Mark Zuckerberg, CEO da Meta, decidiu abordar os rumores sobre a construção de um imenso bunker sob sua propriedade no Havaí. Em uma conversa com a correspondente da Bloomberg, Emily Chang, destacou a gravidade da distorção das informações em torno desse assunto.
A origem de tais especulações pode ser rastreada até um artigo do WIRED publicado no último ano, que reportou a suposta existência de um bunker de 5.000 pés quadrados localizado sob suas terras na Ilha de Kauai. Em resposta a essas alegações, Zuckerberg enfatizou: “Isso é apenas um pequeno abrigo. Qualquer coisa que você queira chamar, abrigo contra furacões, o que quer que seja. Acho que isso foi muito exagerado, como se a propriedade inteira fosse algum tipo de bunker do apocalipse, o que simplesmente não é verdade.”
Essa declaração de Zuckerberg não apenas visa esclarecer mal-entendidos, mas também revela um lado mais pessoal e até divertido do magnata da tecnologia. O que poderia ser interpretado como uma prévia de um apocalipse, na verdade, é um projeto de integração vertical que visa a produção de carne bovina de alta qualidade. Em suas palavras, “a parte de Kauai é muito divertida. Temos um plano de integração vertical onde estamos cultivando nozes de macadâmia para alimentar as vacas, e estamos fazendo cerveja porque isso os ajuda a comer mais. Isso é divertido.”
As declarações de Zuckerberg surgem em um contexto onde muitas figuras proeminentes da elite financeira estão investindo em bunkers e outra preparação para emergências. Segundo Ron Hubbard, CEO da Atlas Survival Shelters, a demanda por abrigos tem crescido, com afirmações de que a notícia sobre Zuckerberg desencadeou uma “frenesi de compras” entre os mais abastados, preocupados com incertezas globais, como a ascensão de conflitos armados e tiroteios em massa.
Hubbard relatou: “A conversa tem sido intensa e parece que o telefone não para de tocar; a Terceira Guerra Mundial parece estar se aproximando.” Uma repercussão similar foi observada por Robert Vicino, fundador da Vivos, que disse: “Agora que Zuckerberg deixou o gato sair do saco, outros que compartilham seu status ou estão perto dele começam a pensar: ‘Oh, Deus, se ele está fazendo isso, talvez ele saiba de algo que eu não sei, talvez eu devesse buscar isso também.’”
O projeto de Zuckerberg em Kauai, conhecido como Koolau Ranch, é um investimento de cerca de 100 milhões de dólares, abrangendo aproximadamente 1.400 acres e que incluirá seu próprio fornecimento de energia e alimentos, como reportado pelo WIRED. Quando somado à compra da terra, o custo total pode ultrapassar 270 milhões de dólares.
Embora as investigações tenham revelado aspectos legais e políticos envolvidos em tais projetos, Zuckerberg visou a criação de um espaço isolado que, para ele, é mais um refúgio familiar do que uma fortaleza destinada a sobreviver a catástrofes. Após a revelação de seu “abrigo”, muitos se perguntam: qual é a linha tênue entre proteção e paranoia na era atual?
É notável como as percepções sobre segurança podem mudar drasticamente em curto período, levando personalidades do mundo tecnológico e empresarial a adotar precauções extremas. Uma coisa é certa: o “abrigo” de Zuckerberg parece ser, no mínimo, um reflexo das ansiedades contemporâneas que permeiam a sociedade.