corte de energia afeta milhões e leva governo a implementar medidas de emergência

No último dia 18 de outubro de 2024, Cuba experimentou um apagão em larga escala que resultou na interrupção do fornecimento de eletricidade para milhões de cidadãos. O ocorrido foi atribuído à falha de uma das principais plantas termelétricas do país, a La Antonio Guiteras, conforme informações fornecidas pelo Ministério da Energia. O colapso da rede elétrica se deu por volta das 11 horas da manhã, horário local, e, segundo as autoridades, a interrupção seria temporária. Contudo, a gravidade da situação levou o governo cubano a adotar medidas de emergência para responder à crise e garantir um mínimo de segurança à população. A iniciativa incluiu a suspensão de aulas nas escolas, o fechamento de estabelecimentos públicos e a cancelamento de serviços não essenciais, evidenciando a profundidade do impacto do evento sobre a vida cotidiana dos cubanos.

A situação, que começou a ser identificada na noite de quinta-feira, culminou em uma perda de 1.64 gigawatts durante as horas de pico ao longo da tarde, representando praticamente metade do total de demanda do sistema elétrico no momento da ocorrência. Em meio a essa crise, a administração do Primeiro-Ministro Manuel Marrero prometeu trabalhar incansavelmente para restabelecer os serviços de eletricidade, comunicando aos cidadãos que não haveria tréguas até que a situação fosse normalizada. Apesar dos desafios, Marrero se esforçou para tranquilizar a população em uma transmissão especial pela televisão, enfatizando que medidas estavam sendo necessárias para garantir a energia à população e que seria preciso suspender temporariamente algumas atividades econômicas para tal fim. O ministro também destacou que havia um plano em andamento para realizar ajustes nas tarifas de eletricidade de pequenas e médias empresas que proliferaram desde a sua autorização pelo governo comunista em 2021, numa tentativa de balancear as necessidades crescentes.

De acordo com Alfredo López, chefe da União Elétrica Nacional (UNE), a sobrecarga na demanda de eletricidade foi provocada por um aumento no consumo decorrente do uso intensificado de ar-condicionado por pequenas e médias empresas, associado à deficiência crítica de manutenção em usinas termelétricas antiquadas e à escassez de combustível para operar essas instalações. O ministro da Energia também compartilhou, através de uma publicação em redes sociais, que as autoridades estavam monitorando de perto a situação das usinas geradoras, a disponibilidade de combustíveis e a condição da rede elétrica até o final da tarde de sexta-feira. Embora não tenha sido estipulado um prazo definido para a restauração completa do fornecimento, havia uma mobilização contínua direcionada a reintegrar o sistema elétrico o mais rápido possível. As dificuldades vividas pela população, mesmo para uma nação acostumada a frequentes interrupções de energia em meio a uma grave crise econômica, colocaram os cidadãos em estado de tensão. A escuridão temporária levou muitos a fecharem portas e janelas, frequentemente abertas na calmaria da noite cubana, e o uso de velas e lanternas se faz bem visível nos lares.

Além da incerteza e das dificuldades cotidianas impostas pelo apagão, a população cubana teve que ajustar suas práticas, em resposta a uma situação notavelmente desafiadora. Embora um alívio esteja previsto através do aumento do suprimento de combustível pela estatal Cubapetróleo, pontos críticos de instabilidade continuam a afetar a confiança na capacidade do governo de solucionar as questões energéticas fundamentais, já que muitos cubanos se veem cada vez mais alertas e desconfiados. Com uma gravidade sem precedentes, o apagão não só interrompeu a rotina diária, mas também refletiu uma crise mais abrangente relacionada à administração dos recursos energéticos em um contexto de crescentes demandas e uma infraestrutura de energia em deterioração. Enquanto as autoridades seguem trabalhando em medidas para restabelecer a normalidade, a necessidade de um planejamento mais robusto e sustentável para enfrentar a crise energética torna-se cada vez mais patente aos olhos da população e especialistas na área.

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