A menopausa é uma fase significativa na vida de uma mulher, marcada por profundas alterações físicas e emocionais. Embora o termo “calor” possa parecer simples, ele não capta toda a intensidade das ondas súbitas de calor que cerca de 75% das mulheres experimentam neste período. Os calores, especialmente quando ocorrem à noite, conhecidos como suores noturnos, geram interrupções significativas no sono, conforme enfatiza o Dr. Hugh Taylor, presidente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Yale Medicine. Compreender a menopausa e suas manifestações, como os calores, é fundamental para buscar soluções que melhorem a qualidade de vida.
A maioria das mulheres nos Estados Unidos entra na menopausa aos 51 anos, embora os calores possam começar durante a perimenopausa, fase que pode durar de quatro a oito anos. De acordo com dados recentes, a média de duração dos calores é de sete a nove anos, e o Dr. Lubna Pal, endocrinologista reprodutiva da Yale Medicine, esclarece que, ao contrário do que se pensava anteriormente, muitas mulheres podem continuar a enfrentar esses sintomas até os 60 e 70 anos. Isso enfatiza a importância de não sufocar essas experiências de forma silenciosa. Dr. Pal e Dr. Taylor alertam que intervenções estão disponíveis.
Os calores são caracterizados por uma repentina e intensa sensação de calor, frequentemente envolvendo a parte superior do corpo, como peito, pescoço e face. Esses episódios podem durar de um a cinco minutos e ocorrer de uma a mais de dez vezes ao dia, muitas vezes acompanhados de sintomas como suor, pele avermelhada e ansiedade. O Dr. Pal explica que as causas exatas e os gatilhos dos calores não são completamente compreendidos, mas o hormônio estrogênio desempenha um papel crucial. As flutuações nos níveis de estrogênio durante a perimenopausa e a perda de estrogênio nas mulheres na menopausa influenciam a regulação da temperatura corporal, levando ao fenômeno dos calores.
A regulação da temperatura é gerida pelo hipotálamo, cuja sensibilidade às quedas de estrogênio provoca um aumento da temperatura central do corpo e desencadeia os calores. Para controlar essas oscilações, os vasos sanguíneos da pele se dilatam, resultando no rubor e na transpiração tão comuns associados aos calores. Por fim, se as medidas de resfriamento forem excessivas, pode ocorrer uma diminuição transient na temperatura do corpo, levando a episódios de calafrios.
A gestão dos calores pode ser feita através de duas principais categorias de medicação: hormonal e não hormonal. As terapias hormonais, conhecidas como Terapias Hormonais da Menopausa (THM), incluem medicamentos “somente estrogênio” para mulheres sem útero e uma combinação de estrogênio e progesterona para aquelas que têm útero. Os tratamentos hormonais são amplamente aprovados pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) e, além de ajudar a controlar os calores, podem auxiliar em outros sintomas da menopausa, como a secura vaginal e dificuldades para dormir.
Os medicamentos não hormonais também vêm ganhando destaque, com o paroxetina (Brisdelle®), um antidepressivo, e o fezolinetante (Veozah®), ambos aprovados pela FDA para alívio dos calores. A eficácia do fezolinetante foi destacada em estudos mais recentes, embora tenha sido emitida uma advertência sobre possíveis danos ao fígado. Apesar de as terapias hormonais serem consideradas as mais eficazes no tratamento dos calores, alternativas não hormonais são seguras para mulheres que não podem ou preferem não usar hormônios.
As mulheres com calores leves podem optar por não utilizar medicação, mas para aquelas cujos sintomas impactam significativamente suas vidas, o tratamento é essencial. É importante lembrar que mulheres com histórico de câncer de mama ou que estão em risco elevado de trombose devem evitar a terapia hormonal e considerar opções não hormonais. A busca pelo tratamento adequado deve considerar a gravidade dos sintomas e os riscos à saúde de cada mulher.
Algumas mudanças no estilo de vida também podem ajudar a mitigar o desconforto dos calores. Institutos de Saúde sugerem facilitar o sono em temperaturas mais amenas, manter água fria ao lado da cama, usar camadas de roupa para facilitar ajustes noturnos, e considerar práticas de relaxamento como terapia cognitivo-comportamental e hipnose. Embora não existam estudos rigorosos comprovando a eficácia dessas táticas, o Dr. Taylor recomenda que elas sejam experimentadas, pois muitas vezes a proatividade pode oferecer alívio.
Entender e gerenciar os calores é uma viagem única para cada mulher. Com assistência adequada e estratégias personalizadas, é possível transformar a experiência da menopausa, permitindo que as mulheres naveguem nesta fase de suas vidas com maior conforto e qualidade. Portanto, se você está enfrentando esses desafios, procure conversar com um profissional de saúde, que pode ajudar a encontrar a melhor abordagem para o seu caso e garantir que essa fase não seja marcada apenas pelos calores, mas também por um rejuvenescimento e descoberta.
Visite o Instituto Nacional sobre o Envelhecimento para mais informações.