a descoberta devastadora e a luta contínua contra o câncer
Em fevereiro de 2016, a rotina da professora de educação infantil Renée Herman Garber, moradora de Durham, Carolina do Norte, foi interrompida quando seu médico notou um nódulo em seu seio esquerdo. Com apenas 34 anos, ativa e mãe de duas meninas pequenas, Garber não acreditava que a situação pudesse ser grave, presumindo que o nódulo era resultado da amamentação. Ela relembra: “Câncer simplesmente não estava no meu radar quando eu tinha 34 anos. Ninguém podia acreditar que eu tinha câncer, porque sempre fui a saudável.” Para obter paz de espírito, optou por uma mastectomia em março de 2016, seguida de quatro sessões de quimioterapia e cinco semanas de radioterapia. Dois anos depois, devido a complicações, precisou retirar os ovários.
Os desafios físicos e emocionais da nova realidade
No início da primavera de 2020, Garber começou a sentir dores no lado direito do corpo, que à primeira vista atribuiu a estresse. Trabalhando em casa devido à pandemia e com as crianças em casa, pensou que era apenas ansiedade. Porém, ao consultar seu médico da Duke University, devido à sua crescente fadiga que a impedia de correr ou subir escadas, foi direcionada para a sala de emergência. O resultado dos exames mostrou que seu fígado estava “coberto de câncer”, que havia se espalhado para o trato gastrointestinal, ossos e medula óssea. Recebeu o diagnóstico de câncer de mama metastático e uma previsão de vida entre seis meses a um ano. “As coisas pioraram tão rapidamente que tivemos que explicar às crianças que eu poderia morrer.”
Garber, que passou de uma vida saudável e ativa a um quadro em que a tarefa mais simples se tornava desafiadora, encontrou força em suas filhas, agora com 12 e 10 anos. “Foquei em estar o mais presente possível na vida delas. Nunca sei quanto tempo ainda terei, então reflito sobre o que quero que elas lembrem de mim.” Desde o divórcio em 2022, tem enfrentado a criação das filhas sozinha enquanto continua o tratamento. Ela se dedicou a criar memórias com elas, realizando passeios e viagens para lugares como Lake Norman e a costa de Jersey, onde, apesar das limitações físicas, assiste suas filhas esquiando à distância, buscando sempre apoiá-las e incentivá-las em tudo que fazem. “Espero que possam olhar para trás e perceber que tudo o que eu fiz foi porque eu queria mais tempo com elas”, diz Garber.
o papel da medicina e a resiliência na luta contra o câncer
Renée considera seu câncer uma condição crônica. Atualmente, está em seu sexto regime de tratamento nos últimos quatro anos, abrangendo quimioterapia a cada 21 dias e diversas terapias anti-câncer, incluindo terapia endócrina, terapia direcionada, quimioterapia, conjugados de medicamentos anticorpos e imunoterapia. Dr. Carey Anders, professor de Medicina na Duke University School of Medicine e oncologista, destaca a notável resiliência de Garber: “Com o tipo de câncer de mama que ela tem, mulheres podem viver anos com o diagnóstico e fazer isso muito bem. É difícil prever um prognóstico exato, e eu adoro quando os pacientes nos surpreendem.” Embora incapaz de trabalhar em tempo integral, Garber ainda leciona na medida do possível, pois sua paixão pela docência é imensa. Ela criou uma conta no Instagram para compartilhar sua trajetória como mãe solo lidando com o câncer e recebeu incentivos de amigos para escrever um livro sobre sua experiência.
Transformou seu estilo de vida, incluindo práticas como acumpuntura e reiki, além de receber orientação de uma nutricionista especializada em câncer, focando em uma dieta rica em vegetais e alimentos saudáveis. Aprendeu a se valorizar e a aceitar a ajuda de familiares e amigos. “Descobri o quanto as pessoas se importam e desejam ajudar. Sempre fui alguém que gosta de dar, mas essa fase da minha vida me fez perceber a importância de aceitar apoio.” Com a criação de uma página no GoFundMe, a comunidade tem se mobilizado para oferecer suporte financeiro enquanto Garber e suas filhas enfrentam as complexidades financeiras que o câncer acarreta. Os custos associados ao tratamento estão além da mera quimioterapia, englobando despesas como consultas nutricionais, terapias alternativas e custos de estacionamento durante as visitas ao centro de tratamento.
dicas de apoio e a força da comunidade
Garber compartilha sugestões de como amigos e familiares podem oferecer ajuda significativa a alguém passando por uma batalha contra o câncer. Oferecer refeições é um gesto inestimável, especialmente em momentos em que a preparação de alimentos se torna difícil. Em vez de perguntar se pode ajudar, ela sugere abordar a situação de maneira proativa, oferecendo-se para levar as crianças da escola ou organizar a logística de transporte, o que é uma enorme ajuda. Garber também recebeu auxílio de amigos que, mesmo à distância, manifestaram apoio com pacotes enviados contendo produtos essenciais, para evitar que ela se preocupasse com tarefas simples e do dia a dia. “Meus amigos do colégio organizaram um serviço de limpeza que me ajudou enormemente”, relata Garber. “Não sei onde estaria sem eles.” Aquelas que estiveram ao lado dela desde o diagnóstico continuam apoiando, ajudando a levar as crianças para as atividades, preparando lanches e coordenando com sua mãe o suporte necessário durante as consultas médicas. Essas amigas se tornaram uma rede de suporte fundamental, proporcionando não só assistência prática, mas também conforto emocional.
Sem dúvida, a jornada de Renée Herman Garber tem sido marcada por desafios imensos, mas também por uma força e resiliência inabaláveis. Sua história não é apenas uma luta individual contra o câncer, mas uma inspiradora demonstração do poder da comunidade e do amor familiar. Enquanto ela continua a enfrentar essa difícil batalha, Garber se mantém firme em seu propósito de viver plenamente, valorizando cada momento ao lado de suas filhas e inspirando outros ao compartilhar sua jornada.