A República de Vanuatu, um pequeno país insular localizado no Pacífico Sul, vive um dia de tragédia e desespero após um poderoso terremoto de magnitude 7.3 atingir sua capital, Port Vila, na última terça-feira, 17 de dezembro de 2024. O abalo sísmico, que ocorreu a uma profundidade de 35 milhas (aproximadamente 56 quilômetros) da costa de Efate, a principal ilha do país, resultou em destruição significativa e é temido que tenha causado múltiplas fatalidades. O Centro de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos (USGS) registrou o evento às 12:47, horário local.

Imediatamente após o terremoto, testemunhas e jornalistas relataram cenas devastadoras. Dan McGarry, um jornalista associado ao Organized Crime and Corruption Reporting Project localizado em Vanuatu, descreveu a intensidade do terremoto como “a mais violenta que já vivenciei em 21 anos de vida na região”. McGarry revelou que corpos foram avistados em várias partes da cidade, reforçando a preocupação sobre a gravidade da situação. De acordo com as autoridades locais, houve pelo menos uma confirmação de morte e várias pessoas feridas foram encaminhadas a hospitais, onde continuam recebendo tratamento médico.

A tragédia afetou imponentes edifícios na capital, incluindo a estrutura que abriga as embaixadas dos Estados Unidos, França e outros países. Michael Thompson, um residente da região, relatou à Agence France-Presse, por telefone satelital, que o andar térreo do edifício onde estão localizadas as embaixadas foi gravemente danificado, afirmando que “não existe mais, está completamente plano”. Este edifício abrigava a embaixada dos EUA e, embora a confirmação oficial sobre o número de funcionários em seu interior no momento do colapso ainda não tenha sido divulgada, as perspectivas são sombrias.


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Vista geral de um edifício severamente danificado que abriga as embaixadas dos Estados Unidos, Reino Unido e Nova Zelândia após um forte terremoto em Port Vila.STR / AFP via Getty Images

A embaixada dos Estados Unidos já anunciou o fechamento temporário até que a avaliação completa dos danos seja realizada. Através de uma mensagem nas redes sociais, a embaixada em Papua Nova Guiné comunicou: “Nossas condolências e pensamentos estão com todos afetados por este terrível terremoto”. Similarmente, a Comissão de Alta do Novo Zelândia informou ter sofrido “danos significativos” e expressou sua preocupação em relação à gravidade da situação no país.

As consequências do terremoto vão além das embaixadas. Thompson, dono de um negócio de tirolesa na região, mencionou: “Existem pessoas dentro dos edifícios na cidade. Haviam corpos lá quando passamos”. A situação foi ainda mais angustiante com relatos de deslizamentos de terra que cobriram estradas, e informes de que pelo menos duas pontes desabaram, evidenciando a extensão da destruição. Os serviços de comunicação móvel estão severamente comprometidos, o que dificulta a coordenação das operações de socorro.

Com uma necessidade urgente de assistência, Thompson destacou que “estão apenas iniciando uma operação de resgate”. Ele ressaltou a importância do apoio internacional, especialmente em termos de evacuação médica e equipes de resgate competentes, que possam lidar com situações de emergência de grandes proporções. A estimativa inicial é de que um grande número de pessoas permaneça soterrado sob os escombros e espera-se a necessidade de esforços intensivos de busca e salvamento nas próximas horas.


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Trabalhadores de resgate na cena de um edifício desmoronado em Port Vila, evidenciando a devastação causada pelo terremoto.STR / AFP via Getty Images

A equipe de emergência e os socorristas estão se mobilizando rapidamente e vídeos publicados nas redes sociais mostram a agilidade das operações em andamento. No entanto, as dificuldades permaneçam imensas. Nibhay Nand, um farmacêutico baseado em Sydney, mencionou as preocupações de seus funcionários em Vanuatu sobre os estragos causados aos estabelecimentos locais: “A maioria das lojas está destruída e outros edifícios próximos colapsaram”.

Embora a situação continue a ser monitorada, inicialmente foi emitido um alerta de tsunami, prevendo ondas de até três pés (aproximadamente um metro), mas, felizmente, o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico levantou a advertência pouco tempo depois. A região de Vanuatu faz parte do conhecido Anel de Fogo do Pacífico, uma área de intensa atividade sísmica, tornando-a vulnerável a desastres naturais recorrentes.

De acordo com o World Risk Report, Vanuatu é classificado como um dos países com maior susceptibilidade a desastres naturais, incluindo terremotos, tempestades, inundações e tsunamis. A nação insular, que abriga cerca de 320 mil habitantes, agora enfrenta um dos seus maiores desafios, e a comunidade internacional observa atentamente como as autoridades locais enfrentarão essa crise.

A recuperação será longa e difícil, mas a resiliência do povo de Vanuatu, junto com a assistência da comunidade internacional, pode ajudar a restaurar rapidamente a normalidade e reconstruir o que foi perdido.

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