No dia 25 de dezembro deste ano, Sean “Diddy” Combs, o icônico mogul do hip-hop, vivenciará um Natal que se distoa do espírito festivo normalmente associado a essa data. Às 6 da manhã, ele iniciará sua rotina em uma cela de um estilo de dormitório de bloco de concreto, localizada no Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn, em Nova York. Essa realidade é muito diferente das mansões luxuosas que habitou em Miami Beach e Los Angeles antes de enfrentar uma série de sérias acusações legais, incluindo tráfico sexual e extorsão, que foram formalmente apresentadas em 16 de setembro. De acordo com um funcionário da prisão, apesar das circunstâncias, “ele está bem”, afirmando que “ninguém quer estar aqui”. Porém, mesmo em um ambiente tão hostil, a resiliência de Combs é palpável.
O menu do dia de Natal traz à mesa uma refeição que, apesar de simples, é um lembrete da liberdade perdida: frango Cornish, macarrão com queijo, molho de cranberry e pães para o almoço, seguido por dois sanduíches de manteiga de amendoim com geleia para o jantar. A rotina desse dia, conforme relatado por fontes dentro do complexo penitenciário, não se diferenciará de qualquer outro dia na instituição, onde Combs, aos 55 anos, tem se mostrado animado desde sua detenção no outono passado. Email e bate-papos têm ocorrido entre Detenção e o resto do mundo, confirmando que até mesmo em suas limitações, ele encontrou formas de manter um espírito elevado.
Nas edições impressas da semana, a revista PEOPLE investigou como Combs tem ocupado seu tempo durante o feriado, conversando com detentos e pessoas próximas. A relação de Combs com os outros internos parece ser positiva; ele participa de jogos de cartas e é frequentemente visto jogando basquete durante os horários de recreação. A visita de familiares também ocorre nos dias da semana, geralmente às terças ou quartas-feiras. Um ex-detento comentou: “Ele é bem-quisto na prisão. As pessoas se dão bem com ele.” No dia 25, Combs terá à disposição diversas opções para distrair-se: jogar Spades, jogar dominó, participar de um torneio de basquete de três contra três ou até mesmo um torneio de futebol. Um colega de cárcere comentou: “Provavelmente, ele jogará basquete; ele gosta disso.”
Embora Combs possa contar com uma conta na cantina e com a possibilidade de receber fundos, um fato permanece imutável: a liberdade não está ao seu alcance por enquanto. O rapper aguarda um julgamento marcado para começar em 5 de maio de 2025 e, embora tenha se declarado inocente das acusações, decidiu desistir de um pedido de fiança em 13 de dezembro, depois que os juízes o negaram pela terceira vez. A situação delicada em que se encontra foi elucidata durante uma audiência em um tribunal federal em Manhattan no mês passado. Combs entrou na sala, desassociado e vestindo um traje de prisão bege, e enviou gestos de carinho para sua mãe e seus seis filhos.
O procurador Christy Slavik, durante a audiência, não hesitou em descrever a situação do acusado: “O réu, simplesmente, não pode ser confiado.” De acordo com a acusação, Combs teria operado uma empresa criminosa por meio de violência, uso de armas de fogo, ameaças, coerção, e abusos verbais, emocionais, físicos e sexuais. O juiz do distrito Arun Subramanian deixou claro que “nenhuma condição” poderia mitigar o risco de intimidação de testemunhas, resultando na negativa de fiança de Combs, entregando ao cantor uma dura realidade de seu novo modo de vida.
Indo além das acusações criminais, o artista enfrenta mais de 30 processos civis relacionados a alegações de agressão sexual que surgiram desde o ano passado. Entre essas alegações está um processo de novembro de 2023 movido pela cantora R&B Cassie Ventura, que acusa Diddy de estupro, abuso físico, e pressão para participar de performances sexuais durante uma década. Embora os dois tenham chegado a um acordo um dia após a apresentação do processo, sem divulgar os termos, o passado de agressão violenta de Combs foi reavivado por canalizações da mídia, onde um vídeo perturbador de 2016 foi exibido, mostrando Combs agredindo Ventura em um corredor de hotel.
Novamente no centro das atenções, no dia 12 de dezembro, três homens processaram Combs anonimamente, alegando que foram vítimas de estupro após ingerir bebidas que os deixaram inconscientes. Do relato de um deles, que trabalhou para Combs por 14 anos, surge a denúncia de que ele foi supostamente agredido durante uma reunião de negócios em um hotel InterContinental, em 2020, onde um coquetel foi servido e a vítima perdeu a consciência. Ao acordar, alegou que Diddy o estava agredindo. “Tomei um drink com ele e senti imediatamente que algo havia sido colocado naquela bebida,” relatou o homem. “Quando tentei resistir, Combs teria dito para eu ‘parar’ e que estava ‘quase acabando’.”
As denúncias de agressão surgem em um ambiente onde a cultura do silêncio ainda é predominante, enquanto advogados que representam Combs declararam em nota que as acusações dos homens eram “repletas de mentiras” e que pretendem provar falsidades nas alegações e buscar sanções contra advogados que, segundo dizem, apresentaram reivindicações fictícias. Por outro lado, o advogado dos acusadores está determinado a buscar justiça pelos que se sentiram vulneráveis: “Nosso papel é advogar por esses homens que foram [supostamente] atacados e abusados por Sean Combs,” disse Thomas Giuffra. “Essa é uma oportunidade há muito esperada para as vítimas retomarem o poder após carregarem o fardo do abuso em silêncio.”
Com uma longa espera até o julgamento e um Natal marcado por solidão, Combs enfrenta desafios que vão além das paredes frias da prisão. A busca por justiça por parte de seus alegadores e a fúria das série de acusações contra ele transformarão esse feriado em uma reflexão amarga sobre suas ações e as consequências que emergem delas. Se você ou alguém que você conhece foi vítima de agressão sexual, entre em contato com a Linha Nacional de Atendimento a Vítimas de Agressão Sexual pelo número 1-800-656-HOPE (4673) ou visite rainn.org.