A mudança no panorama das plataformas de vídeo sob demanda (VOD) tem exigido uma adaptação rápida e eficaz por parte das emissoras tradicionais, e a BBC, sob a liderança de Charlotte Moore, tem demonstrado um notável desempenho nesse setor. Desde que assumiu o cargo de Chief Content Officer, em 2020, Moore tem gerido conteúdos em um período marcado por desafios significativos, como a demissão de Huw Edwards e controvérsias em programas populares. Contudo, apesar das dificuldades, o iPlayer da BBC se destacouse como a plataforma de VOD de crescimento mais rápido no Reino Unido, superando concorrentes estabelecidos como Netflix.

Desafios e Sucessos: A Gestão de Charlotte Moore na BBC

No contexto das mudanças e críticas que a BBC enfrentou, Moore acredita que a estratégia adotada em relação ao iPlayer tem sido fundamental. Ela revela que a plataforma não apenas se tornou a mais ágil em termos de crescimento no Reino Unido, mas também superou suas concorrentes em termos de audiência. O crescimento de visualizações do iPlayer foi duas vezes maior que o do Netflix, três vezes na comparação com o ITVX e quatro vezes em relação ao Channel 4. Esses números refletem um sucesso que Moore atribui à força criativa e às histórias autênticas que a BBC tem proporcionado, que, segundo ela, são indissociáveis da cultura britânica.

Além de programas exitosos como o reboot do icônico jogo de ação dos anos 90, Gladiators, e a aclamada série The Responder, a BBC também tem equilibrado a criação de novos conteúdos com a produção de programas que reflectem a diversidade cultural do país. Em uma recente entrevista, Moore destacou a importância de promover uma indústria mais inclusiva, enfatizando que isso se torna cada vez mais essencial em um mundo tão fragmentado.

Diversidade e Inclusão: A Contribuição da BBC para a Indústria de Audiovisual

No que diz respeito à diversidade, Moore mencionou que o TAP (The TV Access Project), uma aliança que une 10 emissoras e plataformas de streaming do Reino Unido, tem desempenhado um papel fundamental na transformação da experiência para talentos surdos, em situação de deficiência ou neurodivergentes, tanto na frente das câmeras quanto nos bastidores. Para ela, o verdadeiro avanço na igualdade na indústria só será possível por meio de colaborações genuínas, onde as empresas se unam em vez de competirem, visando um impacto duradouro que reflita melhor a sociedade contemporânea.

Outro ponto levantado por Moore diz respeito à sua visão sobre a obsessão pela avaliação de programas através de classificações instantâneas. Ela defende que este método é obsoleto em um mundo onde as pessoas consomem conteúdo sob demanda, e sugere que as redes devem se dirigir a métricas mais relevantes que considerem o engajamento a longo prazo dos espectadores.

Conselhos para a Nova Geração e a Importância de Conectar-se com Mentores

Para as jovens que estão entrando na indústria, Moore aconselha que mantenham a curiosidade e a paixão. A conexão com mentores é essencial, conforme menciona, uma vez que muitas mulheres estão dispostas a apoiar as que estão começando suas carreiras. Tal orientação, quando aliada à autenticidade e a um desejo genuíno de aprender, pode abrir portas significativas na trajetória profissional desses novos talentos.

Aplausos pelo Crescimento e o Futuro Brilhante do iPlayer

Cabe ressaltar que a BBC mantém sua posição como a maior investidora em produtores e talentos no Reino Unido, e esse investimento tem mostrado seu retorno, garantindo a sustentabilidade da indústria audiovisual no país. Moore expressa orgulho pelo crescimento contínuo do iPlayer, que cresceu mais de 20% no último ano, observando que o valor gerado pela emissora tem um impacto de longo prazo positivo no setor como um todo.

A Contribuição Cultural da BBC e a Relevância em um Mundo Digital

A maneira como Charlotte Moore e sua equipe conduziram a BBC nesta transição do modelo tradicional para o digital é um estudo de caso sobre adaptação e inovação no mundo atual. O compromisso da empresa em oferecer conteúdo que ressoe com uma audiência cada vez mais diversificada e demandante, aliado à busca incessante por um ambiente inclusivo e de respeito, redimensiona a importância da emissora no cenário mediático contemporâneo. Assim, o futuro da BBC, ancorado no iPlayer e impulsionado pela diversidade e criatividade, parece não apenas promissor, mas também essencial para a manutenção de uma cultura rica e variada na televisão britânica.

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