Washington — O cenário atual no Congresso dos Estados Unidos é marcado por uma intensa agitação entre os líderes, que buscam uma solução para o financiamento do governo antes do prazo iminente para um possível shutdown, determinado para a noite de sexta-feira. A pressão é palpável, já que a situação se agrava e os legisladores lutam para garantir a continuidade dos serviços públicos, que afetaria milhões de cidadãos americanos.
O porta-voz da Câmara, Mike Johnson, que nos últimos dias reiterou que a liberação do projeto de lei de financiamento seria anunciada em breve, confirmou na manhã de terça-feira que espera que o texto da medida, conhecida como resolução contínua, seja disponibilizado até o fim do dia. Esta proposta visa manter os níveis atuais de financiamento até 14 de março, proporcionando aos parlamentares um tempo adicional para chegarem a um consenso sobre novos projetos de lei orçamentária, enquanto o Partido Republicano mantém o controle tanto na Câmara quanto no Senado.
“A resolução contínua está em andamento, o trabalho bipartidário está em andamento,” afirmou Johnson. “Estamos quase lá.” Ele enfatizou que os legisladores têm trabalhado incansavelmente para finalizar a resolução. O objetivo é que se trate de uma medida de financiamento temporária que seja “muito simples, muito clara”, permitindo que o partido inicie o novo ano sem maiores contratempos. No entanto, o republicano da Louisiana mencionou que “alguns acontecimentos intervenientes” mudaram o curso do debate, incluindo os danos causados pelos furacões Helene e Milton, que ocorreram no início do ano. Johnson ressaltou que a medida temporária inclui assistência para desastres que é “crucial” e oferece apoio aos agricultores.
“O que seria uma resolução contínua muito enxuta, muito simples, teve esses outros elementos adicionados,” comentou Johnson.
Na busca por um consenso mais rápido entre os republicanos, Johnson destacou que o foco está em resolver a disputa sobre o financiamento do governo antes do prazo de 14 de março determinado pela resolução contínua. Ele defendeu a importância de respeitar a regra que concede aos membros 72 horas para revisar a legislação antes de sua apresentação, o que adiaria a votação da medida até sexta-feira. Além disso, afirmou que a liderança republicana na Câmara está comprometida em aprovar a resolução contínua através do processo regular, o que inclui a aprovação na Comissão de Regras da Câmara, onde é quase certo que enfrentará oposição de conservadores mais radicais do partido, o que pode atrasar ainda mais o andamento.
Simultaneamente, parte da ala mais conservadora dos republicanos expressou sua oposição à medida temporária. O deputado Chip Roy, do Texas, que é membro da Comissão de Regras, disse a jornalistas após a reunião da conferência republicana da Câmara na manhã de terça-feira que “este não é o processo pelo qual assinamos”, destacando que os legisladores deveriam ter a oportunidade de emendar e debater as principais legislações no plenário da Câmara. Ele comentou de forma enfática sobre a insatisfação em relação ao avanço da proposta: “Nós recebemos essa negociação que parece uma ‘sanduíche envenenado’ e somos forçados a engoli-la. Por quê? Porque o Natal está por vir. É a mesma coisa todo ano — legislar por crise, legislar pelo calendário, não legislar porque é a coisa certa a fazer.”
Johnson, que já expressou sua aversão a propostas de orçamento de fim de ano em larga escala, conhecidas como “omnibuses”, se comprometeu a evitar a prática de aprovar despesas antes do recesso de fim de ano. Ele defendeu a resolução contínua, afirmando que “não se trata de um omnibus” e argumentou que isso colocará o partido na posição de “deixar sua marca no que serão as contas finais de gastos” no novo ano.
O clima de frustração se intensifica conforme Johnson se prepara para um referendo sobre seu desempenho no cargo em poucas semanas, com a câmara programada para votar para a eleição de um novo presidente na nova legislatura. “Todo mundo sabe que temos circunstâncias difíceis,” admitiu Johnson, ao ser questionado sobre como a disputa pelo financiamento poderia impactar a votação de seu cargo. “Estamos fazendo o melhor que podemos sob essas circunstâncias.”
Enquanto isso, a expectativa cresce entre os cidadãos sobre como os legisladores agirão diante desse embate, principalmente na aproximação das festas e as possíveis implicações que um shutdown poderia ter sobre os serviços essenciais. O futuro econômico do país pode depender da habilidade do Congressista em transformar promessas em ações efetivas.
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