Candidatos em destaque: Kamala Harris e Donald Trump
Com a corrida pela presidência dos Estados Unidos em sua fase decisiva, a vice-presidente e candidata do Partido Democrata, Kamala Harris, tem se destacado por uma intensa série de entrevistas e participações na mídia. Em contrapartida, o ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump, tem capturado os olhares do público com suas numerosas e vibrantes manifestações de apoio, conhecidas como comícios. Essa dinâmica foi revelada por meio de uma pesquisa realizada pelo projeto de sondagens The Breakthrough da CNN, que investiga o que os americanos estão ouvindo, lendo e assistindo a respeito dos candidatos nesta emocionante jornada eleitoral. A pesquisa reflete um cenário onde a desonestidade continua sendo um tema central, mostrando que a palavra “mentiras” está frequentemente associada à campanha de Trump, um indicativo claro da polarização presente no ambiente eleitoral.
A estratégia de comunicação dos candidatos nas semanas finais
À medida que se aproxima o Dia da Eleição, as estratégias de comunicação de Kamala Harris e Donald Trump se mostram distintas e cuidadosamente calculadas. Enquanto Harris tem ampliado suas aparições na mídia com entrevistas e participações em podcasts, Trump tem focado em comícios de grande escala, inclusive em estados tradicionalmente democratas, como Califórnia e Nova York. Essa abordagem busca não apenas acender o fervor entre seus apoiadores, mas também atrair a atenção de uma audiência que, geralmente, evita o conteúdo político. A sondagem, realizada entre 11 e 14 de outubro, revelou que 69% dos entrevistados afirmaram ter visto ou ouvido algo relativo a Harris nos últimos dias, enquanto 73% fizeram o mesmo em relação a Trump. É um claro reflexo da presença contínua dos candidatos na mente do eleitorado.
Além disso, a pesquisa indicou uma predominância do termo “campanha”, que foi mencionado em 36% das respostas referentes a Harris e em 28% em relação a Trump, o que evidencia a relevância do tema para o público. Contudo, quando analisamos a natureza das menções, o resultado revela diferenças significativas entre os dois candidatos. Para Harris, a palavra mais comum associada a suas recentes aparições foi “entrevista”, destacando suas participações em programas como “60 Minutes” e o podcast “Call Her Daddy”. Os diversos públicos que acompanharam essas aparições mostraram diferenças notáveis de idade, evidenciando um alcance diversificado de suas mensagens.
Em contrapartida, ao avaliar as menções a Trump, o termo “comício” se destacou como um dos mais usados pelos entrevistados, ressaltando o impacto de eventos realizados em várias cidades, como Aurora, Colorado, e Coachella, Califórnia. A pesquisa também identificou que muitos eleitores o acompanham nas redes sociais, onde ele tem promovido suas atividades políticas incessantemente, especialmente seu próximo comício no Madison Square Garden, em Nova York. Uma resposta é clara: o público de Trump se mantém engajado, buscando informações diretamente de suas plataformas pessoais.
A influência de eventos atuais nas percepções eleitorais
Além das dinâmicas de campanha, a pesquisa foi realizada logo após a passagem do Furacão Milton pela Flórida, o que influenciou ainda mais o discurso político e a percepção pública em relação aos candidatos. A relação entre as respostas dos entrevistados e o tema das catástrofes naturais, particularmente os furacões, foi notavelmente evidenciada, com a palavra “furacão” figurando entre os cinco termos mais mencionados em conexão com ambos os candidatos. Enquanto os republicanos frequentemente associavam a resposta de Trump às tempestades com palavras como “vítima” e “ajuda”, os democratas tendiam a criticá-lo por disseminar desinformação sobre as tragédias naturais.
É digno de nota que, pela quinta semana consecutiva, a palavra “mentira” se destacou entre os termos associados a Trump, desta vez sendo a mais mencionada. Entre as respostas coletadas, um eleitora evidenciou: “Só o ouço falando em seus comícios na TV, e tudo o que ele faz é MENTIR!”. Por outro lado, o termo também surgiu nas menções a Harris, embora de forma menos consistente. A natureza das respostas revela que, enquanto os comentários negativos sobre Trump dominavam, a sentimento em relação a Harris, mesmo ao discutir a desonestidade, era relativamente menos negativo, sugerindo que muitos consideravam o uso do termo “mentira” em um contexto de acusação dela, em vez de uma autocrítica.
Reflexões finais sobre a corrida eleitoral de 2024
Em conclusão, a pesquisa do The Breakthrough da CNN proporciona um retrato fascinante sobre o estado da política americana a poucos dias da eleição. As diferenças nas estratégias de comunicação de Kamala Harris e Donald Trump demonstram não apenas a importância da mídia e da presença pública na formação da opinião eleitoral, mas também a influência contínua de eventos externos, como desastres naturais, que podem moldar as percepções sobre os candidatos. À medida que nos aproximamos do momento decisivo, fica evidente que tanto Harris quanto Trump estão lutando não apenas pela vitória nas urnas, mas também pela narrativa e pela percepção que os americanos têm de seus programas, visões e promessas, em um cenário cada vez mais polarizado e carregado de emoções.