A icônica rede de lojas Party City, conhecida por fornecer uma vasta gama de produtos para festas e celebrações, anunciou o encerramento de todas as suas operações, marcando o fim de quase quatro décadas de história no mercado. A decisão, divulgada pelo CEO Barry Litwin durante uma reunião interna com os colaboradores da empresa na última sexta-feira, dia 20 de dezembro, foi refletida na fala do executivo, que expressou a dor da situação e a luta enfrentada pela companhia para superar desafios financeiros. O anúncio chega pouco tempo após a saída da empresa de uma situação de falência, em setembro, o que expõe a fragilidade do setor de varejo em meio a um cenário econômico instável.
Durante a reunião que sinalizou a dramática reviravolta, que foi transmitida por vídeo, Litwin afirmou que as operações estariam sendo encerradas imediatamente. Ele explicou que sexta-feira seria o último dia de emprego para os funcionários, e que não haveria pagamento de indenizações, com os benefícios sendo suspensos imediatamente em virtude da condução do processo de liquidação da empresa. “Essa, sem dúvida, é a mensagem mais difícil que eu já tive que entregar”, declarou o CEO, visivelmente abalado. Sobretudo, a comunicação da decisão pode ser descrita como um choque para os colaboradores, que já sentiam o peso da incerteza nos últimos dias.
O CEO destacou que, apesar dos maiores esforços da empresa para evitar tal desfecho, o contexto de inflação e as dificuldades financeiras se mostraram obstáculos intransponíveis. “É realmente importante que você saiba que fizemos tudo o que foi possível para tentar evitar esse resultado,” disse Litwin. Mas a realidade impediu a mudança de rumo, forçando a empresa a iniciar um processo de liquidação. De acordo com reportagens, o sentimento entre os funcionários corporativos já indicava que a situação poderia estar se deteriorando, com relatos de que a equipe de produtos foi convocada de volta de uma viagem planejada com fornecedores.
Segundo uma fonte anônima, que suspendia sua identidade devido à natureza delicada da situação, a decisão de retornar para casa foi justificada pela empresa com a alegação de que a viagem representava um risco à segurança, uma vez que a Party City havia interrompido pagamentos a fornecedores. Com incertezas pairando no ar, o clima de tensão cresceu na sede corporativa, onde, em um evento ocorrido em 10 de dezembro, os funcionários foram enviados para casa e a entrada foi trancada para manter a segurança. Uma comunicação interna, enviada um dia após, solicitava que os trabalhadores avisassem com um dia de antecedência para obter acesso à sede.
Além disso, mensagens internas obtidas pela CNN mostraram a frustração do pessoal devido à falta de transparência em relação ao futuro da empresa. Algumas mensagens de gerenciamento indicaram que os gerentes de loja foram informados sobre o encerramento das operações a partir de 1º de fevereiro de 2025, o que apenas aumentou a indignação e a confusão entre os funcionários.
Durante a palestra, Barry Litwin se desculpou pela deficiente comunicação que envolveu um assunto tão sensível. Aproveitou a ocasião para reconhecer que a estratégia usual de comunicação não havia sido seguida adequadamente. A diretora de Recursos Humanos da Party City, Karen McGowan, demonstrou uma profunda empatia pelos colaboradores, chegando a se emocionar durante a transmissão. “Certamente, sei que isso é muito para assimilar”, afirmou ela, pedindo desculpas pela situação em que se encontravam.
É importante lembrar que a Party City sempre foi a maior rede de lojas de artigos para festas nos Estados Unidos, empregando cerca de 6.400 funcionários em tempo integral e 10.100 em tempo parcial até 2021. A empresa era amplamente reconhecida pela venda de fantasias de Halloween, balões, decorações festivas e produtos para todas as ocasiões que exigem celebração e alegria. Recentemente, a Party City se junta a uma lista crescente de varejistas que enfrentaram falências, incluindo o Big Lots, que entrou com pedido de falência sob o Capítulo 11 em 9 de setembro.
Com o fechamento da Party City, uma parte significativa de um setor que tem sido duramente atingido pela combinação de inflação, mudanças nos hábitos de consumo e interrupções na cadeia de suprimentos diz adeus. As consequências dessa triste realidade não afetam apenas a empresa e seus colaboradores, mas também os consumidores que muitas vezes contaram com a Party City para tornar suas celebrações inesquecíveis.