A saúde dos idosos é um tema que preocupa especialistas e familiares, especialmente quando se trata da prevenção de quedas e fraturas. Recentemente, um novo rascunho de recomendações do Comitê de Serviços Preventivos dos Estados Unidos (USPSTF) trouxe à tona um dado que pode surpreender muitos: a suplementação de vitamina D e cálcio, que tantas vezes é promovida como essencial, não é eficaz para reduzir o risco de quedas ou fraturas em adultos mais velhos que são geralmente saudáveis. Esta revelação se faz ainda mais relevante agora que, pela primeira vez, as diretrizes também incluem os homens, refletindo uma evolução no entendimento sobre a saúde dos idosos em geral.

Segundo o documento recém-publicado, a suplementação de vitamina D e cálcio pode ser necessária para a saúde geral dos idosos, mas as orientações do USPSTF recomendam que os profissionais de saúde busquem alternativas para evitar quedas ou fraturas nesse grupo etário. Vale ressaltar que há um contraste significativo comparado com as diretrizes de 2018, quando o comitê já havia recomendado evitar a suplementação diária de 400 unidades ou menos de vitamina D e 1.000 miligramas ou menos de cálcio para a prevenção primária de fraturas em mulheres pós-menopáusicas. No entanto, a falta de dados suficientes na época impediu uma recomendação firme para a população masculina. Agora, a nova abordagem não menciona dosagens específicas, mas adverte contra a suplementação para homens de 60 anos ou mais.

A busca por soluções eficazes para a saúde dos idosos é urgente, considerando que, segundo dados do CDC, cerca de um em cada quatro idosos nos Estados Unidos experimenta uma queda a cada ano. Isso pode resultar em consequências graves, como fraturas ósseas e outras lesões que impactam significativamente a qualidade de vida. Assim, o que pode ser feito além de se considerar a ingestão de suplementos? Os especialistas sugerem estratégias esclarecedoras e práticas para promover a segurança e saúde dos idosos. Entre essas dicas estão a realização de exercícios regulares e a triagem para a osteoporose, especialmente em mulheres acima de 65 anos.

O Dr. Goutham Rao, membro do USPSTF, afirmou que a nova recomendação surge a partir de uma análise mais abrangente que levou em consideração um número maior de participantes masculinos nos estudos sobre quedas e fraturas relacionadas à vitamina D. Esse avanço na pesquisa permitiu concluir que a suplementação não traz benefícios na prevenção de quedas, mesmo em altas doses, desmistificando a ideia de que mais é sempre melhor. Contudo, o Dr. Rao enfatizou que isso não significa que a vitamina D e o cálcio devem ser eliminados da dieta, já que ambos os nutrientes desempenham papéis fundamentais na absorção de cálcio, na saúde do sistema imunológico, na função cerebral e em outras áreas do organismo, sendo sua ingestão vital.

A nova abordagem do USPSTF pode inicialmente soar desafiadora e gerar confusão, levando alguns a acreditar que a importância da vitamina D e do cálcio está sendo subestimada. Dr. Sherri-Ann Burnett-Bowie, professora associada de medicina na Harvard Medical School, salienta que é fundamental que todos sejam informados sobre a quantidade diária recomendada desses nutrientes, que varia entre 600 a 800 unidades de vitamina D e entre 700 e 1.200 miligramas de cálcio, dependendo da faixa etária. A falta desses nutrientes pode levar a uma deficiência que impacta diretamente a saúde óssea.

Outro ponto a ser destacado por especialistas é que existe uma disparidade no consumo recomendado de cálcio e vitamina D entre diferentes grupos étnicos e raciais nos Estados Unidos. Os não hispânicos, negros e não hispânicos asiáticos, por exemplo, apresentam índices mais altos de inadequação dietética desses nutrientes essenciais. Isso significa que muitos podem não atingir as quantidades necessárias apenas por meio da dieta, tornando a suplementação uma alternativa viável e necessária para muitos.

Além disso, os profissionais de saúde alertam sobre os riscos potenciais associados à suplementação excessiva e ao aumento do consumo de cálcio, que podem estar relacionados à ocorrência de pedras nos rins. No entanto, desde que as dosagens recomendadas sejam seguidas, a probabilidade de efeitos adversos é baixa, como ressaltou o Dr. Burnett-Bowie.

Estratégias para prevenir quedas em adultos mais velhos

Com mais de 800.000 hospitalizações anuais devido a quedas, a implementação de medidas preventivas é uma necessidade coletiva. O recomendado é que adultos mais velhos realizem uma atividade física regular, que pode incluir treinamento de resistência com pesos ou bandas elásticas, assim como exercícios voltados ao equilíbrio, como ioga, pilates ou tai chi. Pequenas mudanças nos hábitos diários, como se levantar lentamente para evitar quedas de pressão arterial, também podem ter um grande impacto na segurança geral.

Além disso, a realização de testes de visão e audição e o uso de dispositivos auxiliares, como bengalas ou andadores, são opções viáveis para a prevenção de quedas. Os cuidados redobrados em épocas de clima severo, como no inverno, para evitar escorregões em superfícies molhadas ou escorregadias, são dicas valiosas que todos os idosos devem considerar.

Portanto, a mensagem que emerge dessa nova recomendação é clara: a saúde e segurança dos idosos devem ser tratadas como uma prioridade. Embora a vitamina D e o cálcio ainda sejam essenciais para a saúde geral, outros métodos demonstraram ser mais eficazes para a prevenção de quedas e fraturas. A conscientização e o entendimento sobre essas medidas podem, sem dúvida, fazer a diferença na vida de muitos.

Para mais informações sobre quedas e prevenção, acesse o CDC e fique por dentro das melhores práticas.

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