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As prévias do Oscar revelam-se como um termômetro para as expectativas da premiação, funcionando como os exit polls nas eleições: representam as melhores informações disponíveis sobre o que os eleitores realmente sentem, mas não necessariamente contam toda a história.

Na última terça-feira, a divulgação dos dez filmes selecionados nas principais categorias dessa edição do Oscar trouxe uma surpresa: Emilia Pérez, produção da Netflix, despontou com seis indicações, liderando as nomeações. Outro filme que se destacou foi Wicked, da Universal, com quatro indicações, enquanto produções como Alien: Romulus, Blitz, Duna: Parte Dois, Gladiador II e The Wild Robot conseguiram três nomeações cada uma. Esse resultado gerou discussões sobre as decisões estratégicas da Academia e como esses filmes se encaixam nas preferências dos votantes.

Contudo, a ausência de outros filmes como Anora, A Real Pain, da Searchlight, e Nickel Boys, da Amazon/MGM, nos shortlists não deve ser interpretada automaticamente como um sinal de que não ressoaram com a Academia. Esses filmes possuem uma narrativa singular, e sua falta de presença pode ser explicada pela ausência de características que geralmente atraem os votantes, como a falta de canções originais relevantes ou elementos de maquiagem e efeitos visuais que muitas vezes são vistos como centrais ao apelo dos filmes.

Os casos mais intrigantes são aqueles em que algumas áreas de criações não foram suficientemente reconhecidas. O filme Conclave, da Focus, teve indicações para trilha sonora, mas ficou de fora das categorias de som e efeitos visuais; Nosferatu teve a mesma situação, mas com uma indicação para maquiagem e trilha sonora. Por outro lado, projetos como Joker: Folie à Deux e Furiosa: A Mad Max Saga não avançaram como esperavam, levantando um debate sobre a equidade na avaliação de sequências que anteriormente se destacaram.

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A lista de documentários em destaque inclui todos os títulos que são amplamente considerados como fortes concorrentes, como Sugarcane da Nat Geo e Soundtrack to a Coup d’Etat. Curiosamente, o filme Super/Man: The Christopher Reeve Story ficou de fora, demonstrando uma aversão que a Academia tem em relação a documentários sobre celebridades.

Esta ausência pode ter implicações significativas na corrida pelos prêmios em questão. Assim que a lista for reduzida para cinco, todos os olhares estarão voltados para a aceitação de Will & Harper como um possível vencedor. Na verdade, a Netflix garantiu um quinto das vagas nesse shortlist, destacando-se ainda entre os documentários de questões sociais com Hollywoodgate e Porcelain War.

Nas categorias de filmes internacionais, todos os principais nomes foram confirmados, com exceção do filme In Her Place da chilena Maite Alberdi, uma escolha questionável da comissão indiana que preferiu Lost Ladies.

Em suma, a análise dos shortlists desta temporada do Oscar traz à tona não apenas os favoritos evidentes, mas também gera questões intrigantes sobre as surpresas e exclusões que moldam a narrativa das premiações. Nos resta acompanhar as próximas etapas e ver como essas escolhas do Academy irão influenciar o resultado da tão esperada cerimônia.

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