Desde que Pierce Brosnan se despediu do icônico personagem James Bond em 2002, com o filme Die Another Day, o papel foi assumido por Daniel Craig, que fez sua estreia como 007 em Casino Royale em 2006. Essa nova fase da franquia trouxe uma abordagem mais realista e sombria, afastando-se dos gadgets extravagantes que eram uma marca registrada nos filmes anteriores. Casino Royale foi um sucesso estrondoso, tanto crítica quanto comercialmente, arrecadando $606 milhões em todo o mundo e estabelecendo um novo padrão para o espião britânico.

Craig participou de cinco filmes da franquia, encerrando sua jornada em No Time To Die em 2021. Apesar de ter recebido críticas favoráveis e sido um sucesso nas bilheteiras, o último filme não foi seu maior sucesso financeiro. O destaque vai para Skyfall, lançado em 2012, que se tornou a maior bilheteira da carreira de Daniel Craig, com impressionantes $1,1 bilhão arrecadados mundialmente. Este filme é frequentemente lembrado por seu enredo envolvente e por explorar temas relevantes, como a segurança e o terrorismo, o que nos leva a uma análise mais profunda das suas representações.

Análise de Realismo nas Cenas de Terrorismo em Skyfall

No contexto do filme, Skyfall apresenta Raoul Silva, interpretado por Javier Bardem, como um vilão astuto que busca vingança e provoca o angústa de M, interpretada por Judi Dench. Dirigido por Sam Mendes, este filme também teve suas cenas analisadas por John Kiriakou, um ex-oficial da CIA e especialista em contrarremetismo. Em uma análise recente para o Insider, Kiriakou avaliou diversas cenas, apontando que, embora algumas sequências, como a tiroteio no tribunal, exagerem a realidade dos confrontos terroristas, outros elementos, como a explosão no metrô e a natureza do personagem de Silva, são fiéis à realidade.

Kiriakou foi contundente ao comentar sobre a imprecisão de algumas sequências: “Literalmente nada disso é verdade na vida real, mas isso é o que faz você amar James Bond.” Ele destacou a improbabilidade de oficiais armados em determinados ambientes e como a representação de um ataque ao parlamento britânico não se alinha com a realidade atual. “Quase nenhum policial carrega arma a menos que esteja em situação de alto risco. Eu só carregava arma em lugares como Atenas e Paquistão,” afirmou.

Além disso, ele falou sobre a viabilidade de ataques ao transporte público, comparando com um incidente ocorrido em Tóquio, onde um grupo terrorista utilizou gás venenoso em um sistema de metrô. “O transporte é provavelmente o ponto fraco da nossa infraestrutura,” disse Kiriakou, ressaltando que, embora infraestruturas sejam vulneráveis, a forma como o evento foi retratado em Skyfall não reflete a realidade com precisão. Ele atribui notas distintas às cenas do filme, ressaltando que enquanto a cena de ataque no parlamento foi notavelmente impraticável, a representação da ameaça ao transporte mereceu uma classificação mais alta por seu fundamento na realidade.

O Legado de Skyfall na Franquia James Bond

É importante lembrar que a franquia Bond não busca ser um documentário sobre segurança e terrorismo; seu objetivo é proporcionar entretenimento. Skyfall se destaca por equilibrar o estilo refinado e a ação crua que se tornaram marcas registradas sob a atuação de Daniel Craig. Embora filmes como Quantum of Solace e Spectre tenham sido recebidos com críticas mistas e considerados inferior na linha temporal de 007, Skyfall consolida-se como um favorito, unindo a introspecção emocional de Craig com momentos de pura adrenalina.

A interação de Craig como Bond e a complexidade do vilão Silva oferece ao público uma narrativa rica e intrigante, mantendo a tradição do personagem de combater ameaças globais. Com uma pontuação de 92% no Rotten Tomatoes, enquanto Casino Royale obteve 94%, o filme não apenas conquistou corações, mas também solidificou a posição de Craig como um dos melhores 007 da história.

Concluindo, a análise das representações de contrarremetismo em Skyfall nos permite refletir sobre a linha tênue entre realidade e ficção. O que realmente faz um filme de James Bond ser amado não é necessariamente a precisão de suas cenas de ação, mas sim a habilidade de capturar a imaginação do público e transformar momentos absurdos em entretenimento inesquecível. A permanência de Skyfall dentro do legado da franquia, com suas falhas e acertos, reafirma seu status como um dos grandes filmes da saga 007.

Fonte: Insider

Para uma análise mais aprofundada, você pode assistir ao vídeo completo da análise de John Kiriakou sobre Skyfall aqui: Análise do Skyfall.

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