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Em um ano marcado por um esforço global frustrante para enfrentar crises ambientais prementes, como a mudança climática e a poluição plástica, um nome desponta em meio a tantas frustrações: Arábia Saudita. Conhecida por sua riqueza em petróleo, o Reino se tornou o foco de críticas por sua suposta obstrução de compromissos climáticos globais, uma atuação que, segundo especialistas, atingiu um novo patamar de ousadia em 2024.

A energia fóssil constitui a base da identidade moderna da Arábia Saudita. Desde a descoberta de vastos campos de petróleo na década de 1930, o país transformou-se de uma nação nômade em um dos maiores fornecedores de energia do mundo, com receitas derivadas do petróleo representando aproximadamente 70% da sua economia, conforme revelam dados da Carbon Tracker. Essa dependência levanta preocupações sobre sua disposição em se comprometer com a redução das emissões de poluentes que contribuem para o aquecimento global.

De acordo com Harjeet Singh, um defensor do clima e diretor da Satat Sampada Climate Foundation, a atuação da Arábia Saudita na cena climática internacional tem sido “óbvia e desafiadora”, evidenciando uma postura de bloqueio a qualquer avanço significativo. Com a ausência de progressos nas negociações internacionais sobre a mudança climática, a crise da biodiversidade e a poluição por plásticos, os observadores não podem ignorar o papel do reino. O desfecho das últimas conferências, incluindo a reunião na capital Riyadh, culminou em acordos amplamente criticados como insuficientes e sem o comprometimento necessário.

Uma abordagem de obstrução e seu efeito no clima global

A Arábia Saudita, na verdade, não opera sozinha nesse esforço de obstrução. Outros países ricos em recursos fósseis também se aproveitam da situação, mas a nação do Oriente Médio tem se destacado por sua resistência mais audaciosa. Alden Meyer, associado sênior da E3G, um think tank climático, observa que a Arábia Saudita tem sido “a mais atrevida e a mais vocal”. A sua abordagem parece se intensificou devido à expectativa da volta de um governo negacionista do clima nos Estados Unidos, sob o possível retorno de Donald Trump ao poder.

Ademais, a Arábia Saudita também parece estar reagindo a uma crescente pressão global para interromper a queima de combustíveis fósseis. Singh sugere que o reino, ao perceber a mudança nas expectativas e na opinião pública, twitte-se encorajado a adotar uma postura mais desafiadora. Enquanto faz esforços de marketing para se distanciar da imagem de poluidores, como plantio de árvores e iniciativas de reciclagem, a atuação concreta em fóruns de discussão climática continua a levantar questões sobre a sinceridade dessas ações.

Conferências sob frustração e estagnação

No Calcário da Conferência sobre Mudança Climática (COP29) realizada em Baku, Azerbaião, oficiais sauditas negaram abertamente qualquer referência ao uso de combustíveis fósseis em acordos finais. O resultado foi um compromisso de $300 bilhões para financiar países em desenvolvimento, que foi amplamente criticado como inadequado, sem progresso sobre o afastamento de carvão, petróleo e gás.

“O que vimos em Baku foi algo muito audacioso”, comentou Meyer. “A Arábia Saudita agiu como um verdadeiro ‘fracassador do clima’.” A resistência do país em aceitar compromissos mais sérios e suas tentativas de rebaixar acordos previamente alcançados contribuem para um cenário cada vez mais sombrio para as ações climáticas globais. A postura saudita tem sido considerada uma mudança em um padrão previamente dominado por negociações que incluíam finalmente a responsabilização dos combustíveis fósseis nas diretrizes climáticas globais.

A Arábia Saudita e sua vulnerabilidade climática

Embora a Arábia Saudita se posicione como uma nação resistente a compromissos climáticos, ela própria enfrenta a dura realidade das mudanças climáticas. A nação árida passa por frequentes inundações e terríveis ondas de calor, questões que estão se tornando cada vez mais prevalentes. No verão passado, mais de 1.300 pessoas perderam a vida durante o Hajj, quando as temperaturas atingiram 52 graus Celsius. Especialistas alertam que esses eventos extremos devem se intensificar nas próximas décadas.

O futuro da Arábia Saudita e do planeta como um todo depende da capacidade dos países de trabalhar juntos, em vez de culparem uns aos outros por serem as “âncoras” que mantêm o progresso longe de suas reais possibilidades. “Estamos todos no mesmo barco, e estamos afundando juntos”, destaca Meyer, refletindo sobre o estado colaborativo que as nações devem adotar frente à crise climática.

Reflexão sobre a necessidade de ações coletivas

À medida que a pressão global aumenta para mitigar os efeitos da mudança climática, preocupa ainda mais a dependência de economias baseadas em petróleo. Embora a Arábia Saudita tenha desenvolvido uma visão para um futuro diversificado, denominada Visão 2030, suas promessas, como as de atingir emissões líquidas zero até 2060, têm sido classificadas como “criticamente insuficientes” por análises especializadas. Portanto, o mundo observa com apreensão, já que a inércia da Arábia Saudita representa um obstáculo significativo no caminho rumo a um futuro sustentável e em equilíbrio diante das crises ambientais que nos cercam.

Além disso, é fundamental que as nações, especialmente aquelas que têm maior capacidade de mudança, adotem medidas decisivas e se distanciem dos combustíveis fósseis, não apenas para a proteção ambiental, mas também para a sobrevivência de todos diante de desastres iminentes. ”Só podemos esperar o melhor das iniciativas locais, pois as consequências da ação tardia são devastadoras”, conclui Monterrey Gómez, cuja nação sofre frente a desastres naturais em meio à necessidade urgente de desenvolvimento econômico e adaptação climática.

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