Courtney Reagan Baker, repórter sênior de varejo da CNBC, encontrou uma sensação de completude ao se tornar mãe de Jack, 4 anos, Reagan, 2 anos, e Ella, que tem apenas 7 meses. Contudo, a trajetória para construir sua família foi repleta de desafios, levando quase uma década de tentativas, esperanças e superações. Em uma recente entrevista ao veículo PEOPLE, Courtney compartilhou sua difícil jornada de infertilidade, que envolveu múltiplas tentativas de inseminação artificial, vários ciclos de fertilização in vitro (IVF) e duas experiências com gestação de substituição.
No início da sua trajetória, aos 32 anos, Courtney e seu marido, Jared Baker, tomaram a decisão de começar uma família. “Tentamos a maneira convencional por um tempo,” relembra Courtney. Após cerca de um ano sem sucesso, buscaram ajuda profissional. Em suas idas ao consultório de fertilidade, os médicos levantaram a possibilidade de que seu útero tivesse uma má formação, o que resultou em uma série de complexos testes médicos. “Uma seção dizia que sim, outra dizia que não. No fim, precisei de um teste de desempate para confirmar que meu útero era, de fato, adequado,” conta a repórter.
Após a confirmação, o casal tentou quatro ciclos de inseminação intrauterina (IUI), que resultaram em duas gestações, ambas interrompidas por abortos espontâneos. “Logo, avançamos para o IVF,” explica Courtney. Durante esse processo, ela aprendeu que, embora seu corpo liberasse bons óvulos, o revestimento uterino nunca se espessava o suficiente para sustentar um embrião. “O médico começou a suspeitar que, por algum motivo, não era um ambiente acolhedor o suficiente para o embrião se fixar durante a gravidez,” revela. O que se seguiu foi uma batalha de anos contra a infertilidade, onde Courtney se submeteu a diversos tratamentos e rotinas exaustivas.
“Eu tomava até 14 suplementos por dia, fazia acupuntura duas vezes na semana, monitorava cada ciclo… tudo que se possa imaginar,” lembra. Contudo, apesar de seus esforços e intervenções médicas, não conseguiam entender o que estava errado. O casal decidiu dar um passo adiante e partiu para o IVF, onde enfrentaram uma nova série de desafios, uma vez que eles precisavam garantir que o revestimento uterino estivesse adequado antes de realizar a transferência dos embriões, resultando em vários ciclos cancelados antes de terminarem por fim sete transferências.
A complexidade emocional e financeira da situação pesou no casal, que já estava a caminho do processo de gestação de substituição, conforme explica Courtney. “É financeiramente muito difícil fazer uma adoção ou uma gestação de substituição, e já tínhamos pago pelos tratamentos para obter os embriões”, observa. Nesse momento desafiador, o casal decidiu manter em sigilo todo o processo. “Ninguém sabia de nada. Nem nossos pais, nem os melhores amigos. Mantivemos isso totalmente em segredo,” compartilha.
A revelação dessa luta particular veio quando a irmã de Jared começou a perceber que algo estava acontecendo. Após um momento de vulnerabilidade, Jared acabou por compartilhar as dificuldades enfrentadas. A irmã, que trabalha como enfermeira de UTI neonatal, acabou se mostrando uma bênção ao oferecer apoio e eventualmente ajudá-los a encontrar uma gestante substituta.
Meses depois, Stephanie, uma amiga da infância de Jared, se ofereceu para ser a gestante do casal. O início dessa nova fase foi interrompido pela pandemia de COVID-19, que complicou ainda mais o acesso a consultas e processos. Durante a 28ª semana de gestação, Stephanie desenvolveu pré-eclâmpsia severa e a situação se tornou crítica. “Ela foi transferida de helicóptero para encontrar um hospital que pudesse lidar com sua condição e a saúde do bebê,” lembra Courtney. O casal, mesmo sem poder acessá-la no hospital, decidiu ir até Illinois por precaução.
Após uma intensa luta, o momento finalmente chegou. “A ligação do marido de Stephanie pedindo se estávamos prontos para ser pais é algo que guardarei para sempre,” diz Courtney. Jack nasceu em julho de 2020 após um longo trabalho de parto. A nova família lidou com a permanência na UTI neonatal, mas logo Jack se recuperou completamente. Um ano e meio depois, o casal decidiu tentar novamente a gestação de substituição, desta vez em segredo, e encontrou outra gestante em Ohio.
A nova gestante apresentou um parto bastante peculiar, que culminou no nascimento de Reagan. Com sorrisos, Courtney brinca sobre como sua segunda filha nasceu no banheiro, em meio a contratações intensas, enquanto a equipe médica estava em treinamento. Courtney também, após o nascimento de Reagan, decidiu tentar mais uma transferência de embrião, utilizando seu último embrião restante. Esse último ciclo se mostrou feliz e, em setembro de 2023, Courtney compartilhou a notícia emocionante de que estava grávida, trazendo lágrimas em seus olhos ao revelar a amigos e familiares.
A história de luta da família não termina aí. Sabendo que a pré-eclâmpsia poderia complicar a gravidez, e lembrando o que ocorreu com Stephanie, Courtney foi monitora atenta durante os últimos meses de gestação. Finalmente, em junho de 2024, Ella nasceu por cesárea, completando a família. Ao refletir sobre sua jornada, Courtney afirmou que esta foi a “coisa mais louca e mais difícil que já fiz”, mas que a experiência é uma fonte de esperança. Para aqueles que enfrentam dificuldades de fertilidade, ela quer que saibam que existe um caminho e, com esperança e resiliência, é possível alcançar o sonho de ser mãe.