No universo das transações financeiras online, onde as taxas podem consumir até 8% do valor de cada venda, muitos comerciantes buscam alternativas que possam reduzir os custos operacionais. As chamadas transações ‘account-to-account’ ou ‘A2A’ surgem como uma solução promissora, oferecendo taxas que podem ser reduzidas a menos de 1%. Porém, a implementação dessa tecnologia enfrenta desafios relacionados à usabilidade e à resistência dos consumidores a abandonar os tradicionais métodos de pagamento com cartão. Nesse cenário, a startup Volume, de origem italiana, acaba de levantar um novo aporte financeiro de R$ 6 milhões, liderado pela United Ventures, e parece ter encontrado um caminho inovador para simplificar esse processo e se destacar no mercado.

A situação não é nova para pequenos e médios empresários, que são os mais impactados pelas elevadas taxas de transação impostas por gigantes como Visa e Mastercard. Embora as soluções A2A possam eliminar esses custos adicionais, a adoção dessas tecnologias tem sido lenta devido a desafios técnicos, à lealdade dos consumidores aos cartões e à necessidade de oferecer funcionalidades como reembolsos e suporte a múltiplas moedas. Nesse sentido, a proposta da Volume é bastante arrojada: a empresa desenvolveu um checkout de um clique por meio de um widget que pode ser facilmente integrado em sites, de forma similar ao que já fazem plataformas populares como o PayPal.

Simone Martinelli, fundador e CEO da Volume, compartilhou sua visão com a TechCrunch: “Imagine uma empresa tradicional de pagamentos como MasterCard, Visa, Stripe ou Checkout.com. Elas cobram entre 2% e 8% sobre tudo que compramos online. Nós queremos mudar isso. Não há mais intermediários… existe o simples movimento de dinheiro da sua conta bancária para a conta do comerciante.” Essa declaração evidencia a ambição da Volume de romper com um modelo de negócios que, por muito tempo, se manteve inalterado.

Mas o que realmente diferencia a Volume nesse mercado saturado? Martinelli aponta para a experiência do usuário como o fator-chave que a empresa conseguiu aprimorar. “O que faltava era a experiência do usuário. Você precisa pedir ao usuário seu número de conta e código de identificação. Mas nós comprimimos tudo em um só clique. Conseguimos resolver a interface do usuário. Ninguém mais está realmente prestando atenção à experiência do usuário. Achamos que construímos o ‘Apple Pay’ do espaço A2A”, afirmou.

A estrutura de preços da Volume é de taxa fixa e as transações são processadas por meio de seu parceiro de infraestrutura, a Yapily, enquanto a autenticação ocorre por meio do aplicativo bancário do usuário. Essas características servem para colocar a Volume em uma posição privilegiada, especialmente em um momento em que outras startups do setor de pagamentos enfrentam dificuldades. Por exemplo, a startup A2A Fast, que levantou R$ 150 milhões de investidores, acabou falindo, assim como a Kevin, que arrecadou R$ 65 milhões e foi declarada insolvente este ano.

No entanto, a trajetória da Volume parece estar em ascensão. De acordo com Paolo Gesess, fundador e sócio administrador da United Ventures, a capacidade da empresa de aumentar seu volume de mercadorias (GMV) em 163 vezes no último ano valida a enorme oportunidade que se apresenta. Além disso, a Volume recentemente ampliou sua equipe, contratando talentos como Justin Sebok, ex-chefe de produto da Fintech Curve, Richard Frenken, ex-iZettle, e Shannon Krishna, que trabalhou na WorldRemit e Luno.

O que se pode concluir a partir dessa jornada é que a inovação no setor de pagamentos não é apenas uma questão de novas tecnologias, mas também de entender e facilitar a vida dos usuários finais. O sucesso da Volume pode servir de inspiração para outras startups que desejam entrar nesse espaço competitivo, mostrando que, com a abordagem certa e uma boa experiência do usuário, é possível desbravar novos caminhos e oferecer soluções que realmente façam a diferença tanto para os comerciantes quanto para os consumidores.

Volume Payment Solutions

Para mais informações sobre as inovações financeiras e o futuro dos pagamentos, acesse TechCrunch.

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