A icônica rede de lojas Party City, conhecida por fornecer uma vasta gama de produtos para festas e celebrações, anunciou o encerramento de todas as suas operações, marcando o fim de quase quatro décadas de história no mercado. A decisão, divulgada pelo CEO Barry Litwin durante uma reunião interna com os colaboradores da empresa na última sexta-feira, dia 20 de dezembro, foi refletida na fala do executivo, que expressou a dor da situação e a luta enfrentada pela companhia para superar desafios financeiros. O anúncio chega pouco tempo após a saída da empresa de uma situação de falência, em setembro, o que expõe a fragilidade do setor de varejo em meio a um cenário econômico instável.

Durante a reunião que sinalizou a dramática reviravolta, que foi transmitida por vídeo, Litwin afirmou que as operações estariam sendo encerradas imediatamente. Ele explicou que sexta-feira seria o último dia de emprego para os funcionários, e que não haveria pagamento de indenizações, com os benefícios sendo suspensos imediatamente em virtude da condução do processo de liquidação da empresa. “Essa, sem dúvida, é a mensagem mais difícil que eu já tive que entregar”, declarou o CEO, visivelmente abalado. Sobretudo, a comunicação da decisão pode ser descrita como um choque para os colaboradores, que já sentiam o peso da incerteza nos últimos dias.

O CEO destacou que, apesar dos maiores esforços da empresa para evitar tal desfecho, o contexto de inflação e as dificuldades financeiras se mostraram obstáculos intransponíveis. “É realmente importante que você saiba que fizemos tudo o que foi possível para tentar evitar esse resultado,” disse Litwin. Mas a realidade impediu a mudança de rumo, forçando a empresa a iniciar um processo de liquidação. De acordo com reportagens, o sentimento entre os funcionários corporativos já indicava que a situação poderia estar se deteriorando, com relatos de que a equipe de produtos foi convocada de volta de uma viagem planejada com fornecedores.

Pessoas comprando em uma loja Party City em 18 de janeiro de 2023, em Miami, Flórida.

Segundo uma fonte anônima, que suspendia sua identidade devido à natureza delicada da situação, a decisão de retornar para casa foi justificada pela empresa com a alegação de que a viagem representava um risco à segurança, uma vez que a Party City havia interrompido pagamentos a fornecedores. Com incertezas pairando no ar, o clima de tensão cresceu na sede corporativa, onde, em um evento ocorrido em 10 de dezembro, os funcionários foram enviados para casa e a entrada foi trancada para manter a segurança. Uma comunicação interna, enviada um dia após, solicitava que os trabalhadores avisassem com um dia de antecedência para obter acesso à sede.

Além disso, mensagens internas obtidas pela CNN mostraram a frustração do pessoal devido à falta de transparência em relação ao futuro da empresa. Algumas mensagens de gerenciamento indicaram que os gerentes de loja foram informados sobre o encerramento das operações a partir de 1º de fevereiro de 2025, o que apenas aumentou a indignação e a confusão entre os funcionários.

Durante a palestra, Barry Litwin se desculpou pela deficiente comunicação que envolveu um assunto tão sensível. Aproveitou a ocasião para reconhecer que a estratégia usual de comunicação não havia sido seguida adequadamente. A diretora de Recursos Humanos da Party City, Karen McGowan, demonstrou uma profunda empatia pelos colaboradores, chegando a se emocionar durante a transmissão. “Certamente, sei que isso é muito para assimilar”, afirmou ela, pedindo desculpas pela situação em que se encontravam.

É importante lembrar que a Party City sempre foi a maior rede de lojas de artigos para festas nos Estados Unidos, empregando cerca de 6.400 funcionários em tempo integral e 10.100 em tempo parcial até 2021. A empresa era amplamente reconhecida pela venda de fantasias de Halloween, balões, decorações festivas e produtos para todas as ocasiões que exigem celebração e alegria. Recentemente, a Party City se junta a uma lista crescente de varejistas que enfrentaram falências, incluindo o Big Lots, que entrou com pedido de falência sob o Capítulo 11 em 9 de setembro.

Com o fechamento da Party City, uma parte significativa de um setor que tem sido duramente atingido pela combinação de inflação, mudanças nos hábitos de consumo e interrupções na cadeia de suprimentos diz adeus. As consequências dessa triste realidade não afetam apenas a empresa e seus colaboradores, mas também os consumidores que muitas vezes contaram com a Party City para tornar suas celebrações inesquecíveis.

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