Jesse Eisenberg, renomado ator conhecido por seus papéis desafiadores, voltou a comentar sobre sua interpretação do icônico vilão Lex Luthor no filme Batman v Superman: Dawn of Justice. No episódio do podcast Armchair Expert, que foi ao ar em 16 de dezembro, Eisenberg não hesitou em compartilhar suas percepções sobre a recepção do filme e como isso influenciou sua trajetória profissional. O tom de sua fala demonstrou não apenas um toque de vulnerabilidade, mas também uma crítica à forma como a indústria cinematográfica reage a projetos que não atingem as expectativas do público e da crítica.
O ator de 41 anos afirmou que o filme, apesar de ter arrecadado impressionantes $874 milhões em bilheteira mundial, foi recebido de maneira bastante negativa, relata a Variety. Essa recepção, segundo ele, não apenas afetou a reputação do filme, mas também teve um impacto duradouro em sua carreira. “Eu estava nesse filme do Batman e a recepção foi tão ruim, e eu também fui tão mal recebido”, comentou Eisenberg, que não disfarçou o desconforto ao trazer à tona um assunto tão delicado. A sua confissão de que este fracasso teve um efeito real e negativo sobre sua carreira, revelando que se sentiu “embaraçado” por sua atuação, impressionou os ouvintes e destacou o peso que um papel em uma produção de grande visibilidade pode ter na avaliação de um ator.
Além de analisar o impacto na carreira, Eisenberg também mencionou como a recepção pública do filme o afetou emocionalmente. Apesar de ter gostado de seu papel, e de ter apreciado a experiência de filmagem, ele se sentiu responsável pelo que aconteceu. “Sinto apenas que sou culpado. Não acho que eles me erraram, mas sim, ‘oh, eu acho que fiz algo errado ali’,” disse, reforçando a ideia de que ele assumiu a responsabilidade pela crítica, mesmo sem ter lidado diretamente com as resenhas e a imprensa em torno do filme na época. Essa percepção de autoavaliação é uma reflexão profunda que muitos em posições semelhantes podem compreender, ressaltando a natureza pessoal do feedback que os artistas recebem sobre seu trabalho.
Entre outras revelações feitas no podcast, Jesse Eisenberg falou sobre seu mais recente projeto, A Real Pain, onde ele atuou como roteirista e diretor. O filme traz a história de dois primos, interpretados por ele e Kieran Culkin, que se reúnem para uma turnê sobre o Holocausto na Polônia, em uma tentativa de homenagear sua avó. O que deveria ser uma jornada edificante transforma-se em uma exploração das tensões familiares e das histórias não contadas que os moldaram. Eisenberg se inspirou em experiências pessoais, destacando que a narrativa foi influenciada por uma viagem que fez com sua esposa, Anna Strout, na Venezuela, onde se sentiram isolados de outras pessoas.
O ator expressou entusiasmo sobre a forma como a comédia e o humor podem surgir mesmo em contextos mais sérios, buscando equilibrar momentos de reflexão profunda com a leveza que caracteriza muitos de seus trabalhos anteriores. A produção, que já recebeu quatro indicações ao Globo de Ouro, conseguiu destacar-se não apenas pela performance dos atores, mas também por sua abordagem sensível e, por vezes, humorística de temas pesados. O American Film Institute também reconheceu a relevância do filme, incluindo-o na lista dos 10 melhores filmes de 2024.
Com essas revelações, Eisenberg nos lembra que a jornada de um artista pode ser repleta de altos e baixos, e a resiliência é muitas vezes necessária para continuar a criar e se expressar. A ligação entre suas experiências passadas e seu mais recente projeto também serve como motivação para aqueles que podem enfrentar dificuldades em sua carreira. O ator é um exemplo de que sempre existe a oportunidade de se reinventar, mesmo após experiências desafiadoras em sua trajetória.
A partir das reflexões de Eisenberg sobre sua carreira e sua experiência com o filme Batman v Superman, fica evidente que operar na indústria do entretenimento tem suas complexidades e desafios, e que o caminho para a aceitação e o reconhecimento é frequentemente pavimentado com críticas e desafios. A importância de uma resposta crítica construtiva e a possibilidade de evolução a partir dela são lições que tanto o público quanto os artistas podem considerar ao apreciar a arte e as performances que amam.