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Nova York
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Em um ambiente marcado por promessas ousadas e expectativas elevadas, o bilionário japonês Masayoshi Son, fundador da SoftBank, surgiu em Mar-a-Lago, a residência de Donald Trump, para anunciar um investimento monumental de US$ 100 bilhões em projetos nos Estados Unidos nos próximos quatro anos. Essa iniciativa visa a criação de aproximadamente 100.000 novos empregos em setores emergentes, com um foco especial no desenvolvimento de tecnologias inovadoras, como inteligência artificial. O que torna esse anúncio ainda mais curioso é a insistência de muitos investidores nos EUA em atribuir seu sucesso ao avanço da IA em 2024, tornando este investimento uma das peças centrais dessa narrativa.

No entanto, já existem sinais de que esse acordo não passa de um brilho temporário. Ao longo da história, os presidentes americanos, incluindo Trump em seu primeiro mandato, frequentemente buscaram reforçar a boa vontade econômica por meio de grandes promessas de investimento que muitas vezes não se concretizaram. Um dos exemplos mais emblemáticos que vem à mente é o acordo alcançado em 2017 entre Trump e a fabricante taiwanesa Foxconn para a construção de uma fábrica de eletrônicos de US$ 10 bilhões em Wisconsin, com a expectativa de gerar 13.000 empregos. Essa promessa, no entanto, se desfez na prática, com a Foxconn abandonando a maior parte de seus planos para a instalação, resultando em um investimento reduzido para apenas US$ 672 milhões, criando apenas cerca de 1.500 empregos.

Embora a Foxconn eventualmente tenha declarado que investiu US$ 1 bilhão no estado, a fábrica que Trump descreveu como o centro do renascimento da indústria americana acabou se tornando a base para um hub de dados da Microsoft, que se dedica a treinar funcionários e fabricantes na utilização da inteligência artificial. Assim, fica claro que o sonho de um renascimento industrial foi preterido por uma realidade muito distante.

Extensos investimentos não são uma novidade para a SoftBank. Antes do início do primeiro mandato de Trump, a empresa já tinha comprometido um investimento de US$ 50 bilhões, com a expectativa de criar 50.000 empregos, um projeto que incluía startups como a OneWeb, vista como concorrente do Starlink de Elon Musk. No entanto, de acordo com informações de fontes confiáveis, a SoftBank não conseguiu esclarecer quantos empregos realmente foram gerados com esse investimento e quantos foram parte de novas aquisições.

É evidente que a SoftBank tem um histórico misto, com investimentos significativos que nem sempre atingem suas promessas. A empresa ficou marcada por seus fracassos no apoio a iniciativas como a WeWork e a Wirecard, que se tornaram escândalos financeiros conhecidos. Isso leva a crer que o investimento de Son, embora envolvente e grandioso em proposta, pode não ter fundamentos sólidos para gerar o retorno esperado em termos de impacto econômico real.

É importante destacar que nem todos os anúncios realizados por grandes CEOs ao lado de presidentes resultaram em desilusão. Em 2017, o então CEO da Intel, Brian Krzanich, fez uma promessa do salão oval para investir US$ 7 bilhões na retomada da construção de uma fábrica de semicondutores no Arizona, que acabou sendo concretizada em outubro de 2020. Mas, como em todas as histórias, as boas intenções muitas vezes enfrentam as duras realidades econômicas.

Son, conhecido por arriscar em empresas como Yahoo e Alibaba nas décadas de 1990, está familiarizado com as decepções do mundo dos negócios, especialmente em anos recentes. A reputação do SoftBank Vision Fund, seu projeto de capital de risco lançado em 2017, inclui um histórico de grandes falências, o que levanta dúvidas sobre a eficácia do investimento anunciado. Em essência, o retorno desse investimento pode não ser meramente financeiro, mas sim em garantir a satisfação e a simpatia de Trump, que sempre busca o apoio de bilionários ansiosos por um lugar em sua lista de afeições.

No final das contas, a mensagem é clara: enquanto Son e outros magnatas tentam assegurar sua posição na “lista dos bonzinhos” ou ao menos se manter longe da “lista dos malvados”, as promessas de investimento, tão grandiosas quanto podem parecer, têm um longo caminho até a concretização real, frequentemente culminando em frustrações em um mundo econômico que não perdoa.

A CNN também contou com a contribuição de Kayla Tausche para este relatório.

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