Belgrado, Sérvia — Um ataque devastador em uma escola na capital sérvia, Belgrado, ocorreu na quarta-feira, resultando na morte de oito estudantes e de um segurança da escola. O atirador, um aluno de 13 anos de idade, supostamente iniciou o ataque após elaborar desenhos detalhados de salas de aulas e uma lista de alvos, evidenciando um plano meticulosamente preparado, conforme o relataram as autoridades policiais locais.
De acordo com o oficial sênior da polícia, Veselin Milic, o atirador primeiro atingiu o segurança da escola no centro da cidade, antes de prosseguir para um corredor, onde disparou contra três alunos. Na sequência, ele entrou em uma sala de aula de história — aparentemente escolhida por sua proximidade à entrada — e disparou contra mais alunos, revelando a natureza aleatória e trágica de sua ação.
Curiosamente, após o término do ataque, o próprio atirador fez uma ligação para a polícia para relatar o que havia feito, embora autoridades já tivessem recebido uma chamada de emergência dois minutos antes, alertando sobre o tiroteio em curso.
O suspeito, aluno do sétimo ano da escola, utilizando aparentemente uma arma pertencente ao pai, tornou-se o foco de uma operação policial intensa. Pais em desespero lotaram a escola na tentativa de encontrar seus filhos, enquanto a cena se desenrolava em meio a uma verdadeira comoção do lado de fora. Filmagens da mídia local mostravam o momento em que os policiais removiam o suspeito, cujo rosto estava coberto, sendo conduzido para um carro estacionado na rua.
É importante destacar que tiroteios em massa na Sérvia e, de forma geral, em toda a região dos Bálcãs são eventos extremamente raros, sendo que nenhum incidente desse tipo foi reportado em escolas nos últimos anos, levantando questionamentos sobre as causas por trás desta tragédia em particular.
Em comparação, quase 250 pessoas já foram mortas em tiroteios em massa nos Estados Unidos somente neste ano, incluindo 12 ocorrências na última semana de abril. Estudos recentes descobriram que o número de fatalidades por violência armada nos EUA tem aumentado, com um número crescente de vítimas morrendo no local dos tiroteios antes de receberem atendimento médico.
A última ocorrência de tiroteio em massa na Sérvia ocorreu em 2013, quando um veterano da guerra dos Bálcãs matou 13 pessoas em uma aldeia central. Especialistas frequentemente alertam sobre o número considerável de armas deixadas no país após os conflitos da década de 1990, além de notar que a instabilidade que se arrasta há décadas e a persistente dificuldade econômica podem desencadear tais explosões de violência.
Milan Milosevic, um pai que afirmou que sua filha estava na sala de aula de história durante o tiroteio, compartilhou sua experiência em uma entrevista ao canal de notícias N1, relatando sua angústia ao ouvir do ataque. “Eu perguntei: ‘onde está minha criança?’, mas ninguém conseguiu me informar nada à princípio”, disse ele. “Então ela ligou, e nós descobrimos que ela estava bem.”
Milosevic descreveu que sua filha, ao relatar o ocorrido, afirmou que “ele (o atirador) atirou primeiro no professor e depois nas crianças que se agacharam sob as mesas”. A jovem descreveu o atirador como um “menino calmo” e “um bom aluno”, levantando ainda mais questões sobre o que pode ter levado a essa tragédia.
A polícia selou os quarteirões ao redor da escola Vladislav Ribnikar, localizada no centro de Belgrado, enquanto as investigações seguem em andamento. As escolas primárias na Sérvia têm geralmente oito anos de ensino e este evento trágico se torna um marco sombrio na história da educação e segurança escolar do país.