Sharon Horgan Revela Detalhes Intrigantes Sobre o Vilão Verdadeiro da Segunda Temporda de ‘Bad Sisters’ e Possibilidades Para a Terceira Temporada

[Esta história contém grandes spoilers de Bad Sisters temporada um e os episódios finais da segunda temporada]

Bad Sisters criadora Sharon Horgan disse ter tido o que chama de “uma centelha de ideia” para a segunda temporada da série da Apple+ enquanto estava filmando a primeira.

Essa ideia, como os episódios finais da segunda temporada revelam, girava em torno de Ian Reilly (Owen McDonnell), o ex-marido de Grace, e do conceito de que, embora Grace (Anne-Marie Duff) tenha encontrado alguma felicidade após matar seu cruel primeiro marido, não conseguiu escapar de seu próprio ciclo trágico.

“Basicamente, eu tive isso quando estava no set da primeira temporada, a ideia de como um raio pode cair duas vezes e como mulheres vulneráveis que passaram por um relacionamento abusivo não necessariamente entram em um relacionamento saudável. Elas estão abertas e vulneráveis a pessoas que podem se aproveitar delas,” disse Horgan ao The Hollywood Reporter.

Na finale da temporada, o show finalmente revela o que aconteceu entre Grace e Ian após ela revelar que matou seu primeiro marido. Reilly foge – durante o qual Grace descobre que ele tem outra esposa, família e nome – e retorna para tentar chantagear Grace por manter seu segredo.

No entanto, Grace se recusa a entregar o dinheiro e, em vez disso, sai dirigindo e liga para Eva, interpretada por Horgan, pedindo ajuda com sua situação. Imediatamente depois, no entanto, ela se envolve em um acidente de carro fatal.

“É um momento brilhante de drama, não é? Porque já é tarde demais. Ela acaba de encontrar um núcleo de força e integridade. Pela primeira vez desde o homicídio, ela encontra essa estranha determinação interior que tinha antes, mas desta vez, não é uma ação má, é uma boa ação. E ela não vai sucumbir, então ela pede ajuda, mas infelizmente, é tarde demais,” disse Duff.

À medida que as irmãs confrontam Reilly sobre suas ações, ele revela seu verdadeiro caráter, o de um golpista e ex-policial corrupto, e se recusa a devolver o dinheiro que ele roubou da filha de Grace, Blainaid. Logo, ele se prepara para partir, mas é atingido na cabeça por Angelica, que diz que não gosta do que ele estava dizendo sobre Grace e parece morrer.

Nesse momento, Angelica, interpretada por Fiona Shaw, se torna uma aliada das irmãs (embora também lhes cause a dor de cabeça de ter que lidar com o corpo), após terem inicialmente, e incorretamente, a visto como uma vilã.

“Elas perderam a razão. Elas perderam a irmã. E estavam procurando o caminho errado. Durante todo o tempo, estavam procurando algum lugar para descarregar sua dor e foi onde caiu. Além disso, ela é uma dor no saco,” disse Horgan.

Para criar o personagem de Angelica, Horgan e a produtora executiva Dearbhla Walsh disseram que se inspiraram em tias, vizinhos que conheciam na infância, auto-proclamados benfeitores e “qualquer um que ande por aí com um grande conjunto de chaves.”

Shaw disse que via Angelica como alguém que é obcecada por si mesma, sente um grande senso de posse sobre as amizades e é, no geral, “o oposto de legal.” Mas enquanto Angelica foi inicialmente configurada como a vilã (e ela realmente questionou Ursula por dinheiro para consertar uma janela no centro comunitário), Shaw disse que acredita que Angelica é uma vítima tanto quanto uma perpetradora, pois foi tratada cruelmente pelas irmãs Garvey.

“É que alguém está recebendo um golpe ao fazer amizade com alguém que não quer realmente ser seu amigo, e então algo terrível acontece com eles, e então ela tenta entender e se aproximar de uma família que não quer, então muito disso se trata de pessoas rejeitando Angelica, o que a deixa mais louca,” disse Shaw.

Angelica era a falsa pista para o “verdadeiro bastardo,” Reilly, diz Horgan. Mas o “vilão global maior” que a série estava abordando era o sistema policial, observou ela, que é mostrado na temporada como tendo protegido comportamentos inadequados de ex-oficiais como Reilly, que tem um padrão de abuso contra mulheres e ainda acredita que a polícia estará ao seu lado, assim como o inspetor de polícia Fergal Loftus (Barry Ward), que teve táticas questionáveis ao longo de sua investigação sobre as irmãs.

“Como podemos confiar nas pessoas que deveriam nos proteger quando elas continuam nos decepcionando?” Horgan disse sobre a tese central da segunda temporada.

Após dirigir o corpo de Reilly para os penhascos para se livrar dele, as irmãs descobrem que ele ainda está vivo. Bibi (Sarah Greene) considera matá-lo então, mas é parada por Eva, que diz “Não somos assassinas,” o que Walsh observa ser um lembrete importante para os espectadores dada a ênfase da série. Eva chama os serviços de emergência e Reilly é levado para o hospital, onde está vivo, mas decidido a processar as irmãs.

A detetive Una Houlihan, a agente mais jovem e mais confiável, eventualmente decide ajudar as irmãs e visita Reilly no hospital com Loftus, que o confronta sobre a devolução do dinheiro para Blanaid (Saise Quinn) e diz que esconderá evidências e contradirá qualquer testemunho de Reilly. Portanto, no final, as irmãs conseguem escapar da maior parte, mesmo que ainda tenham que lidar com as consequências de perder Grace.

“Elas conseguem e não conseguem, emocionalmente,” disse Horgan. “Mas sim, graças a um pouco de corrupção policial, elas conseguem.”

Quanto à possibilidade de uma terceira temporada, Horgan disse que pode ser complicado, dado o modo como a série é estruturada.

“Você tem programas como White Lotus, e acho que Beef está fazendo isso, onde você pode começar de novo com todo um novo elenco, então você pode ir com tudo. Mas com essas irmãs, você tem que acreditar que elas podem estar nessa situação novamente. Porque a razão pela qual o show funciona é porque as pessoas acreditam na situação delas, e pudemos fazer o que quiséssemos desta vez, porque é tudo o que resulta do que aconteceu na primeira temporada,” disse Horgan.

“Quantas mais pessoas poderíamos matar?” Walsh brincou.

“Eu estou pensando o tempo todo, e vamos ver o que acontece,” continuou Horgan. “Mas essa é a parte complicada disso. Você realmente precisa acreditar que isso pode acontecer com essas mulheres novamente.”