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Recentes tragédias em escolas americanas, como o tiroteio ocorrido na Abundant Life Christian School em Madison, Wisconsin, levantam questionamentos cruciais sobre a segurança em instituições educacionais privadas. Após um estudante ter disparado em direção a outros alunos, resultando em mortes e feridos, a ausência de oficiais de recursos escolares no local se torna um ponto de preocupação. Esta não é uma questão isolada: no ano passado, outro ataque mortal em uma escola cristã privada em Nashville, no Tennessee, fez seis vítimas bem como questionou a eficácia das estruturas de segurança em escolas semelhantes. O cenário atual revela que a responsabilidade pela segurança tem recaído pesadamente sobre as escolas privadas, que frequentemente enfrentam dificuldades financeiras para implementar medidas adequadas.

De acordo com Mo Canady, diretor executivo da National Association of School Resource Officers, muitas escolas privadas não dispõem dos recursos necessários para manter um oficial de recursos escolares, o que reflete o maior desafio enfrentado por essas instituições. Ele explica que, na maioria dos casos, são elas mesmas que têm que financiar essa segurança, tornando a autossuficiência uma necessidade diante de um cenário cada vez mais preocupante. Essa realidade é alarmante, uma vez que em 2021-2022, quase 5 milhões de alunos frequentaram mais de 29.000 escolas privadas, conforme dados do National Center for Education Statistics.

Muitas dessas instituições operam fora da jurisdição local e não recebem fundos públicos, exceto por alguns projetos que visam ajudar os alunos a transitar entre escolas públicas e privadas. Autoridades em educação têm argumentado que a alocação de recursos deveria ser revista, especialmente em tempos de crescente violência escolar. É evidente que, para estudantes e pais, cada dia torna-se um ato de fé, ao enviar filhos para ambientes supostamente seguros, em que a intenção é a formação educacional e não a insegurança vivida em vez de um aprendizado pleno.

Barbara Wiers, diretora de relações escolares da Abundant Life Christian School, informou que, mesmo após a recessão na segurança em termos de oficiais físicos, a escola conta com práticas rigorosas de segurança. Por exemplo, a instituição não possui detectores de metais, mas implementou uma série de protocolos com a supervisão constante das câmeras de segurança instaladas no prédio. Essa abordagem levanta uma questão sobre a eficácia da vigilância passiva versus a necessidade de presença física de agentes de segurança, sendo que esse dilema é uma constante na discussão sobre a segurança escolar.

Em Madison, uma decisão da Escola Metropolitana retirou a presença de oficiais de recursos escolares após uma pressão significativa de grupos de justiça social e da própria comunidade escolar. Desde 2020, a cidade tem buscado abordar questões de segurança e criminalização de estudantes de cor, decidindo por uma abordagem que visa mais a educação e menos a repressão. A realidade das escolas em outros locais, porém, apresenta um paradoxo claro: enquanto algumas cidades buscam retirar a polícia das escolas, outras aumentam sua presença após episódios de tiroteio, gerando uma divisão em como cada local aborda a questão da segurança.Esta dicotomia evidencia a complexidade que envolve a segurança nas escolas, onde a educação e proteção são, ao mesmo tempo, prioridades e desafios.

Um exemplo claro desta tensão é a tragédia ocorrido na Covenant School em Nashville, que não apenas reabriu o debate nacional sobre como as escolas podem garantir a segurança de seus alunos, mas também resultou em novos investimentos de milhões de dólares por parte do governo do Tennessee destinados a melhorar a segurança nas escolas públicas e privadas. O pacote incluiu recursos significativos, como a contratação de oficiais de segurança para todos os colégios públicos no estado e subsídios para incrementar a segurança em escolas privadas, ações de fundamental importância em um país onde a segurança escolar está em constante avaliação.

Contudo, os desafios para a eficácia das medidas de segurança se estendem além da questão financeira. Uma crise de recrutamento de policiais em todo o país agrava a situação, pois se as agências de segurança já enfrentam dificuldades para preencher cargos, a competição se torna ainda mais difícil para as escolas privadas que buscam contratar agentes de segurança externos. Portanto, uma solução sustentável deve ir além da mera alocação de investimento; precisa incluir treinamento e estratégias eficazes para as comunidades escolares como um todo.Adotar medidas que não exigem investimentos significativos pode ser uma alternativa viável, focando na educação de alunos e funcionários sobre como lidar com situações emergenciais e criando um ambiente mais seguro desde o cotidiano. Tais tratativas podem incluir a inclusão de protocolos básicos para situações de ataque ou desastres naturais, mostrando que é possível criar um ambiente de segurança sem a necessidade de pesados investimentos.

Como conclusão, a responsabilidade pela segurança nas escolas privadas está em um momento de tranquilidade crítica e necessário. Embora haja um desejo crescente de garantir que os alunos possam aprender sem medo, os desafios financeiros e logísticos que essas instituições enfrentam são enormes. A busca por um equilíbrio entre medidas eficazes de segurança e a manutenção do ambiente educativo deve ser um foco constante, com ênfase em soluções que priorizem o bem-estar de todos os alunos.

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