Os feriados são uma época de celebração, mas para muitos membros da comunidade LGBTQ+, esses momentos podem ser marcados pelo isolamento e pela rejeição familiar. Em um esforço para mitigar essa solidão, um grupo decidiu adotar uma abordagem simples, porém significativa: o envio de cartas que transmitem amor e apoio incondicional. Neste contexto, o Pinta Pride Project tem se destacado ao reunir voluntários para escrever mensagens que podem aquecer o coração de quem se sente excluído durante as festividades.
Fundado por Carolyn Pinta em Buffalo Grove, Illinois, o Pinta Pride Project mobilizou mais de 800 escritores de cartas de diferentes partes do país. Eles se uniram para enviar cartões, cartas e desenhos a pessoas da comunidade LGBTQ+ que solicitaram inclusão nesta gesto de carinho. “Muitas dessas pessoas estão distantes de suas famílias e lidando com a solidão,” explica Carolyn, em entrevista ao PEOPLE. “Nosso objetivo é mostrar que elas são amadas e valorizadas exatamente como são.”
A ideia surgiu após a filha de Pinta se assumir como bissexual no sétimo ano e após perceber a necessidade de apoio para jovens que, como sua filha, enfrentam dificuldades em seus núcleos familiares. Desde o início do projeto em 2022, Pinta e sua equipe já enviaram aproximadamente 2.100 cartas na primeira edição da campanha de cartas. Este ano, a expectativa é ultrapassar a marca de 35.000 missivas, ampliando consideravelmente o impacto da iniciativa.
O Pinta Pride Project não apenas fornece apoio a indivíduos em dificuldades, mas também busca ser uma fonte de esperança em tempos difíceis. Cada carta escrita é uma manifestação de empatia; “é muito pessoal receber um cartão escrito à mão,” destaca Carolyn. Dentre os pedidos de apoio recebidos, algumas histórias são particularmente impactantes, como a de um homem que passou por terapia de conversão, uma mulher que foi deserdada pela família após sua filha iniciar a transição de gênero e um rapaz cuja convivência com colegas cristãos se tornou insustentável devido à sua orientação sexual.
O alcance desta bela iniciativa cresceu de tal forma que inclui até mesmo destinatários ilustres, como Sarah McBride, uma política democrata de Delaware que fez história ao se tornar a primeira pessoa trans a ser eleita para o Congresso. Recentemente, McBride foi alvo de um projeto de lei apresentado pela representante da Carolina do Sul, Nancy Mace, que pretende proibir que pessoas trans utilizem banheiros e vestiários em propriedades do governo federal que não correspondam ao seu sexo biológico. Essa contextualização mostra a relevância e a urgência do apoio a iniciativas como a do Pinta Pride Project, diante de ataques legislativos direcionados à comunidade LGBTQ+
Receber uma carta de apoio pode ter um efeito transformador em momentos de tristeza e reflexões desafiadoras. Bert Smith, um residente de Austin, Texas, compartilha sua experiência ao receber uma das cartas. “Eu segurei as cartas até o dia em que realmente precisei delas.” Ele e sua família enfrentaram a desgastante tarefa de organizar as roupas de seu falecido marido, e foi nesse momento emocional difícil que as letras contribuíram para seu bem-estar psicológico. Smith afirma que “as cartas me deram tanta paz”, ressaltando a importância desta simples, mas poderosa, ação de solidariedade.
Concluindo, a iniciativa do Pinta Pride Project vai além do simples ato de escrever. Ela representa um movimento social que une a comunidade através de gestos de carinho e apoio, demonstrando que a aceitação e o amor são fundamentais para combater o preconceito e a solidão. Este ano, ao enviar mais de 35.000 cartas, o projeto reafirma sua missão de tocar vidas, oferecendo não apenas palavras, mas um verdadeiro abraço emocional a todos que precisam. O futuro está repleto de esperanças e, aos poucos, a sociedade vai se aproximando de uma maior aceitação e inclusão.