Um trágico incidente ocorreu na costa do Mar Vermelho, no Egito, onde um ataque de tubarão resultou na morte de um turista e ferimentos em outro. As autoridades locais confirmaram o ocorrido no último domingo, informações que foram posteriormente corroboradas por fontes do Ministério das Relações Exteriores da Itália. Ambas as vítimas eram cidadãos italianos, o que traz um tom ainda mais sombrio à situação, considerando o apelo turístico e as expectativas de segurança nesta popular região.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente egípcio, a fatalidade aconteceu na área de Marsa Alam, especificamente em águas profundas que não eram designadas para nadadores. Um homem de 48 anos, natural de Roma, foi identificado como a vítima fatal, enquanto a outra pessoa envolvida, um homem de 69 anos, sofreu ferimentos, mas sobreviveu ao ataque. Ambos foram rapidamente levados a um hospital em Port Ghalib, localizado a aproximadamente 48 quilômetros ao norte de Marsa Alam.
Após o incidente, as autoridades promoveram o fechamento temporário da área para nadadores, uma medida preventiva que permanecerá em vigor por dois dias. Esse tipo de ataque, embora raro, acende um debate sobre a segurança em destinos turísticos que fazem parte do ecossistema marinho vibrante do Mar Vermelho. Como um dos locais de mergulho mais procurados do mundo, o Mar Vermelho oferece uma rica biodiversidade que atrai turistas de várias partes do globo. No entanto, essa beleza natural deve ser equilibrada com medidas de segurança adequadas.
A região do Mar Vermelho é uma parte crucial da economia egípcia, que dependa fortemente do turismo, e conta com uma população de cerca de 107 milhões de habitantes que lidam com uma das piores crises econômicas de sua história. Os recentes desafios econômicos do egito aumentam a pressão sobre o país para manter a atratividade turística, e eventos como este afetam diretamente a imagem de segurança que o Egito busca transmitir ao mundo.
No mês anterior a este incidente, uma situação igualmente trágica ocorreu quando um grande bloco de onda fez naufragar um barco de mergulho com mais de 30 turistas a bordo, resultando na morte de pelo menos quatro pessoas. Tais incidentes não só marcam tragédias pessoais, mas também levantam questões sobre as condições de segurança em atividades aquáticas na região.
Infelizmente, ataques de tubarões não são uma ocorrência inédita nas águas do Mar Vermelho. A região é conhecida por registrar ataques fatais com alguma regularidade, um fato que especialistas marinhos acreditam estar ligado a práticas de turismo irresponsáveis, construção desregulada e sobrepesca, que alteram drasticamente o ecossistema marinho. Em um contexto mais amplo, a quantidade de ataques mortais de tubarões em todo o mundo dobrou em 2023, de acordo com o International Shark Attack File, uma base de dados gerida pela Universidade da Flórida, com uma quantidade desproporcional ocorrendo na Austrália.
Tais ocorrências trágicas não são novas. Em junho de 2023, um homem russo também perdeu a vida em um ataque de tubarão nas proximidades de Hurghada, uma das cidades litorâneas mais populares do Egito. Em 2022, duas mulheres, uma austro e a outra romena, foram mortas em ataques em um intervalo de apenas uma semana. E em 2020, um jovem ucraniano perdeu um braço, e um guia de turismo egípcio perdeu uma perna em um ataque no mesmo local.
A repetição desses incidentes ressalta a necessidade de um debate mais amplo sobre a conservação dos oceanos, a proteção das espécies marinhas e a segurança dos turistas que buscam por experiências únicas e emocionantes nas águas do Mar Vermelho. É importante que as autoridades egípcias e o setor de turismo reavaliem e fortaleçam suas estratégias de manejo para garantir que tragédias como esta não se repitam, preservando ao mesmo tempo a beleza e diversidade do ecossistema marinho.