A história tocante da orca conhecida como **Tahlequah**, ou **J35**, ganhou um novo capítulo de esperança e renovação. Depois de ter chamado atenção mundial em 2018 ao nadar com o corpo de seu filhote morto por 17 dias em um intenso ato de luto, recente relatos indicam que ela agora deu à luz a uma nova cria. Essa informação foi confirmada por Michael Weiss, diretor de pesquisa do Centro de Pesquisa de Baleias, que disse que o novo filhote foi avistado pela primeira vez no dia 20 de dezembro, nadando junto do grupo J pod na área de Puget Sound, o que acrescenta um tom de otimismo a uma história marcada por tragédia.
Os cientistas inicialmente tinham dificuldades em identificar a nova cria com certeza, mas a confirmação da maternidade de Tahlequah e a identidade do filhote como **J61** foi realizada com segurança durante a observação. Weiss mencionou que a equipe de pesquisa ficou animada ao averiguar que o pequeno se encaixava no quadro de diversidade genética e comportamental do grupo. Ao mesmo tempo, um entusiasta da natureza e fotógrafo, que acidentalmente registrou a orca e seu bebê, expressou seu choque ao identificar o pequeno dorsal na imagem que ele estava revisando. “A princípio, eu não percebi, mas conforme eu passei pelas fotos, notei que era um filhote muito pequeno, muito menor que qualquer um conhecido do grupo”, afirmou o fotógrafo, revelando sua conexão pessoal com a orca, que havia inspirado sua paixão pela espécie.
As fotografias confirmatórias mais tarde indicaram que a nova cria é uma fêmea, aumentando ainda mais a felicidade em torno desse nascimento. Tahlequah, no entanto, já havia passado por momentos difíceis. Ela havia feito a trilha de 1.600 quilômetros após a morte de seu primeiro filhote, em um ato que não apenas chocou o mundo mas destacou a profundidade emocional dessas criaturas marinhas, revelando suas complexas vidas sociais e emocionais.
Embora o nascimento de J61 seja motivo de comemoração, preocupações persistem em relação à população de orcas residentes do sul, que é considerada em perigo de extinção no Canadá e uma das populações de mamíferos marinhos mais criticamente ameaçadas nos Estados Unidos. As estimativas recentes indicam que, enquanto essa população tinha chegado a 98 indivíduos no pico da década de 1990, o censo deste ano registrou apenas 73 orcas. A **Orca Conservancy** e o Centro de Pesquisa de Baleias expressaram preocupação sobre a saúde do novo filhote devido a comportamentos observados em J35 e J61, destacando os riscos elevados que os filhotes enfrentam durante seu primeiro ano de vida. Durante um post no Facebook, o Centro declarou: “A infância sempre é perigosa para novos filhotes, com uma taxa de mortalidade muito alta no primeiro ano. J35 é uma mãe experiente e esperamos que ela consiga manter J61 viva através desses difíceis primeiros dias.”
Além disso, comportamentos preocupantes têm sido notados, como o filhote sendo empurrado na cabeça de J35 e apresentando pouca vitalidade, o que gerou um sinal de alerta entre os pesquisadores. O post da Orca Conservancy ressaltou a conexão intrínseca entre a recuperação das populações de orcas e o estado das populações de salmão que servem como alimentação principal para essas majestosas criaturas, afirmando que, para novos filhotes prosperarem, é fundamental que os estoques de salmão sejam restaurados. Essa relação ilustra a complexidade das interações entre diferentes espécies dentro do ecossistema marinho.
As orcas, conhecidas por sua estrutura social complexa e forte laços familiares, enfrentam não apenas os desafios naturais, mas também as ameaças provocadas pela atividade humana. Com a pesquisa contínua e o monitoramento dos grupos de orcas, espera-se que iniciativas rigorosas de conservação e a promoção da saúde dos ambientes marinhos ajudem a revertar as tendências de declínio na população. A esperança reside, portanto, em cada nascimento, como este de J61, em trazer uma nova luz a um caminho que tem sido cheio de incertezas e desafios. Para os amantes da natureza e defensores da vida marinha, o acompanhamento do desenvolvimento de J61 e o futuro da população de orcas do sul continua a ser um fator de esperança e motivação.
A interação do público com a orca e a história de seu luto capturaram corações ao redor do mundo, muito além de um relato local. Istó como uma manifestação de que, mesmo em meio à tragédia, a natureza encontra formas de se reinventar. Se deseja acompanhar mais de perto a história dessas magníficas criaturas, não deixe de acompanhar o trabalho do Centro de Pesquisa de Baleias e de outras organizações dedicadas à preservação da vida marinha.