Sumsub para processos avançados de KYC (Conheça Seu Cliente).

A Juicyway opera com uma estrutura de tarifas que varia de 0,2% a 10%, dependendo das transações. Em um plano futuro, a fintech pretende gerar receita adicional com os juros sobre os saldos dos clientes. Este modelo de receita, combinado com o fortalecimento das parcerias e a adoção de novas tecnologias, posiciona a Juicyway como uma protagonista no ecossistema financeiro africano.

Recentemente, o mercado de fintechs da África viu o crescimento de outras startups que utilizam a tecnologia de stablecoins, como a Yellow Card, que levantou $33 milhões para auxiliar mais de 30.000 empresas. Esta onda crescente de soluções de pagamento está reformulando o panorama financeiro africano, com Juicyway se destacando por sua estratégia de orquestração de stablecoin. O foco da empresa está em aumentar o acesso dos africanos à economia global, moldando a forma como tomam decisões em sua operação.

Por fim, à medida que a Juicyway continua sua trajetória, ela busca adquirir licenças de transmissão de dinheiro em vários países africanos, ampliando sua presença e oferecendo soluções financeiras mais acessíveis. Com o apoio de investidores estratégicos e uma visão clara para o futuro, a Juicyway mostra que a inovação no setor financeiro é uma realidade cada vez mais presente no continente africano, criando oportunidades e melhorando a vida de milhões.

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