Uma nova pesquisa publicada no dia 16 de dezembro revela uma conexão significativa entre o aumento da contagem de passos diários e a redução dos sintomas de depressão, assim como do risco de desenvolver a doença. O estudo, conduzido por renomados pesquisadores — Bruno Bizzozero-Peroni, Valentina Díaz-Goñi e Estela Jiménez-López — foi publicado na JAMA Network Open, uma conhecida revista médica especializada na publicação de estudos revisados por pares relacionados à saúde.

Ao analisar 33 estudos anteriores que envolveram 96.173 adultos, os pesquisadores concluíram que caminhar 5.000 passos ou mais por dia está diretamente relacionado a uma diminuição dos índices de depressão. Adicionalmente, a pesquisa sugere que aqueles que alcançam a marca de 7.000 passos diários têm uma probabilidade ainda menor de desenvolver depressão ao longo do tempo. É um resultado encorajador, que indica que o número necessário de passos pode ser inferior ao que tradicionalmente se acredita.

O estudo ressalta que, embora seja comumente recomendado que as pessoas caminhem 10.000 passos por dia, a mudança do foco para 7.000 passos diários poderia trazer benefícios significativos para a saúde mental. Dr. Karmel Choi, psicóloga clínica e professora assistente na Harvard Medical School, comentou sobre essa descoberta, destacando que o aumento da contagem de passos é um indicativo importante de atividade física, que por sua vez é associada à redução do risco de depressão. “Devemos lembrar, no entanto, que a contagem de passos captura apenas certos tipos de movimento, como caminhar ou correr, sendo menos adequada para atividades como o yoga”, pontuou Choi.

Grupo de mulheres caminhando

A pesquisa realizada acrescenta um dado interessante ao incômodo crescente sobre a saúde mental, especialmente em um contexto onde os casos de depressão nos Estados Unidos aumentaram significativamente nos últimos anos. De acordo com uma pesquisa da Gallup, as taxas de depressão auto-relatadas aumentaram em 10% entre 2015 e 2023, com um recorde de uma em cada seis pessoas recebendo tratamento para a enfermidade. Estes números alarmantes ratificam a urgência de se encontrar alternativas para prevenir e tratar a depressão, destacando a importância de um estilo de vida mais ativo.

Durante a análise, os autores do estudo destacaram que “nossos resultados mostram associações significativas entre um maior número de passos diários e menos sintomas depressivos”, sugerindo que “uma abordagem de saúde pública inclusiva e abrangente poderia contribuir para a prevenção da depressão em adultos”. Assim, a reflexão sobre o quanto estamos nos movimentando diariamente ganha uma nova dimensão, não se tratando apenas de contar passos, mas sim de promover uma saúde mental mais robusta através de ações cotidianas como caminhar.

Em um mundo onde a tecnologia e a vida sedentária se tornam cada vez mais normais, lembrar da importância do movimento e da atividade física é essencial para a manutenção do bem-estar. A Pesquisa da Gallup e os resultados do estudo publicado na JAMA Network Open se unem em um apelo por estratégias que priorizem a saúde mental da população americana, promovendo um estilo de vida ativo e saudável.

Então, ao invés de se sentir pressionado a alcançar metas inatingíveis, que tal introduzir uma rotina de caminhada de 7.000 passos? Sem dúvida, cada passo pode fazer uma diferença significativa não só na sua saúde física, mas também na sua saúde mental. Afinal, quem não gostaria de combater a depressão com um simples passeio? Não se esqueça: se você ou alguém que conhece precisa de ajuda com a saúde mental, não hesite em buscar apoio. Você pode enviar uma mensagem com a palavra “FORÇA” para a Crisis Text Line pelo número 741-741 e ser conectado a um conselheiro de crises certificado.

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